1- " Desculpa "

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Pov Macarena

Perdi grande parte da minha vida dentro de uma prisão , se essa era a intenção de Simón ... realmente ele conseguiu . As vezes me pego pensando como seria a minha vida se eu não tivesse me envolvido com um homem casado que ainda por cima era o meu chefe ,ou então me pego pensando " e se tivesse dado certo ? eu iria ter uma vida mesquinha ao lado de um velho , criando meu filho ?. Ele iria assumir a criança ?" .  Esse tipo de pensamento sempre invade minha cabeça quando olho a minha volta e percebo que vim parar aqui por causa de uma paixão , que certamente nunca foi reciproca.

No momento estou deitada na cama da minha cela ,  tentando voltar minha atenção no livro que acabo de pegar na biblioteca , uma das coisas que ajuda abafar a  minha ansiedade ...

_ Uma das grandes contradições de meu amigo Sherlock Holmes é ser um dos homens mais racionais e organizados no combate , mas completamente desleixado nos hábitos pessoais ... _  " Parece até alguém que eu conheço " penso ao ler tal paragrafo . Sinto a presença forte de alguém ao meu lado , e então meu olhar se desenvencilha do clássico Sherlock Holes e acaba se encontrando com uma imensidão verde que ali estava 

- Perdeu algo ? - Pergunto voltando meu olhar para o livro 

- Vai pra onde ? quando sair daqui - Zahir fala ignorando minha pergunta . depois de tanto tempo aqui graças a nossa fuga , acabamos que eu e Zulema estamos melhores um pouco 

- lhe interessa ? - Respondo não dando bola para sua curiosidade 

- Porra, eu  to falando com você , será que ao menos da pra olhar no meu olho ? - Ela tira o livro da minha mão o jogando na mesinha que tem no meio da cela 

- Você ta no livro, sabia ? - falo depois de ter bufado pelo ato anterior da mais velha -  o que quer?

- Vamos ser soltas nesta tarde e nem se quer tocamos no assunto - ela fala sentando, literalmente na mesa 

- Porque caralhos falaríamos sobre o que vai acontecer lá fora ? - pergunto com se fosse óbvio 

- Tem dinheiro ? parente ? pois é né - Zahir da uma risadinha cínica  

- não , não tenho dinheiro e muito menos parente . Nem te digo o porque  - me levanto da cama com um sorriso amarelo no rosto e sigo para a porta porém ela puxa meu pulso me fazendo dar alguns passos para trás . a encaro e ela olha pro chão soltando o meu pulso 

-   Desculpa - ela fala quase inaudível - nunca fez parte do meu plano te machucar ou machucar tua família - seu olhar se encontra mais uma vez com o meu antes dela sair pela aquela porta me deixando com os meus pensamentos 

Me taco na cama novamente , porem perdi a minha vontade de ler . " Desculpa ... " a voz de Zulema ecoa na minha cabeça , acho que nunca imaginei essa palavra saindo da boca da mesma . Não é como se fosse a coisa mais normal do mundo ela pedir desculpa por algo que cometeu , não esperava pois não a culpo . Somos vitimas de nos mesmas , por mais que nos esforcemos para mudar , para nos adaptar ... para ser o que esperam  , no fim ... quem ganha é a nossa parte mais autentica , a mais animal . Eu não preciso que um acontecimento causado por mim mesma  diga quem eu sou de verdade ... eu sei quem eu sou 

Me levanto da cama com um único propósito , encontrar Zulema . O relógio da cela bate as quatro em ponto , horário ao qual a mesma normalmente fuma no pátio . sigo em passos largos para o mesmo , em meio a multidão sua áurea se destaca .

- Não sei pra onde vou - respondo a pergunta que ela havia feito , me  sentando no chão ao lado da mesma 

- Pois somos duas ... 

... 

" Meu Mar De Confusões " - ZurenaOnde histórias criam vida. Descubra agora