047.

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Aliah's pov

Quando retornei pro meu quarto e deitei minha cabeça no travesseiro aquele vazio dentro de mim parecia se expandir a cada minuto.

Deitada e com meus pensamentos longe daqui, senti que não estava mais certa como antes. Comecei a me lembrar de Bryce, só que dessa vez com um sentimento ruim.

Me lembrei de tudo que havíamos feito, pensei em todos nossos momentos juntos. Quando nos conhecemos no aeroporto, tudo que tínhamos vivido no Texas. Sua pele na minha e seu toque macio. Seus lábios colados nos meus e sua mão na minha cintura pressionando nossos corpos. Suas voz trêmula no meu ouvido, meus dedos dedilhando seu rosto, passando por cada parte. Ele falando que nunca me deixaria e acabou que fui eu que fiz isso.

Bryce era um garoto normal, óbvio. Mas o jeito em que nos juntamos. Estávamos longe de sermos iguais, e muito mais longe de sabermos tudo um do outro. Mas algo sempre me mostrava que já estávamos mais ligados do que nunca. Eu queria sentir o garoto de novo. Bryce era meu porto seguro e me sentia bem com ele. Queria ir atrás do menino e falar o quanto eu sentia sua falta e o quando eu o amo.

A distância minha e dele parecia ser maior a cada instante. Pensava nos seus dedos percorrendo meu corpo e na eletricidade que percorria nossos corpos. Me lembrei de sua língua passando por cada centímetro da minha boca e minhas pernas em volta de seu corpo.

Com os pensamentos em Hall, depois de muito relutar contra o cansaço acabei por dormir. Diferente das outras noites em que eu sentia que seu corpo no meu não fazia falta, essa noite eu desejava mais que tudo acordar com seu hálito quente no meu pescoço logo cedo.

E digamos que foi assim que a semana se passou. Não foi muito diferente da outra. A pessoa que mais conversava era com meu irmão, apesar de eu ainda falar em bastante partes do dia com Amy e meu pai, e Maya também. A escola estava um porre e eu não aguentava mais. E comer, bem, pode se dizer que não estava tão ruim. Eu comecei a me alimentar um pouco mais, talvez por causa da minha ansiedade que atacava quando eu pensava na culpa que sentia em relação a Bryce.

Agora já era sábado e acordei antes que todo mundo, apenas para ficar olhando as ripas do teto e desejando estar em outro quarto. Contei nos dedos as madeiras cor cerejeira e quando deu 11:00 da manhã me levantei.
Me sentei no sofá, ao lado de Jaden, sacando meu celular e indo para algum E-Book que havia baixado.

Comecei a ler "Por Lugares Incríveis", e mesmo minha cabeça não prestando atenção na leitura, a história parecia ser boa. Quando fomos almoçar, Jaden falou que a tarde ele queria ir comigo no parque para me falar alguma coisa e estranhei, mas estava atordoada demais para negar, então apenas assenti.

Quando "terminei" a refeição, me sentei em
uma poltrona, mais afastada da sala e diferente de antes agora prestava atenção em cada palavra do texto. Fiquei lá por tanto tempo que nem notei quando meu irmão começou a me chamar.

- Aliah, tira essa roupa e vamos para o parque - ele falou mandão e revirei os olhos

- Não estou com vontade de ir. Dor de cabeça - dei a primeira desculpa para poder continuar na casa

- Qual é, eu só quero te falar um negócio - ele falou e neguei

- Fala aqui

- Não dá, Aliah. Agora vamos, pelo amor de Deus - ele disse me puxando da cadeira

- AI PORRA - gritei com o mesmo e me afastei - já volto - um sorriso se formou em seu rosto e dei o dedo do meio adentrando meu quarto.

Peguei uma calça jeans e uma blusa que estava solta por ali. Calcei o primeiro tênis que vi pela frente e escovei meus dentes. Dei uma ajeitada no cabelo, o prendendo em um coque solto e quando sai do quarto vi aquele idiota impaciente do meu irmão.

- Você em obrigou a ir e se começar a reclamar eu volto - falei emburrada e ele assentiu revirando os olhos e se levantando da poltrona rosa que eu estava antes

- Vamos? - ele perguntou e assenti o seguindo para o carro.

Avisamos meu pai que iríamos sair e quando entrei no carro, comecei a pensar o que ele queria me falar.

- Ah, poxa vida, esqueci meu celular - dei a primeira desculpa pra poder me trancar no meu quarto e meu irmão não me obrigar

- Aliah, essa merda ta no seu colo - ele falou nervoso e o encarei

- Que bom que você viu - falei irônica e ele gesticulou alguma coisa com a boca

- Porque você está fazendo isso? - perguntei quando carro acelerou

- Isso oque?

- Ah vai se fazer de demente agora? Porque esta me levando para um parque, as - parei e olhei meu celular para ver a hora - as 14:00 horas da tarde de um sábado?

- Porque quero te falar uma coisa - ele falou dando de ombros

- Estamos sozinhos, pode falar o quiser que ninguém vai saber - falei cruzando os braços

- Caralho Aliah, eu quero fazer uma coisa de irmãos mas você só enche a porra do meu saco! - ele falou e o encarei incrédula

- Garoto escuta aqui, você pode me falar o que quer fazer e dar meia volta pra casa, porque eu não vou ir na merda de um parque porque você quer fazer
um passeio! - falei alto pro mesmo

- Ai credo Aliah, que mau humor é esse porra? - amor de irmãos

- Porra você Jaden, pra que me levar em um parque? Pra me matar e falar pro nosso pai que você tentou me salvar? - perguntei rindo

- Ai Aliah, não sei como eu ainda te aguento depois de 18 anos - ele falou nervoso - pelo menos sou o mais velho.

- Claro né meu amor. Primeiro o rascunho depois a obra prima - falei e soltei um beijinho no ar

- Vai te fuder Aliah - ele falou e ri de sua cara.

Chegamos no parque e comecei a ficar mais brava. Não sabia porque, mas estava irritada com a ideia do meu irmão me levar ali do nada.

Descemos do carro e bati a porta. Meu irmão me repreendeu e depois de eu falar um palavrão pra ele seguimos caminho pro parque. Entramos em um espécie de trilha, aonde tinha um caminho de pedras. Havia alguns bancos mais a frente e notei que tinha alguém lá.

- Vai fundo, maninha - meu irmão falou e me deixou ali plantada

- Oh Jaden, volta aqui porra. Ir fundo aonde cacete? - gritei mas ele fingiu não me escutar e continuou andando.

Fiz o que ele pediu, mesmo estando com um medo do caralho de aquilo que estava na frente me matar. Quando cheguei mais perto e vi quem era, meu coração chegou a errar as batidas.

—— • ——

Acho que ta meio óbvio que é akakakka

Com amor, ml.

sᴏᴍᴇʙᴏᴅʏ ᴛᴏ ʏᴏᴜ - ʙʀʏᴄᴇ ʜᴀʟʟOnde histórias criam vida. Descubra agora