ÚNICO

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Grifinória acabou de ganhar a final do campeonato de Quadribol de Hogwarts.

A arquibancada estava indo a loucura enquanto eu abaixava meu exemplar do Profeta Diário, discretamente para observá-lo.

Potter.

James comemorava ao lado de seu time. Ele estava radiante, como alguém que acabou de ganhar na loteria trouxa. Revirei os olhos e tentei voltar minha atenção ao jornal, fingindo não me importar com as festividades do colégio.

Mas eu me importava. Por dentro, eu sentia meu coração se aquecer ao saber que mais uma vez a minha casa era campeã. Esse é o último campeonato de Quadribol em Hogwarts que presenciei antes de me formar, e definitivamente, era uma boa maneira de dizer adeus ao castelo.

Marlene McKinnon, minha grande amiga, gritava enlouquecida ao meu lado, pegando em meu braço e tentando tirar minha atenção do jornal, onde havia várias notas sobre desaparecimentos de bruxos no Beco Diagonal.

Como eu poderia dar atenção a um jogo banal quando várias pessoas estavam morrendo por apenas serem quem eram? Mas eu entendia. Aquilo era uma forma de se distrair do que estava por vir.

— Bom, já que essa coisa aleatória acabou, vou adiantar os afazeres da minha ronda. — Marlene revirou os olhos com a minha fala, enquanto fecho o jornal e me levanto. Sou a monitora-chefe.

— Ah vamos lá, você pode muito bem fazer isso depois! Olha só, o Potter está radiante e está olhando para cá. — Tento fingir que não me importo e revirei os olhos, mas Marlene está apontando discretamente para ele.

— E? É só o Potter.

Mas não consegui evitar olhar para cima novamente. Ele realmente estava olhando para mim. Arqueei as sobrancelhas para ele e o seu sorriso aumentou. Potter se achava o rei de Hogwarts principalmente quando subia naquela vassoura.

Ele acenou para mim e nesse momento senti todos os olhos em mim. Tentei manter minha expressão a mais indiferente possível, mas senti um início de um sorriso se formar em meus lábios. Isso só fez o seu sorriso se alargar e pude escutar alguns colegas assoviando para nós.

— É o Potter, ruiva? Tem certeza? – Marlene diz em um tom irônico em meio tudo aquilo.

Desvio o meu olhar do moreno em sua vassoura e volto a encarar minha melhor amiga.

— Ele gosta de chamar a atenção.

— Admita, Lily, você adora como o mundo dele parece girar ao seu redor.

— Estou indo. – Ignorando a fala dela, saí andando em meio todo mundo para descer dali. Ainda sinto o olhar dele em mim, meu coração parece que vai pular do peito.

É só o Potter.

A arquibancada começa a glorificar o nome dele, reverenciando o rei de Hogwarts. Reviro os olhos, acalmando meu coração. Esse é o efeito Potter, não só em mim, mas em todos. Ele é um idiota, prepotente e egocêntrico. Podia ser bonitinho e parecia ter dado uma trégua ao Severus por minha causa, mas ainda era o mesmo idiota de sempre. Não é?

Sinceramente Evans, continue repetindo esse discurso para si mesma e talvez acabe acreditando.

Estou andando pelos corredores pedindo para os alunos da Grifinória andarem em direção ao dormitório ou ao salão principal para o jantar quando meus pensamentos caem em Severus.

Não o vejo há alguns dias. Não somos mais amigos, mas eu o observava de longe. E ele estava no caminho errado, eu conseguia sentir isso. Ele está com a marca, vê como ele coça o braço? Marlene comentou comigo uma vez. Não podia pensar nisso sem querer surtar, meu amigo, meu mais antigo amigo, estava ao lado de uma ideologia que ia contra mim, contra quem eu sou. Uma sangue-ruim.

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