Conto: A garota estranha

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Em uma vila, um jovem casal teve uma filha, que tinha olhos escuros, pele morena e nariz estranho; ela era inteligente e excêntrica, não era que nem as outras pessoas, não conseguia entender os sentimentos profundos, e quanto mais crescia, mais a própria tinha essa percepção quando as pessoas a tratavam diferente.

Um dia, essa garota decidiu que não queria mais ser diferente e resolveu mudar, colocou roupas iguais as que as outras garotas usavam e se comportou que nem elas.

Ela saiu para vila e foi andando, até que foi parada por uma senhora, conhecida pelo nome estranho e jeito peculiar:

- Ora, garota, por que você está vestida assim? Onde estão suas roupas estranhas? - Perguntou, com a voz rouca e olhos enrugados

- Decidi que não irei mais me vestir daquele jeito, sou igual as outras garotas agora. Você gostou?

- Não. - Respondeu a senhora, sem hesitar.

- Por que? Agora sou igual as outras meninas, não me visto mais de jeito estranho.

- Se vestir de forma estranha era um traço seu que eu gostava, me lembra que nem tudo que é diferente é ruim, agora você é apenas uma imitação de outras meninas que não são elas mesmas.

A senhora seguiu seu caminho e a jovem não entendeu, porém, continuou andando.

Um homem conhecido por está sempre sozinho e não gostar de conversas a parou:

- Ora, garota, por que você está andando assim? Por que não está andando como sempre, olhando para o céu e pulando feliz?

- Decidi que não irei mais andar daquele jeito, sou igual as outras garotas agora. Você gostou?

- Não. - Respondeu o solitário, sem nem piscar.

- Por que? Agora sou igual as outras meninas, não ando mais de jeito estranho.

- Andar de jeito estranho era algo que eu gostava de observar, me lembrava que posso achar felicidade em coisas banais.

Assim, o solitário seguiu seu caminho, deixando a garota sozinha e confusa. Ela não entendia porque não tinham gostado, ela agora era que nem as outras garotas, não era mais a estranha da vila.

Ela resolveu voltar para casa, e ao entrar, parou em frente ao espelho. Olhou-se e percebeu que as roupas que usava não parecia em nada com ela, e seu passeio não foi tão divertido quanto quando ela saltita e olha para o céu.

No outro dia, quando ela foi passear pela vila, vestiu a roupa que tanto adorava e olhou para o céu que tanto admirava. Ao passar pela senhora e vê-la sorrindo e ver o solitário contemplando ela andar, percebeu então que ser diferente não era ruim quando observada pelos olhos certos.

A garota estranhaWhere stories live. Discover now