Capítulo I

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Oi gente, tudo bem? Estou retomando meu hobbie de escrever, fazem anos que não crio uma história ou público alguma. Não sei se alguém vai chegar a ler ou se interessar pela história, mas se caso alguém for ler, espero que goste! Ahsshsuhsu enfim era isso, alguns pontos importantes da história, ela se passa na cidade real de Avesta que fica na Suécia (visitei a alguns anos atrás e amei essa cidadezinha) e se passa no ano de 2006. Era isso, então, se alguém for ler, espero que goste :)





                                                                            CAPÍTULO I:


-O corpo foi encontrado hoje pela manhã, na floresta ás margens do Rio Dal, entre as cidades de Avesta e Mansbo .- A voz masculina preenchia o silêncio que cobria a sala de estar impecavelmente arrumada. O som da televisão foi aumentado.- A polícia considera o caso como assassinato.

            A atenção do homem é voltada para o som de passos vindos da escada atrás de si. A garota desce os degraus em um vulto, indo até a mesa de madeira rustica a sua frente. Suas unhas, vermelhas como sangue, agarram o pêssego disposto na fruteira de ferro posicionada impecavelmente sob a mesa. Os olhos castanhos claros, quase como mel, dirigem-se ao homem de barba sentado no sofá. Um sorriso forma-se em seus lábios. O homem sorri de volta, desligando a televisão de tubo com um aperto rápido no botão do controle remoto. Em um movimento lento, ele levanta-se do sofá amarelo e surrado, andando em passos lentos até a garota alta e esguia em sua frente.

-Não sabia que você já estava acordado, pai. – A voz melodiosa da garota ecoa pela casa, sendo recebida pelo sorriso contido e tímido de seu pai. – Vou até o lago, combinei de encontrar as garotas lá hoje.

               A menina, de cabelos castanhos claros, beirando tons de ruivo, vira-se e coloca a bolsa de couro vermelho, que antes estava descansando no encosto da cadeira de madeira, em seu ombro esquerdo, voltando-se para seu pai e sorrindo alegremente. Era inicio do verão, uma época cultuada e recebida com alegria na Suécia. Era o inicio das festividades de Midsommar. Eram os dias mais aguardados pelos jovens, dias de bebedeira, festas, comidas exóticas, tudo para celebrar a chegada do tão esperado verão, raro em terras nórdicas. O pai da jovem assente com a cabeça, dirigindo um olhar terno para sua filha. Fazia meses que não a via, ter ela em casa era um motivo que acalentava seu coração. Kaia estava vivendo longe de seu pai a pelo menos 1 ano. Ela estava morando em Uppsala, fazia faculdade de direito na Universidade de Uppsala, fora o orgulho de seu pai quando conseguiu a vaga em uma das universidades mais concorridas da Suécia. Este sempre foi o sonho dela, estudar e morar em Uppsala, uma cidade grande, longe das fofocas e picuinhas que rondavam as ruas da pequena cidade de Avesta. Mas seu coração sempre ficou dividido em deixar seu pai para trás, vivendo sozinho e tendo que lidar com tudo por conta própria. Sempre fora apegada ao seu pai, desde criança o considerava o seu melhor amigo. Sempre fora eles dois, juntos, feito unha e carne. Serviam de alicerce um para o outro, sempre foi assim, desde a morte de sua mãe. Definitivamente não era agora que ela iria deixa-lo sozinho, mesmo morando a quilômetros de distância, sempre que podia, Kaia vinha para visitar seu querido pai.

-Okay, aproveite filha, mas não volte muito tarde, esses últimos dias estão perigosos. –Joseph Blom permitiu que sua voz escorresse por sua garganta, o tom preocupado de sua voz atingiu as estruturas de Kaia.

-Eu sei pai, ouvi falar do que aconteceu. – Deu uma mordida no pêssego, sentindo a polpa doce e viscosa da fruta encher sua boca e então a sua garganta. – Pode deixar que irei me cuidar; bom, já vou indo, se cuida!

            Kaia passou por seu pai, deixando um beijo em sua bochecha áspera e saindo de casa rapidamente. Deu mais uma mordida na fruta e a jogou na lata de lixo verde, disposta na pequena varanda que dava entrada a sua casa. Em passos largos dirigiu-se até a bicicleta amarela, estacionada rente o cordão da calçada. Começou a pedalar, sentindo a brisa quente invadir seu rosto, seus cabelos ondulados dançando conforme a brisa. Suas pernas desnudas sentiam o calor do Sol tocá-las, sentindo aquela sensação aconchegante que o verão lhe trazia. A melhor época do ano para ela. Um sorriso largo surgia em seus lábios rosados, a alegria de estar de volta na cidade enchia sua mente. Sentia falta do tempo que havia se passado, do tempo em que não possuía tantas preocupações e responsabilidades. As ruas tão conhecidas por ela surgiam em sua frente como um telão de cinema, suas lembranças corriam sua mente.

Avesta: O Legado das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora