Ele seguia sem sono em seu Chevette cor de musgo, com apenas uma garrafa cheia como companhia. A música começa. Cada batuque, cada acorde do baixo, trazia memórias que começavam a esquentar seu peito naquela noite estranhamente fria.
Somente pensava nela, em seu cabelo cacheado escuro como noite, seus olhos castanhos penetrantes e a pele morena, macia. As curvas que fazia com o carro, as voltas que a música regia, tudo remetia a ela. Não sabia aonde e nem se iria parar. Toda vez que piscava à via, as vezes sorrindo e várias das vezes nua, ali mesmo no banco de trás. Pego num looping, a música continua, com seu aspecto místico, tudo que entendia eram palavras estranhas,como se o quisessem fazer dormir. Seus olhos pesados, hipnotizados, tudo girava, agora em tons roxos que vinham da lua. Sua boca secará de repetente, e num impulso, abrirá a garrafa com o líquido forte que havia comprado horas e horas atrás, dava goles e goles mas de nada adiantava, era como se todo líquido que ingeria desaparecerá dentro de sua boca como mágica.
A sensação era agoniante, sentia um calor intenso, sede e cansaço, parecerá que tinha vivido 100 anos em 1 minuto. O carro fazia zig-zages bruscos enquanto o pânico tomava sua mente, suas tentativas falhas de freiar apenas aumentavam o seu desespero, derrubará a garrafa no banco do passageiro, e enquanto tentava retomar a consciência, o liquido caia no chão.
Segunda parte... (04:00)
Como uma luz na escuridão, o locutor volta, mas com a mente mergulhada em caos, tudo o que ouvia eram sussurros...
Por um único instante, acreditará que iria acordar daquele pesadelo, até a voz abafada do locutor ser engolida por uma palavra incompreensível vinda de uma voz desumana e uma risada medonha.
A melodia começa, mais palavras são proferidas, dessa vez mais agressivas, elas tomam conta de sua mente.
Retomará a direção, porém, não piscava mais, seus olhos arregalados, sentindo que pulariam para fora a qualquer momento, via repetidas vezes os mesmo vultos de árvores. Num ato de desespero, ele acelera.
Os vultos passam cada vez mais rápido, e antes que notasse, ele já não reconhecia mais o lugar, não havia mais teto, as portas e o para-brisa desapareceram antes que pudesse gritar desesperadamente, os bancos se foram e o volante se desfez em frente aos seus olhos.Estava dentro do vazio.
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Tempus
HorrorOlá! Esse é um conto "áudio-interativo". Mas o que é isso ? A primícia é ler com o vídeo, assim, se ambientando com a música e com o texto. Porém, há alguns pontos: - Cada um tem seu ritmo de leitura, o que irá ocasionar a dessincronização do text...