Daniel tinha chegado devastado em minha casa. Tinha brigado com a namorada, a semana tinha sido difícil por causa de problemas no trabalho; e me procurou, sua melhor amiga, porque queria um abrigo daquela confusão que estava sua vida e sua mente e a saudade de mim estava imensa, pois já faziam 6 meses que a gente não se encontrava por conta da pandemia em que estamos vivendo.
No relacionamento: brigas constantes, ciúmes. No trabalho: pressão na corrida pra finalizar alguns empecilhos, uma chefe babaca que vivia atrás dele ameaçando inclusive de tirar o emprego dele se ele não desse o que ela quisesse; tudo isso agregava pra que ele precisasse "respirar" um pouco no meio daquele vendaval.
Ele havia me telefonado desesperado, com a voz manhosa perguntando se eu queria espairecer um pouco com ele e então o convidei pra minha casa, pois lá iríamos procurar juntos algo para fazer.
Assim que ele chegou, o abracei bem forte, demoradamente, e apertado... Em seguida pedi pra que ele se deitasse no sofá. Eu ainda não havia pensado em nada pra fazermos, mas teríamos a tarde inteira para pensar.
Ele ficou com a cabeça deitada em meu colo, mas não parecia confortável. Não era exatamente assim que eu queria que ele se sentisse perto de mim. Seu corpo grande estava encolhido, desajeitado no sofá, parecia que estava com frio.
Eu queria abraçá-lo por mais algumas horas, dar um pequeno canto do mundo para ele se sentir a vontade em meus braços, mas não poderíamos ficar tanto tempo de pé fazendo isso, parecia uma ideia boba que saltou na minha mente. Por isso, ofereci um cobertor para ele, mas ele recusou; disse que sentia estar incomodando demais.
Voltando à ideia inicial do abraço, sugeri então, despretensiosamente, que ele se sentasse no sofá e eu em seu colo e assim poderia ficar abraçada com ele sem dificuldade. Já havíamos feito algumas vezes isso antes, — talvez por essa razão ele tenha aceitado, éramos próximos o suficiente para não existir malícia, apesar de algumas aventuras sexuais quando estávamos alcoolizados, na época que ele se encontrava solteiro — mas dessa vez era pra deixá-lo o mais confortável possível, e foi o que inocentemente sugeri. Ele confiava em mim, eu não duvidava da fidelidade dele; não passaria de um momento fofo entre amigos.
Eu havia colocado um filme na TV para assistirmos e para passar o tempo, mas nessa posição nem havia como ele assitir, e assumi que ele tinha cochilado porque sua respiração estava mais suave e calma. Tudo que eu fiz então foi envolver meus braços nele, e ficamos ali naquela posição por alguns minutos, até que cai no sono também.
Não sei ao exato quanto tempo havia passado, mas acordei do cochilo sentindo uma inquietação vindo dele.
Sentia ele tremer, então julguei ser de frio porque tinha começado a chover— não abri os olhos assim que acordei então pude apenas tateá-lo para sentir o que acontecia — uma de suas mãos não estava mais em volta do meu corpo porém senti com as minhas, que ele estava quente, como num estado febril.
Senti sua cabeça inclinada no meu pescoço, sua respiração vinha ofegante, acompanhada de gemidos contidos, e seus lábios me tocavam suavemente com selinhos na minha pele; estranhamente parecia que ele estava me degustando.
Não demoraram muitos minutos para eu perceber, mesmo sem ver, o que estava acontecendo bem ali.
O movimento de seu quadril inquieto logo denunciou, sua respiração ficou mais intensa, os gemidos e suspiros mais perceptíveis: ele estava de pau duro debaixo de mim.
Tudo em questão de segundos.
Eu não tinha mais pensamentos maliciosos com ele (não naquele ponto da amizade) mas já tive muita atração por ele nos primórdios quando ele era simplesmente um homem lindo que eu conversava esporadicamente.
Eu vou tentar não enrolar muito, ele é gato e gostoso, simplesmente é as melhores palavras pra definí-lo em aparência. Não há motivos para eu esconder ou enrolar na descrição disso; ele é excitante, em todos os sentidos, pra mim (sinta-se livre pra imaginá-lo como qualquer tipo de homem que te atraia), então mesmo não tendo mais pensamentos sexuais com ele, tive que me concentrar muito em apenas dar carinho à ele para não ficar extremamente excitada com o que estava acontecendo. Por Deus, como ele estava quente e duro...
