Atire

86 16 20
                                    

Nota da autora: Chegamos a terceira e última parte dessa história que eu amei desenvolver, mesmo que tenha sido um pouco complicado no começo, mas que no final me deixou apaixonada <3 

Boa leitura a todos que chegaram até aqui...


~~~~

Chegar altas horas da noite já havia se tornado um hábito. Subir pelo elevador vazio, andar pelo corredor iluminado com luzes fantasmagóricas, abrir a porta de madeira colorida de forma silenciosa para não incomodar os vizinhos de filhos barulhentos e conseguir se movimentar pelo hall de entrada na escuridão, tudo já era feito automaticamente pelo corpo já cansado com o sono pesando os olhos.

Só que, naquela noite, Jimin teve uma surpresa ao adentrar ainda mais o apartamento, ali, em meio à cozinha e de pijamas, Yoongi mexia nas panelas ao som de uma música indie que ouviu apenas quando chegou mais perto do homem distraído. O relógio analógico pendurado na parede azul marinho mostrava ser quase uma e meia; acompanhando o ritmo da música, ele se aproximou do Min.

— Não é uma hora incomum para se cozinhar? — questionou, abraçando-o por trás, sentindo o leve tremor pelo susto involuntário e um repuxar de lábios após ter sua identidade reconhecida. Sem conseguir se conter, selou aqueles lábios fininhos com gosto doce.

— Estava sem sono — respondeu depois de romper o breve beijo como se isso justificasse, mas, ao olhar o que ele estava preparando, Jimin apenas suspirou ainda mais cansado do que estava.

Ele tinha se esquecido completamente de que época do ano estavam e das tradições que Yoongi possuía, resolveu não questionar outra vez, a briga que tiveram no ano passado ainda presente em sua memória. Passou o nariz pela linha do pescoço alheio e colou os lábios suavemente ao findar o caminho, escutando o suspiro baixinho antes de soltar o Min e ir ao banheiro.

Ao terminar o merecido e mais longo que o necessário banho, Jimin voltou à cozinha, permanecendo sentado por tempo suficiente para cochilar no balcão frio mesmo que o outro tivesse pedido algumas vezes que fosse se deitar.

— Venha, Park, vamos para a cama! — Ouviu a voz calma chamá-lo, acompanhada de um suave carinho no rosto. A cozinha já estava escura, sinalizando que Yoongi havia findado suas atividades por aquela madrugada; levantou os braços como se pedisse colo, recebendo um "Bebêzão" em resposta. Mesmo assim, Jimin ainda conseguiu se apoiar nos ombros alheios quase como um macaquinho.

— Que horas são, hyung? — perguntou quando foi colocado na cama grande de casal; apenas o abajur do lado do Min estava aceso, deixando o ambiente agradável para seus olhos sensíveis.

— Já passa das três da manhã — falou, completando o processo de deitar também, apagando a última luz sobressalente e abraçando o corpo semiadormecido. Não precisou de muito mais para Jimin ceder ao cansaço.

O calor do corpo de Yoongi era o melhor sonífero do mundo inteiro, uma quentura aconchegante que chegava a acalmar as intempéries da alma. Ele agradecia pelos três anos que era aquecido por aquela pele suave, ainda que, na maioria das vezes, fosse ele a chegar no meio da noite, infiltrando-se nas cobertas. Durante as manhãs, ainda era possível sentir os rastros da ardência calorosa que o Min oferecia.

Ambos se encontravam absortos no sono no momento em que uma vibração incessante forçou ambos a despertar involuntariamente, o despertador chamava para um outro dia que dava as boas-vindas.

— Park, desliga essa porcaria antes que eu o jogue no triturador de alimentos. — A ameaça em meio ao resmungo exigente o fez sorrir, mesmo que tivesse a mesma vontade.

Azaleias florescem no inverno | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora