Capítulo Único

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Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, criada de fã e para fã, sem comprometer a obra original.

AVISOS: Heterossexualidade, Menções à violência

Esta é uma fanfic que fala um pouco sobre ter um parente querido hospitalizado, nos tempos de pandemia que a gente vive, pode ser algo com o qual infelizmente muita gente pode se identificar, se você achar este um assunto muito sensível, não recomendo a leitura. E se for algo pelo qual você está passando, desejo melhoras!

Tenya não está se divertindo.

Verdade que muito dificilmente ele se divertiria, nunca foi o maior fã de parques de diversões em geral. As filas, o barulho, a atmosfera de mais puro caos que o ambiente emana, nada disso combina com seu conceito de diversão.

Mas quando a turma A entrou no consenso de que eles precisavam celebrar o fim do trimestre em uma saída em grupo, e o parque de diversões ganhou a votação de possíveis lugares para irem celebrar, o breve pensamento de que talvez ele pudesse se divertir um pouco chegou a lhe passar pela cabeça. Bem breve, porém.

Porque a verdade é que mais do que não querer estar aqui, Tenya sente que não deveria. Não com seu irmão ainda internado e sem qualquer prospecto de ter alta, por enquanto. Tensei está lá, acordou há alguns dias, falante e animado como sempre, é necessário olhá-lo por muito tempo para identificar se algo mudou, mas observá-lo por muito tempo causa um desconforto que chega a ser físico. A esse ponto, tudo que Tenya quer é que o irmão mais velho dê uma bronca nele, que o olhe com a mais absoluta decepção ao ouvir sobre o confronto com o Stain, isso traria uma sensação de normalidade maior do que a atitude sempre positiva do irmão mais velho. Pensamentos assim até carregam uma ponta de esperança, mas não são divertidos, logo, completamente destoantes do ambiente no qual ele se encontra no momento com os colegas.

— Kaminari-kun, espero que não esteja planejando eletrocutar a máquina para conseguir fichas. — ele cruza os braços depois de ter observado os movimentos suspeitos do loiro, que se encaminhou para trás de um dos jogos disponíveis no fliperama do parque. Já estava com a mão erguida, pronto para criar um curto circuito e talvez conseguir fichas a mais a fim de trocar por prêmios.

— Foi ideia do Mineta!

— Mas a execução seria sua, não? Por favor, sem trapaças! Somos estudantes do curso de heróis e temos uma reputação a zelar!

— Tá bom... — ele suspira e se levanta — Ih, Mineta, deu ruim, o Presida descobriu! — o loiro se encaminha até onde o Mineta está.

— Tsk, só porque ele é riquinho e pode comprar ticket pra esse fliperama inteiro, fica aí molhando nosso esquema. — o garoto de cabelo grudento resmunga, provavelmente achando que Tenya não o ouviu.

É bem verdade que ele trouxe dinheiro o suficiente para jogar qualquer jogo ou andar em qualquer brinquedo que queira. Sua mãe lhe deu uma quantia generosa, o rapaz perguntou se estava mesmo tudo bem, afinal, pode não ser muito para os padrões deles, mas ainda é um montante a menos para ser investido nas despesas médicas do Tensei, ela apenas insistiu que ele não pensasse nisso e só se preocupasse em se divertir como um garoto normal de 16 anos.

Um garoto normal de 16 anos que vê seu irmão paraplégico em uma cama de hospital e nada pode fazer além de acompanhar o que os médicos falam, e pesquisar de maneira quase obsessiva tratamentos experimentais caríssimos dos mais variados para que seu irmão possa voltar a andar.

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