21.2

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O restante do dia até que foi tranquilo. Eu evitei ver Samantha o máximo que pude, não dá pra ficar perto dela sem conseguir não lembrar da nossa madrugada. Mas o problema é que ficar longe também não estava adiantando. A toda hora eu me pegava pensando nela, e me repreendia por isso, mas não demorava para que aquele ciclo voltasse a se repetir.

O remédio que tomei de manhã realmente fez efeito na minha dor de cabeça, mas ainda sim eu sentia que meu cérebro estava prestes a explodir.

Foi tentando me distrair que caminhei até o campo. A maioria dos alunos estavam enfurnados na biblioteca estudando para as provas, então pensei que lá não teria ninguém para me incomodar. Bom, eu estava enganado.

Assim que cheguei, avistei de longe Arielle sentada na arquibancada fumando um cigarro. Pensei em dar meia volta, mas a loira me viu chegar e logo acenou para mim, o que me fez caminhar até ela com as mãos no bolso do casaco de moletom.

-Você não devia estar estudando? -Perguntei subindo alguns degraus para me sentar ao seu lado.

-Eu não, já nasci inteligente. -Ela sorri me observando.

-Ah, tá, vou fingir que acredito.

-E eu vou fingir que isso não foi uma ofensa. -Diz com um sorriso irônico e eu logo me sento ao lado dela

Eu não costumo reparar o céu e essas coisas, mas hoje especialmente, o céu estava incrivelmente lindo, pintado de uma tonalidade azul claro e decorado por algumas nuvens ao sul, o que realmente chamou minha atenção.

-Como você está? -Perguntou me tirando de meus pensamentos.

-Bem, e você? Fiquei sabendo que começou a namorar...

-Estou bem também, e sim, estou namorando. Agora sou uma garota compromissada. -Ela brinca com os dedo, chamando minha atenção para algo.

-Não vejo uma aliança. -Aponto para onde deveria ter uma aliança e ela sorri negando com a cabeça.

-Não tenho uma, eu tenho um medalhão.

-De frango? -Ironizei.

-Idiota. -Respondeu rindo. -É claro que não, é um medalhão de verdade, um cordão. -Enquanto falava ela segurou o pingente do cordão, chamando a minha atenção para ele.

-Ah, entendi. Mas por quê não uma aliança? -Por incrível que pareça, eu realmente estava curioso.

-Oliver tem um bloqueio emocional com coisas sentimentais, ele evita clichês o máximo que consegue, mas no fim, acaba sendo fofo e romântico. Igual nisso de não me dar uma aliança pra me dar um cordão, ele acabou criando algo só nosso, o que é romântico e especial. - Minha irmã falou tudo com um sorriso bobo nos lábios, era nítido os seus sentimentos pelo rapaz.

-Entendi. -Foi só o que eu disse antes de voltar a olhar pro céu, e imediatamente a lembrança do dia em que Samantha e eu fomos ver as estrelas veio na minha mente, me deixando desconfortável comigo mesmo.

A forma que os mínimos detalhes me fazem lembrar dela é incrível e também enlouquecedor. Eu não consigo passar mais de duas horas sem pensar nela. As vezes só em ver algo aleatoriamente amarelo eu já me lembro o quanto aquela doida gosta de assistir Bob esponja. Que tipo de doença eu tenho?

-No que está pensando?

-Ahn? -Arielle mais uma vez interrompeu meus pensamentos, e eu demorei alguns segundos para raciocinar sua pergunta. -Nada não.

-A veia da sua testa saltou. -Ela falou me fazendo revirar os olhos. Desde que éramos crianças, arie diz que toda vez que minto, a veia da minha testa salta, o que provavelmente não é verdade.

Meu colega de quarto.Onde histórias criam vida. Descubra agora