Love is Love

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Depois de conversar olhando nos olhos do outro pela primeira vez, nós passamos a confiar mais um no outro e aos poucos as chamadas de vídeo se tornaram algo comum e iam desbloqueando algumas coisas que nos limitavam.

Cada dia mais, nos sentíamos bem para compartilhar coisas pessoais e revelar inseguranças que nunca tínhamos colocado para fora antes.

Nesse ponto da amizade, já estávamos completamente apaixonados, só que não falamos sobre isso, pelo medo de perder ou assustar o outro.

Quando eu conheci Nico, ele era super introspectivo. Ele continua sendo, mas melhorou bastante nesses anos de relacionamento.

Antes de voltar a morar na Itália, Nico viveu um tempo aqui nos Estados Unidos e ele sofreu bastante por ser gay. Basicamente, ele apanhava, passava por todo tipo de humilhação diária, e aguentava tudo calado, já que não tinha coragem de contar para os pais. Além disso, todos na escola que viam o que acontecia, não faziam nada para ajudá-lo.

Depois de um tempo, seus pais acabaram se divorciando e ele, a irmã e a mãe voltaram a morar na Itália, o que foi um alívio para ele. Tudo isso fez com que ele não conseguisse se relacionar com as pessoas, e tivesse bastante dificuldade em se abrir e permitir a entrada de alguém em sua vida.

Aos poucos ele foi contando pedaços de sua história para mim, mas eram momentos raros e sempre acabavam rápido demais. Eu tinha que ficar montando as partes picotadas de suas histórias, como um quebra cabeça, mas eu sabia que todos os momentos em que ele me contava algo, mesmo que fosse besteira, ele estava fazendo isso de forma consciente e que era uma prova do quanto ele confiava em mim.

Há pouco tempo atrás, chegamos a conclusão que foi bom termos nos conhecido dessa forma, porque a distância entre a gente fez com que ele se sentisse mais confortável para ser ele mesmo em vários momentos, mesmo no início de nossa amizade. Talvez se fosse pessoalmente, e a gente tivesse estudando na mesma escola, não iríamos dar abertura um para o outro.

Porque apesar de eu ser o cara alegre, que conhece e se dá bem com todo mundo, eu também tive meus momentos e passei por uma traição bastante dolorosa, que fez com que eu não me entregasse por inteiro para mais ninguém. Foi por isso que minha amizade com Leo demorou tanto pra decolar, eu demorei para confiar totalmente nele e vê-lo como algo além de apenas "meu vizinho gente boa".

Sempre fui o tipo de cara que consegue fazer amizades rapidamente, porém todas elas são superficiais. Eu era a típica pessoa que era amiga de todo mundo, mas na realidade, não tinha ninguém.

Isso sempre foi algo doloroso pra mim, foi então que eu conheci minha ex-namorada, fiquei totalmente apaixonado e achava que ela era meu porto seguro. Tive várias de minhas primeiras experiências com ela e fiz vários planos para o nosso futuro... Até resolver fazer uma surpresa na casa dela e descobrir que ela estava me traindo, ou melhor, sempre me traiu.

Nessa mesma época, Leo tentava se aproximar de mim a todo custo, mas eu realmente demorei para permitir que ele entrasse na minha vida, afinal, tinha acabado de ser traído pelo meu primeiro amor e minha única amiga.

Com Nico, tudo acabou sendo bem mais rápido, não só pela nossa conexão, mas também pelo fator distância. Já que a distância, "garantia" uma segurança de que as coisas não irão passar de um limite.

Pelo menos era o que a gente achava, antes de se apaixonar loucamente um pelo outro e morrer de medo de ser rejeitado, afinal, estávamos a milhares de km de distância.

Quando chegamos a mais ou menos 1 ano de amizade, já estávamos completamente apaixonados. Já tínhamos parado totalmente de ficar com outras pessoas, porque além de não ter interesse por ninguém ao nosso redor, soava errado ficar com alguém, mesmo quando a gente ainda não tinha tido a conversa sobre nossos sentimentos ou sobre namorar.

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