Mr. Loveable • jjk + pjm

Capítulo 2: Apresentação

Jimin não havia acordado em paz aquela manhã. Noite passada tinha ficado acordado até tarde escrevendo algumas colunas e revisando as perguntas que faria ao famoso grupo For One Day. As perguntas eram sempre as mesmas, sem nenhum pingo de criatividade, escolhidas exclusivamente pelo seu Editor Chefe. Jimin corroía-se por dentro, seu espírito afrontoso revoltado com as questões desinteressantes, mas nada podia fazer. No dia anterior foi avisado que não poderia alterar nem sequer uma vírgula, perguntas polêmicas estavam proibidas, o alvo daquela entrevista era o público jovem, portanto, as indagações seriam as que qualquer adolescente faria ao seu ídolo.

― Chegamos, Jimin. Agora, apresse-se em melhorar essa expressão, senão vai assustar os rapazes.

Jimin tirou os olhos do celular que mexia distraidamente, e encarou Taehyung ao seu lado que estacionava o carro no parqueamento subterrâneo da empresa, absorto demais para notar o olhar afiado que o alourado lançou em sua direção.

Fazia alguns minutos que tinham chegado à agência, Jin Hit Entertainment, extremamente apressados devido ao pequeno atraso do astuto repórter Park Jimin, que esqueceu de ligar o despertador e perdeu o horário. Nem tiveram tempo para tomar café da manhã, já que estavam em cima da hora e Taehyung precisa montar seu equipamento para gravar a entrevista. Jimin estava irritadíssimo consigo mesmo, precisava de uma boa quantidade de cafeína para se acalmar.

― Você está muito atrevidinho para o meu gosto. Contenha-se, e ao seu cabelo também.

Taehyung gargalhou, percorrendo sua mão pelas madeixas escuras bagunçadas.

― A culpa é sua por ter me dado intimidade ― sorriu ladino, arqueando uma sobrancelha. ― Mas, seja sincero, estou bem, não é? Quero passar uma boa impressão para o baixista, ele é um gatinho.

Jimin negou com a cabeça, olhando-o duvidoso, enfatizando que um dia ele iria acabar se dando mal por causa desse péssimo hábito de flertar com artistas, nem sabia se curtiam sua fruta, ainda quebraria a cara e não poderia ajudá-lo. Taehyung era um fantástico operador de câmara, obediente e nunca se irritava com o temperamento explosivo do Park, mas também incrivelmente irresponsável quando se tocava no assunto homem e famoso. E, para piorar aquela entrevista, o Kim era fanático pelo baixista J-Hope, um homem influente no ramo musical da Coreia do Sul. Enfim, seria um caos total.

― Jimin, tente melhorar essa cara. Entendo que você não gosta de Rock, mas isso é o nosso trabalho ― Taehyung disse enquanto saia do carro.

― O que é isso? Você está querendo ensinar o padeiro a fazer pão? ― Riu sarcástico, também saindo do carro. ― Você sabe muito bem, meu amigo, o quão profissional sou, não importa em que situação desconfortável esteja. É só que... há algo que não me desce. Poxa! Ter que trabalhar numa zona que não estou acostumado é frustrante, sou repórter polêmico, não um simples entrevistador. Nada contra esse ofício, mas não é a minha área. Além disso, por que tenho que entrevistar um dos grupos que mais desgosto?

― Deus que me livre, Jimin! Você nem conhece os coitados, aposto que nunca ouviu nem sequer um trecho das músicas deles. Não pode julgar alguém sem ao menos conhecê-lo. Isso é uma injustiça. ― Taehyung abriu a mala do carro, pegando as bolsas de ambos. ― Entrevistadores são igualmente estupendos, senhorzinho. Lembre-se, não importa quanto tempo esteja exercendo tal função, é importante se especializar em várias áreas para enriquecer o currículo. Portanto, deixe de besteira, você é bom em tudo que faz, Jiminie!

― Não gosto do gênero musical que eles tocam e ponto. São atraentes, não nego, mas somente. Não é injustiça, apenas preferência. ― Jimin bufou, encaminhando-se ao elevador. ― Você deveria estar do meu lado, seu feio. Somos amigos há anos, mas, ainda assim, prefere tomar partido de pessoas que nem conhece.