Maravilhosa.

Me olhando no espelho vejo que estou maravilhosa, não que eu seja feia, só estou mais bonita que o impossível.

Estou usando um vestido vermelho vinho de gola alta, com a cintura apertada e a saia rodada, a parte de cima todinha feita em renda e mangas longas e finas feitas do mesmo tecido, estou calçada um salto vermelho de bico fino e estou com uma bolsa vermelha.

Uma maquiagem leve, mais claro, com o meu clássico batom vermelho chocante. E os cabelos soltos e levemente ondulados.

Desço as escadas com a pose ereta e sempre olhando para frente, nunca para os lados ou para baixo.

Essa é a etiqueta perfeita para uma garota "exemplar" como Brooke.

Seus pais com as posições perfeitamente magníficas sentados no sofá tomando seu saboroso vinho tinto do ano de 1785.

— Estou pronta. - diz a garota com seriedade nunca abaixando a cabeça.

— Ótimo, então vamos logo, se não chegaremos atrasados. - diz o homem grisalho.

Dês de pequena Brooke foi ensinada a ter as melhores notas, e obteve a melhor das melhores professoras em etiqueta, sempre fora ensinada a ser a garotinha perfeita, uma verdadeira boneca de porcelana, o único lugar no qual ela não precisava de etiqueta era sua "amada" escola.

Seu pai?

Nunca lhe dera a atenção que uma criança gostaria de receber, o pouco do carinho que lhe fora recebido na vida era o de sua mãe, que a colocava para dormir, sempre com uma história, uma música e por fim um beijinho de boa noite na testa.

Sua mãe sempre fora mais carinhosa com a menina, sempre passeavam juntas e sempre faziam compras juntas, mesmo trabalhando, sempre que pode elas saem em um programa de mãe e filha.

Neste exato momento estão indo em uma festa onde só a Eliete de Manhattan vai estar presente.

Todos de famílias antigas e vangloriadas pelo mundo todo.

Como: Os Evans, os Walter, os Larson, os Williams e os novos Davis.

E sempre com os Evans no topo da liderança da Elite, sempre os mais fortes, ricos e educados de toda a Eliete de Manhattan.

Sempre fazendo o papel de família perfeita, como se eles fosse uma não é mesmo.

Chegando no tal lugar, a garota pode reparar bem, era uma linda mansão branca com seus leves tons avermelhados, a mansão dos novos Davis.

A garota se poupou de ficar boquiaberta, já havia visto muitas outras mansões mais lindas, inclusive a sua que poderia facilmente ser comparada a um castelo, uma linda casa branca em tons dourados de puro ouro, assim como os corrimões banhados a ouro.

Eles logo trataram de entrar e cumprimentar os anfitriões da festa.

Jorge Davis e Loren Davis, junto a três filhos, os gêmeos, Carl e Bonnie, e o filho mais velho conhecido pela jovem Brooke, Scott Davis.

O lindo garoto moreno de olhos verdes e cabelo castanho que perambula por aí distribuindo covinhas lindas e tentadoras.

Todos vestindo ternos e vestidos devidamente apropriados para a ocasião.

— Sai Carl. - resmunga Bonnie para o irmão que ficava a cutucando de momento em momento.

E são nessas horas que a garota agradece por não ter irmãos.

Pensem:

Não dividir a herança.

Não sofrer por implicâncias bobas.

Ser mimada sozinha e ganhar tudo o que quiser.

Tem coisa melhor que isso, e assim ela acaba pensando. Ainda bem que meus pais vivem trabalhando e não tem tempo para mais um filho. Bom. Na verdade eles não tem tempo nem para respirar direito, quanto mais para transar.

— Senhor e senhora Davis, é uma honra conhecê-los, e esses seus filhos são uma graça. - AHAAA!! primeiro passo para descobrir que meu pai quer saber o ponto fraco do possível inimigo. Elogiar a família.

— Oh, muito obrigado senhor Evans, sua família também é linda.

— Oh, muito obrigado, e por favor, me chame apenas de Bill. - segundo passo, deixe seu rival confortável.

— Ok, me chame apenas de Jorge.

— Ok caro Jorge, quer beber algo?

— Claro vamos lá. Já volto querida. - diz para sua esposa.

E pronto, terceiro, quarto e quinto passos.

Terceiro: Chamar seu rival de "meu caro".

Quarto: Chamar para tomar uma bebida.

E Cinco: Embebedar seu rival para ele contar todos os seu podres e segredos.

E é assim que os Evans fazem.

E alguns ainda se perguntam como ainda estamos na liderança, somos os espertos dos espertos.

Dou um pequeno sorriso de lado e volto a olhar para o resto da família.

Uma mulher de estatura mediana de cabelos loiros e olhos verdes, os gêmeos ligeiramente parecidos com a mãe, menos os olhos, eram duas lindas crianças loiras de olhos cor de jabuticaba, e o mais velho como disse antes, moreno puxando do pai e os olhos verdes puxados pela mãe, uma verdadeira obra de arte fora do museu.

Ando em direção ao mordomo e pego uma taça de Champanhe, sento em um local mais reservado e observo as pessoas.

E logo um homem musculoso moreno de olhos azuis entra no grande salão, acompanhado de uma mulher de cabelos pretos e olhos castanhos, o corpo era de modelo, mas o rosto. Credo!!

A mulher o acompanha um pouco desajeitada e vão até onde a família Davis está.

— Aquele é meu irmão mais velho, Tomás Davis. E aquela mulher provavelmente é uma acompanhante de luxo. - diz Scott saindo de Nárnia.

— Ele é bonito. Mas com certeza não sabe escolher acompanhantes. - digo dando um sorriso de lado.

— Eu... Eu queria te pedir para me acompanhar, até lá, fingir ser minha acompanhante sabe. Meu irmão sempre se acha melhor que eu, e eu queria mostrar para ele que eu consigo arranjar uma companheira. - diz todo desajustado.

— Tudo bem, venha. - me levanto e o puxo pela mão e ele me estende seu braço direto me fazendo cruzar meu braço esquerdo com o dele.

Não Confie Na Garota dos Cabelos de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora