Control

Ele

Eu sei que a gente sumiu por vários meses e meio que abandonou a nossa fanfic, mas tanto eu, Bunny, quanto a Duda tivemos vários problemas pessoais nesse tempo por causa da pandemia e esperamos que vocês possam compreender o nosso lado, afinal são tempos difíceis para todo mundo :(

Também recomendamos que vocês voltem ao capítulo de avisos para entender a dinâmica da história e não ficar ninguém perdido nos capítulos!

Não podemos prometer atualizações frequentes dessa história, até porque não escrevemos ela por completo, então vamos tentar tentar atualizá-la pelo menos uma vez por mês, ou seja, essa fanfic será beem slow burn e esperamos que vocês tenham isso em mente ao ler a fanfic. 

                                                                                         Yoongi

Os dedos de Yoongi já estavam cansados de tanto dedilhar as cordas de seu violino, mas ele não podia se dar o luxo de parar, pois precisava decorar La stravaganza, de Vivaldi até o fim da semana. Estava tão concentrado que mal percebeu o momento que o namorado começou a aplaudir a sua pequena performance já no finalzinho da música.

"Já posso comprar os ingressos para o seu concerto?"

Levou um susto com o barulho de palmas feito por Hoseok do outro lado da vídeo chamada, já que naquele dia os dois estavam muito atarefados com seus empregos e somente puderam matar a saudade um do outro por aquela telinha.

Hoseok sempre foi o maior de seus fãs, desde a época onde ainda fazia música na faculdade e era um dos estudantes mais dedicados de sua turma, sendo inclusive indicado para a orquestra de sua cidade.

Yoongi ainda sentia as mesmas sensações de quando olhou para Hoseok pela primeira vez, quando ambos se encontraram em um café, próximo de seu campus, onde o até então estudante fora comprar a bebida amarga tão apreciada por si. Minutos depois de ambos terem trocado breves palavras, já estavam aos beijos na rua de trás da loja e o que começou com uma paixão inocente, se tornou um belo romance.

Ele soube que havia aceitado namorar a pessoa certa quando Hoseok finalmente tomou coragem para lhe contar a sua profissão. Como um grande amante de coisas de terror, ficou ainda mais encantado ao descobrir que o namorado trabalha com investigação paranormal.

O encaixe perfeito.

Agora Yoongi finalmente podia conversar com alguém que não iria lhe julgar, pelo contrário, costumava ter longas conversas com o namorado sobre teorias da conspiração, que agora ambos podiam acreditar juntos. Nunca ficou tão feliz por alguém não rir da sua cara ou fazer uma piada sem graça sobre a sua crença nos Illuminati.

Hoseok não voltaria para casa tão cedo. Estava com problemas sérios para expulsar um Poltergeist na casa de uma idosa, onde sua filha já morta movia alguns objetos sem a sua permissão. Tudo indicava que as duas não se davam muito bem, o que complicou ainda mais a situação.

Ele guardou o violino de volta no estojo quando a ligação foi encerrada, entristecido por somente poder ficar alguns minutos na linha com o namorado antes deste voltar ao trabalho. Até mesmo o clima frio e chuvoso dava um ar de melancolia ainda maior no ambiente, combinando perfeitamente com o seu humor, já estava escurecendo e teria que passar mais uma noite sozinho com seus vídeos de teorias.

Mas naquele dia não encontrou nada de novo nos seus canais favoritos. Teve que recorrer ao velho método de pesquisa: procurar por sites de terror para achar alguma creepypasta ou quem sabe mais uma conspiração? Uma matéria destacada de um site lhe chamou a atenção depois de alguns minutos de busca:

"Doppelgangers: clones demoníacos ou apenas nosso lado mais obscuro?"

Nunca ouvira falar de nada parecido, o que lhe deixou ainda mais curioso. Ele já conseguia sentir o desejo de conhecer mais daquele assunto pulsando por suas veias quando clicou na matéria.

"Segundo as lendas germânicas, Doppelgänger é um ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que ele escolhe ou que passa a acompanhar. Ele imita em tudo a pessoa copiada, até mesmo traços de sua personalidade.

Existem muitas controvérsias sobre como esta criatura misteriosa é tratada: uns dizem que ela anuncia maus agouros, enquanto outros ditam que é uma representação acentuada do lado negativo de uma pessoa. No primeiro caso, diz-se que ver o seu próprio doppelgänger é um sinal de morte iminente, pois a lenda reza que a pessoa está vendo a sua própria alma projetando-se para fora do corpo para assim embarcar para o plano astral. Em outras circunstâncias, se o doppelgänger é visto por amigos ou parentes, é sinal de mudanças emocionais que se aproximam. No segundo caso, há quem diga que ele assume o negativo da pessoa para tentar exercer sobre esta uma influência negra, de modo a converter a pessoa a fazer coisas cruéis ou simplesmente coisas que ela não faria naturalmente. 

Ainda existem aqueles que especulam que o doppelgänger seja um tipo de "conselheiro" invisível para a pessoa, seja dando avisos ou implantando idéias. Dado este plano, acredita-se que o doppelgänger somente pode ser visto espiritualmente, pois ele não se reflete em espelhos ou qualquer superfície física. Em parte há quem acredite o doppelgänger como sendo o polar oposto de seu dono, ou seja, se a pessoa é boa, o doppelgänger é maligno, e vice-versa."

Ele se sobressaltou com o barulho da campainha, havia pedido uma pizza por telefone, já que era péssimo cozinhando e Hoseok não deixara nada para o jantar daquela noite. Sua única opção foi recorrer ao delivery.

Yoongi fechou seu laptop e desceu as escadas apressado, já que seu quarto ficava no andar de cima. Ele andou até o interfone e se arrependeu no mesmo segundo por sempre ouvir o namorado e olhar as câmeras de segurança antes de abrir a porta.

Parecia estar vendo seu reflexo lhe fitando, olhando diretamente para a câmera. Se fossem apenas os olhos, ou quem sabe a boca, acreditaria que o entregador era apenas parecido consigo, mas como alguém poderia ser exatamente idêntico a ele?

— Quem é? — Yoongi perguntou com a voz trêmula, tentando inutilmente disfarçar o pavor que subia por sua espinha.

Não sabia se era adequado o chamar de pessoa, ou uma duplicata criada pela sua imaginação. Mas nada poderia lhe preparar para o sorriso macabro, com os dentes manchados de sangue, e as três palavras capazes de lhe tirar o sono durante toda aquela noite.

— Eu sou você.