ALANA
Depois de passar mal, saio do banheiro com a ajuda do Tom.
Ele me coloca na cama, e quero gritar com ele, mas não tenho forças.
Tom mentiu, fecho minha mente de tudo.
Eu fui tão estúpida, agora estou pressa a ele, com sua aliança no meu dedo e seu nome entrelaçado ao meu.
Eu fiz o que achava certo para salvar o homem que eu amo, eu não podia pensar muito, eu queria Thor bem.
O que ele acharia se soubesse o que eu fiz por ele?
— Anjo?
Me encolho para longe de Tom, eu quero ficar sozinha, eu preciso de descanso.
Eu jamais pensei que eu me tornaria isso, uma pessoa sem esperança, doente de tristeza.
Júlio Falcone conseguiu o que ele queria.
Ele não só acabou com o Thor me sequestrando, ele acabou comigo também.
— Eu não vou deixar você sozinha assim meu amor. - Tom passa a mão no meu rosto.
Ele leu meus pensamentos, ou eu falei para ele que queria ficar sozinha, não sei mais o que é sonho ou realidade.
Não, não tem nenhum sonho aqui, isso tudo é um pesadelo.
Não sei em que momento o cansaço me vence e caio na escuridão do sono, para ser despertada mais tarde com uma camada de suor no meu corpo.
Mais uma vez.
Eu preciso de ajuda, eu nunca fiquei assim antes de me trazerem para esse lugar, mas agora virou uma constante na minha vida.
Tom tirou minha calça em algum momento, estou apenas na minha camiseta e calcinha.
Levanto devagar, meu corpo treme, minha cabeça reclama com cada passo que dou até chegar ao banheiro.
Procuro um analgésico no armário do banheiro, encontro o vidro vazio, eu acho que estou ficando viciada nisso, lembro que faz apenas quatro dias que o Tom trouxe o vidro cheio.
Coloco meu roupão e desço até a cozinha para pegar um comprimido lá, essa dor está me matando, eu eu não vou conseguir voltar a dormir assim.
Ando a passos de tartaruga, pois não quero despertar ninguém a essa hora.
Júlio não está aqui, Tom deixou bem claro que ele está de olho no Thor.
A bile sobe na minha garganta mais uma vez por pensar no Thor em perigo, paro no pé da escada, respirando devagar para afastar o mal estar.
Na cozinha ascendo a pequena luz fraca que fica em cima da bancada, assim não chamo atenção.
Só entrei nessa cozinha um vez para pedir um copo de água para a minha mãe, porque ela passou mal durante em um dos nossos passeios.
Esse lugar é quente demais, tudo aqui é claustrofóbico.
Sem pensar tento abrir as gavetas e estão todas trancadas.
Eu sei que eles não deixam nada que eu possa usar com uma arma aqui.
As facas são longe das vistas, e fico até surpresa da casa está vazia, sempre tem um guarda ou dois a qualquer hora.
Mas assim que termino meu pensamento, levo um susto com a voz grave e entediante atrás de mim.
— Procurando alguma coisa?