✨Capítulo 02✨

20 4 0
                                    

|• Scarlett Rivera •|

Já fazem dois dias desde que perdi meu emprego. Eu já fui em todas as cafeterias possíveis, em algumas agências a procura de empregos sem precisar ter experiência com algo além de servir mesas e fazer café. E adivinhem? Não consegui nada. Cafeterias lotadas, empregos que precisam de pessoas que somente tem experiência com algo. Ou seja, estou completamente ferrada. Eu preciso arranjar um emprego rápido, ou as coisas lá em casa vão ficar horríveis...

Depois de ter um dia exaustivo na faculdade, cheguei em casa, tomei um banho e fui assistir algo na sala. Por algum milagre, meu pai não estava sentado na sala, bebendo várias e várias cervejas. Mesmo achando estranho, me sentei no sofá e liguei a tv. Tentei me distrair com algum filme, mas a preocupação não saía da minha cabeça por nada.

— Família, cheguei!

Escutei a voz do meu pai, entrando pela porta e quando me virei para vê-lo, ele estava sorrindo feito bobo.

— Tá tudo bem?

— Sim. Só saí pra beber um pouco.

— De novo, pai?

Me levantei e fui até ele, vendo que estava completamente bêbado, mas pelo menos conseguia falar.

— Scarlett, não começa.

— Não começa? Você tá desempregado, Trina nunca trabalhou e a única coisa que sustentava essa casa era o dinheiro que eu ganhava na cafeteria.

— Viu? Não tem porque se preocupar. Ainda temos o seu dinheiro.

— Temos, temos muito com o que se preocupar. Eu fui demitida, pai.

— O que?

— É, pois é...

— Você é uma imprestável mesmo.

Como????

— Você nunca fez nada de bom por essa família. E quando eu penso que você começou a entrar nos eixos você é despedida? Você é uma completa inútil!

Ouvir aquilo foi extremamente doloroso pra mim. Eu não sei nem explicar o que eu sinto. Tristeza? Ódio? Mágoa? Não sei. Eu só sei que queria sair dali o mais rápido possível e foi o que eu fiz. Peguei meu celular e saí de casa às pressas. Resolvi ir no café ver a Tanisha e comer alguma coisa com o dinheiro que sobrou hoje. Quem sabe assim eu me distraia e pare de pensar no que meu próprio pai disse pra mim. Eu estava tão sem acreditar que ele tinha me dito aquilo que, nem chorar, eu estava conseguindo.

Assim que cheguei a cafeteria, me sentei em uma mesa um pouco afastada e quando Tanisha me viu, veio até mim. A mesma havia perguntado se eu estava bem e eu apenas respondi que sim e fiz meu pedido. Não queria preocupar ela, ainda mais em seu horário de trabalho. Odeio ser um peso na vida das pessoas. Talvez eu não devesse nem estar aqui. Mas agora eu já estou. Depois de uns breves minutinhos, meu pedido havia chegado e eu fiquei mexendo no meu celular enquanto comia e esperava o turno de Tanisha terminar. Mesmo sozinha, está sendo bom ficar aqui. Assim eu penso menos no que aconteceu a minutos atrás. Eu estava tendo uma certa paz agradável, até uma certa pessoa me atrapalhar.

— Desculpe o atraso.

Um cara, moreno, bem forte, aparentando ter no mínimo 45 anos se sentou na cadeira a minha frente e eu fiquei olhando pra ele sem entender nada.

— Você deve ser a babá que a agência nos mandaram.

— Desculpe, quem é você?

— Seguinte, eu tô super atrasado então vamos logo com isso. Me chamo Stewart Beck e você foi contratada pela minha esposa para ser babá da minha filha.

A Babá da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora