The Contract - Fillie

Capítulo 6

Millie

As lágrimas de desespero escorriam por meu rosto, minha garganta parecia travar e tudo o que eu queria era acordar desse pesado. Sinto uma mão fria e áspera tocar meu rosto e fecho os olhos com força tentando me encolher. Outra mão desliza por meu braço subindo por meu pescoço até segurar meu cabelo com força, me fazendo soltar um pequeno grito de dor. Sinto sua respiração se aproximar do meu pescoço e me encolho tentando fugir do seu toque. O medo exalava de meu corpo assim como as lágrimas. Eu aguardava seu próximo toque nojento mas antes que o pudesse sentir abro os olhos e o vejo ser puxado com força para longe de mim. As cordas que minutos atrás apertavam as mãos de Finn agora estavam soltas em seus pulsos enquanto o mesmo caminhava possesso em direção ao assaltante que tentava se levantar. Com o impacto na parede sua arma havia caído no chão e antes que tentasse a recupera-la Finn já havia chegado até ele. Meu coração batia desesperado enquanto observava a briga à minha frente totalmente em choque, não demorando a ver Finn desferir um último soco no assaltante, o fazendo cair desacordado no chão.

Narradora

Wolfhard não sabia explicar o que havia sentido no momento em que viu aquelas mãos imundas tocarem em Millie. Não sabia como havia tido forças para partir as cordas, e tão pouco entendia o ódio que o havia levado a uma briga selvagem com um assaltante armado.  O moreno queria pensar que faria isso por qualquer mulher, mas no fundo sabia que aquele não era o motivo, afinal, Millie Bobby Brown não era qualquer uma. Ainda ofegante Finn corre em direção a futura esposa não demorando a desfazer os nós que prendiam suas mãos. Ainda tentava raciocinar toda aquela situação, mas antes que pudesse falar algo é surpreendido ao sentir o corpo de Millie se lançar sobre o seu em um abraço desesperado. A morena chorava e soluçava enquanto sentia os braços de Wolfhard apertarem ainda mais seu corpo. Apesar de todas as brigas e as circunstâncias que os levaram àquela situação, havia algo ali, algo que não estava condicionado no contrato. Millie se sentia segura com o cacheado, e no momento não queria sair dos seus braços tão cedo.

- Calma, vai ficar tudo bem! Já passou, ele não vai te tocar de novo.

- F-foi horrível!

-  Eu sei, mas já acabou! Agora você está segura!

O vocalista sussurra e antes que pudesse dizer mais alguma coisa ambos são surpreendidos com a porta sendo arrombada. Automática Wolfhard segura Millie com mais força e se coloca em sua frente temendo ser o outro assaltante, mas não demora a suspirar aliviado ao ver a polícia entrar na sala. 

"Agora sim, tudo havia acabado" 

Algum tempo se passa após o ocorrido no restaurante, e agora todos estávamos na frente do estabelecimento rodeados por policiais, paramédicos e jornalistas. Finn dava seu depoimento enquanto Millie era atendida por um dos paramédicos. Noah havia chegado há alguns minutos atrás e resolvia tudo para que o casal pudesse ir embora o quanto antes. O olhar do moreno recai mais uma vez sobre Brown e Finn sorri levemente ao ver que a jovem já estava mais calma. Ainda não entendia o motivo de tanta preocupação ou o que lhe levou a reagir daquela forma, mas tentava ao máximo não pensar no que havia acontecido naquele restaurante...talvez fosse melhor assim! Wolfhard termina seu depoimento e após conversar brevemente com Noah caminha em direção a morena.

- Você está melhor?

- Humhum!                       

Millie murmura confirmando com a cabeça e abraçando seu corpo devido o frio, não demorando a ver Finn tirar sua jaqueta e colocar sobre ela, a deixando ainda mais surpresa.

- Vamos, vou te levar para casa!

A jovem confirma mais uma vez e se levanta seguindo Finn até a moto. O caminho de volta havia sido feito totalmente em silêncio, e antes que pudessem perceber a moto já estava parada em frente ao prédio da morena.

- Ei, calma aí, vai devagar! O que houve?

Wolfhard questiona surpreso ao vê-la descer do veículo rapidamente enquanto praticamente corria para casa. Em um movimento rápido Finn a segue e a puxa de volta para si.

- O que houve?! Há minutos atrás eu quase fui abusada e você quase foi morto! Quer saber a verdade? A verdade é que você é um idiota!

 - O-o quê?

- É isso mesmo, você é um idiota! O que você tem na cabeça para fazer uma loucura daquela, seu babaca? Ele estava armado! VOCÊ É LOUCO!

Millie gritava totalmente fora de controle enquanto atingia o peitoral de Finn com socos e tapas. Wolfhard a encarava totalmente confuso e antes que pudesse receber mais um tapa segura os pulsos de Brown com firmeza, não escondendo sua surpresa ao ver que a mesma chorava desesperadamente.

- Idiota, babaca, louco! E-ele podia ter te matado. P-por que fez isso, hein?! E se algo tivesse acontecido com você? Ia ser minha culpa, ia tudo ser minha c-culpa! 

A morena declara entre soluços e não demora a sentir Finn a puxar para mais um abraço. Não sabia ao certo o que estava acontecendo, ambos viviam brigando e estavam unidos unicamente por uma folha de papel, mas naquele momento Millie não conseguia imaginar uma realidade sem aquele teimoso arrogante. Observar a briga entre Finn e o assaltante a fez se sentir totalmente frágil e incapaz, não poderia fazer nada para ajudar, e se algo houvesse acontecido com o moreno de cabelos cacheados se sentiria terrivelmente culpada. Ainda abraçados Millie aperta o corpo à sua frente com mais força, sentindo seu coração começar a se acalmar.

"Ele estava bem!"

Ambos sabiam que talvez voltassem a brigar no dia seguinte, mas naquele momento mesmo sem perceberem o casal agradecia aos céus por ainda estarem ali, nos braços um do outro.

Uma Semana Depois

Millie

Me olho mais uma vez no espelho e sorrio levemente ao ver a expressão encantada nos olhos de Sadie diante da minha última prova do vestido. Uma semana havia se passado desde o susto no restaurante e amanhã seria meu casamento. Sadie havia enlouquecido ao saber o que tinha acontecido e acabou criando uma teoria ridícula de que eu e o Finn sentíamos algo um pelo outro. Bom, o Finn continuava o idiota de sempre e as brigas se tornavam ainda mais constantes. Mas apesar de tudo, naquela noite eu havia conhecido um lado dele que acreditava não existir, e por mais que finginssemos ter esquecido tudo o que aconteceu, eu sabia que jamais esqueceria o que ele havia feito por mim naquela noite.