22- " Dinda "

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Pov Zulema

~ Zulema ,vai dormir já e três da manhã - a cigana diz acendendo a luz ao me ver sentada na mesa da cozinha escrevendo

Faz um mês desde que tudo aconteceu , e desde então estou morando com Saray ...

" Flashback "

Antes de sair , olho uma última vez nos olhos de Macarena , e sinto um aperto no coração , tudo que mais quero no momento e abraçar ela e dizer que o seu sentimento e recíproco , dizer que vai ficar tudo bem , que vamos seguir de agora em diante juntas e que tudo que disse aquele dia era mentira

Porém sou covarde novamente, me rendendo ao medo de ela se aproximar de mim e morrer como todos os outros , meus olhos se enchem de lágrima e antes que ela possa perceber vou embora

Corro pra dentro da mata , os galhos cortam meu rosto e não paro de correr até que minhas pernas fiquem moles me fazendo cair

Me permito colocar tudo pra fora em forma de choro , sinto um misto de sentimentos , de medo... de a perder para a morte , de nojo ... de mim mesma por ter a deixado pra trás , de raiva ...dela ter ido me salvar , de tristeza ....por saber que ela vai presa por ter tentado me ajudar e mais milhões de sentimento que rodeiam meus pensamentos

- você e uma covarde Zulema - falo pra mim mesma em meio ao choro - quando ia me declarar pra Rúbia vem um infeliz e atira nela , genial , deve ser o destino me falando pra ficar quieta

Deitada no chão, chamo seu nome mesmo sabendo que quem precisa de ajuda e você , escuto de longe sirenes , sinto um ódio ao saber que você vai ser enfiada naquela ratoeira de novo , mais um alívio por saber que vão te salvar , por favor você tenque sobreviver , luta , luta pra deixar a chama do seu brilho acessa , luta ... Por mim

Sigo sem rumo com a lua iluminando meu caminho , a cada passo sinto vontade de voltar correndo porque sei que estou me afastando de você , o barulho da cidade logo se faz presente . Derrotada , sigo chorando para o único lugar que sei que tem alguém que me entende , coloco meu capuz e subo os andares que parece ser infinitos , fico parada em frente a porta tentando secar as lágrimas que continuavam caindo do meu olho de forma involuntária , mais logo desisto e bato na porta , uma ... , Duas ... , Três vezes , mais nada , desistindo me viro indo embora porém a porta e aberta e eu continuo na mesma posição , de costas

~ ei , quem e você ? - reconheço a voz de Vargas e me viro , fazendo ela ver quem e - meu deus , oque você fez ? - ela diz olhando os cortes em meu rosto e meus olhos que certamente estão inchados pelo choro , não respondo apenas continuo a encarrar o chão e ela completa - vem entra

Assim que entro me sento no sofá tirando meu capuz , escuto a porta ser fechada e logo Saray se senta ao meu lado , antes que ela pudesse começar a falar eu quebro o meu próprio silêncio

- preciso de um lugar pra ficar, minha casa certamente a essas horas já tem policial até no teto ... Se quiser eu vou embora , imagino que não quer que sua filha tenha contato comigo - falo sem a olhar nos olhos

- não vou te deixar na mão mesmo não sabendo que merda você fez , e que ideia e essa ? Eu quero que minha filha seja fodona igual você isso sim - ela diz me arrancando um sorriso

Saray me bombardeou de pergunta ,mais não respondi nenhuma , não quero que ela se envolva e minha cabeça está em outro mundo pra pensar em mentiras pra responder , fico ali olhando fixamente pro chão

" Flashback off "

- já vou - respondo ainda escrevendo

- foi oque você disse a quatro horas atrás , o que você tanto escreve ? - ela diz aparentemente irritada

" Meu Mar De Confusões " - ZurenaOnde histórias criam vida. Descubra agora