×Past×

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P.O.V S/N

Acordo cheia de energia, levanto-me para ir fazer uma corrida.
Comecei a correr sem rumo. Os rapazes não estavam em casa, por isso só ficou a Sunny.
Passei por um restaurante Take away, entrei e fui buscar comida para nós as duas. Cheguei a casa e a Sunny já se tinha levantado.
Coloquei a mesa para as duas e comemos calmamente.

Depois de comermos uma bela refeição, lavamos a louça e sentamo-nos no sofá a ver filmes e episódios de séries na televisão até os rapazes chegarem. Como vi que a hora do jantar estava a chegar eu e a Sunny fomos fazer o comer. Entretanto os rapazes chegaram.

Jh: Bom dia, alegria.

Sn: Bom dia.

J: S/N! - gritou ao entrar na cozinha e deu-me um abraço por traz. - Tive saudades tuas. - sussurrou ao meu ouvido, roubando-me um sorriso dos lábios.

- Também Johnny. - disse a virar-me para lhe retribuir o abraço.

Dy: Cheira bem, o que é?

Su: Bulgogi.

- E... Está pronto. Podemos ir comer. - nos sentamos à mesa a comer e conversar, notava-se que os rapazes estavam cansados. Eu estava a comer descansada ninguém me incomodava até ouvir alguém chamar o meu nome.

J: S/N, como está a tua irmã?

M: Tens uma irmã?!

- Ela não está.

J: O que é que te referes?

- Ela morreu num acidente de carro no dia a seguir ao seu aniversário quando tinha 15.

J: Os meus pêsames. - fez-se silêncio.

- Não tem problema. - tentei colocar um pedaço de comida na boca mas não consegui. Pousei os pauzinhos levantei-me, pedi licença e saí de perto da mesa. Subi as escadas e fui para o quarto que eu partilhava com Sunny.

As lágrimas começaram a derramar, voltei a sentir a dor que senti quando soube da morte, mexi na minha pulseira para voltar a sentir a presença da minha irmã que por esta altura diria para eu ter calma.

P.O.V Johnny

J: Eu não tive a intenção de a maguar. - disse depois da S/N ter saído.

Su: Não percebes que a magoas sempre. Já bastou quando foste embora, quando lhe partiste o coração. Nunca ninguém fala da irmã.

J: Eu não sabia! - disse num tom um pouco mais alto que o normal. - Vou falar com ela. - levantei-me, mas fui impedido pela Sunny olhei para ela com um ar confuso.

Su: Eu vou, eu sou a melhor amiga dela.

J: Também eu.

Su: Não estavas lá quando ela precisou, tu não entendes.

J: Eu sou o melhor amigo dela à mais tempo que tu. - largou o meu pulso e deixou-me ir.

Subi as escadas, atravessei o corredor até ao quarto, ganhei coragem e bati na porta.

- Podes muito bem ir embora! - ouvi ela a dizer do outro lado. Suspirei e bati outra vez.

J: Por favor S/N eu não tive intenção de te magoar. Deixa-me falar contigo.

-Ok.- abri a porta deparando-me com uma S/N triste, com lágrimas a escorrer pelas suas bochechas fofas, os olhos vermelhos e agarrada a uma almofada.

J: Desculpa, eu não te quis magoar, sabes que nunca fui capaz de te magoar. Se te magoei foi sempre inconscientemente. Eu sei que a tua irmã era a pessoa mais importante para ti.

- Johnny, eu sinto tanto a falta dela. - falou com uma voz de choro.

J: Fala comigo, nunca escondemos nada um ao outro.  Abrimo-nos sempre um com outro, contamos os nossos sentimentos um ao outro. - pedi gentilmente. Abracei forte para que ela se sentisse mais segura nos meus braços. Ela encostou a sua cabeça no meu peito.

- Ela tinha saído de casa para celebrar o aniversário dela com os amigos. Ela não bebia muito então quando estava a voltar para casa à uma da manhã, ela teve um carro a alta velocidade foi contra o dela, levaram-na para o hospital. Ela teve que ficar lá durante aquele dia. Naquele dia, ela teve uma paragem cardíaca e os médicos não conseguiram salvá-la a tempo. Eu não pude despedir da minha irmã, porque fui covarde. Não quis ir ver a minha irmã ao hospital, eu estava confiante de que ela conseguiria sobreviver. Não queria ver a minha irmã tão vulnerável, ela sempre foi forte. Os meus pais tentaram insistir para eu ir mas eu não quis.

J: Tu não és covarde. És muito corajosa, só tiveste medo como toda a gente tem. - reparei que ela mexia numa pulseira.

- Durante meses, eu conseguia ver a minha irmã a vaguear, a falar para mim. Os meus pais pensaram que eu estava a ficar maluca e colocaram-me num psicólogo. O psicólogo disse para eu pegar num objeto que eu pudesse andar com ele sempre e canalizar a presença da minha irmã nesse objeto. Eu escolhi a pulseira que nós as duas usávamos. A partir desse dia andei sempre com a minha irmã.  Nunca ninguém teve a coragem de me perguntar sobre ela, saberiam que eu era sensível nesse assunto. Mas é bom falar dela de vez em quando.

Enchuguei as suas lágrimas.

- Johnny podes ficar aqui mais um pouco? - perguntou ainda com uma vozinha triste.

Assenti e ficamos assim até a S/N adormecer. Deitei-a na cama, cobri-a com os cobertores. Quando ia sair do quarto ouvi uma voz.

- John, por favor podes dormir comigo?

J: Porquê?

- Sinto-me mais segura e confortável contigo à minha beira.

J: Ok.- deitei-me na cama e abracei-a.

Fiquei a pensar até adormecer.

Será que nós contamos tudo um ao outro?
Será que dizemos os nossos sentimentos um ao outro?
Acho que devia contar-lhe o que sinto por ela, mas tenho medo de ela não sentir o mesmo por mim.

°My Best Friend°- Johnny SeoOnde histórias criam vida. Descubra agora