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Dois meses depois...

BILLIE EILISH

- Ja cuidou do carregamento de drogas? - olhei pro Duncan e ele assentiu - Ja chegou na distribuição? Ou vou ter que cuidar disso de novo?

- Ja ta tudo certo - ele me garantiu e eu assenti, encarando Charles do meu lado esquerdo.

- E as armas? - arqueei uma sobrancelha.

- Você sabe como é o carregamento que vem da Bolívia, né? Um atraso que só - ele riu nervoso e eu franzi o cenho.

- Eu não tenho nada a ver com isso, da um jeito e agiliza essa porra - mandei - Quero o carregamento em terra em, no máximo, dois dias.

- Mas Billie... - o cortei.

- Eu não quero desculpas, Charles. Eu quero que resolva, entendeu? Senão você sabe a consequência - falei duramente e ele engoliu em seco, abaixando a cabeça e assentindo. Mirei meus olhos no Brian dessa vez e arqueei a sobrancelha - E o carregamento de mulheres? - perguntei cruzando os braços, ja sabendo do erro que ele cometeu.

- A polícia descobriu - disse ja com medo e eu arqueei uma sobrancelha, divertida, me inclinando pra trás na cadeira. - Eu tentei impedir, eu juro que fiz de tudo pra eles não pegarem, mas... Mas eu... - começou a gaguejar e eu não pude conter minha gargalhada.

Me inclinei na mesa, encarando seus olhos da forma mais intimidadora que eu sabia e sorri cínicamente pra ele.

- Sabe, Brian... Eu pensei que você era mais esperto que isso - comecei e vi ele engolir em seco - Você sabe, eu tenho muitos informantes na polícia - eu sorri ainda mais abertamente - E eu sei que não teve nenhuma batida policial na minha carga de tráfico humano.

- Mas... Billie, eu... - eu o cortei, voltando a me inclinar na mesa.

- Eu sei pra quem foi a carga, Brian. E sei o quanto você recebeu pra rouba-la - eu sorri novamente - Eu só não sei como você teve a coragem de aparecer nessa reunião.

- Eu não... - ele começou, tentando se justificar de novo, mas parou no meio da frase me encarando assustado e saindo correndo, sendo impedido por dois dos meus seguranças que o seguraram e trouxeram até minha frente novamente, fazendo ele se ajoelhar rente a mim - EU PRECISAVA DO DINHEIRO!

- Pra que? Pro iate de luxo que você comprou essa semana? - soltei uma gargalhada e peguei minha arma em cima da mesa, destravando o gatilho e encostando o cano na sua testa - Boa viagem pro inferno, filho da puta - e apertei o gatilho, vendo seu corpo cair sem vida em frente a mim. Me levantei e passei a mão em cima da minha blusa, afim de tirar as gotas de sangue em cima dela e encarei os outros dois que me olhavam assustados - Semana que vem nos encontramos aqui de novo. - falei e sai em seguida.

Coloquei meus óculos escuros e sai do galpão, indo direto pro meu carro e ascendendo um cigarro assim que entrei nele. Peguei meu celular no banco do carona e vi duas ligações perdidas da clínica que a Darya estava internada. Imediatamente retornei a ligação, merda.

- Centro Clínico The Hills, em que posso ajudar? - ouvi a voz fina da recepcionista soar depois de alguns toques.

- Oi, aqui é a Billie, esposa da Darya Al-Attar, tem duas ligações perdidas de vocês aqui, aconteceu alguma coisa com ela? - perguntei ja agoniada, esperando o pior.

- Ah, oi senhorita Eilish - ela disse simpática - As ligações foram pra te avisar que a sua visita já está liberada. O psiquiatra deixou a liberação conosco hoje pela manhã - ela falou e eu arregalei meus olhos.

- Ah, mas... Ja? - eu perguntei sem saber muito o que dizer - Quer dizer, não ta muito cedo?

- Bom, o doutor Anthony discorda - soltou uma risadinha e eu engoli em seco.

- Tudo bem e - eu comecei a coçar minha cabeça de nervosismo - Qual horário eu posso ir visita-la?

- Até as cinco da tarde as visitas são liberadas - ela falou e eu encarei o relógio, vendo que eram três horas da tarde - Quer agendar a sua?

- Pode ser, hm... - limpei a garganta - Pode agendar pra mim daqui uma hora?

- Sim, claro! - ela murmurou - Daqui uma hora sua esposa estará preparada.

- Tudo bem, obrigada - eu murmurei ainda sem saber muito o que pensar e desliguei o telefone em seguida.

Olhei pra frente e dei partida no meu carro, começando a dirigir ja em direção a clinica, contando com o fato de ser um tanto longe de onde eu estava.

Faziam dois meses que eu não via ela. Eu só ligava pra saber como ela estava, e soube que ela teve uma melhora significativa nos últimos tempos. Foquei feliz em saber que finalmente ela ta preparada pra me ver, mas porra, será que eu tô preparada pra ver ela?

A última coisa que eu quero na minha vida é magoar ela mais uma vez. A última vez em que a vi, naquela porra de hospital, transtornada e drogada, eu prometi a mim mesma que eu faria de tudo pra não repetir o mesmo erro, pra não magoar ela mais uma porra de vez. A Darya é uma das melhores pessoas que eu ja conheci, apesar de as vezes não parecer. Ela só sofreu pra caralho, e várias vezes por minha culpa, e por isso que ela ficou desse jeito.

Eu parei no sinal e acendi mais um cigarro, não contendo minha ansiedade. Eu não sabia o que pensar, como agir. Eu não sabia nem o que eu ia falar quando visse ela, não conseguia nem imaginar esse momento.

Nos últimos meses soube pelo seu psiquiatra que ela falava e perguntava muito de mim, que ela entendeu o que aconteceu naquele dia e que agora sua cabeça ta trabalhando melhor do que naquela época. Mas mesmo assim, o medo é maior que tudo. Medo dela ficar assustada, medo dela se desesperar de novo, pior ainda: medo de ser um gatilho pra ela.

Após mais ou menos cinquenta minutos, cheguei em frente ao centro de reabilitação dela. Estacionei meu carro no estacionamento de visitantes e fiquei ali, parada, encarando o nada pelos próximos dez minutos que me restaram. Quando vi que eram quatro horas, me levantei e arrumei minha roupa, cobrindo as manchas de sangue com o meu moletom que tava no carro, ativei o alarme e fui em direção a entrada.

Assim que cheguei lá, me identifiquei e prontamente uma das recepcionistas foram me acompanhar até onde a Darya me esperava. Depois de andar mais uns cinco minutos, chegamos em uma área aberta com várias árvores e bancos, e logo eu avistei ela sentada em um deles. Não me impressionava que ela me esperasse aqui, ela sempre foi apaixonada por jardins, árvores e afins. Tanto é que ela me obrigou a construir a nossa casa na chácara que era dos meus pais, próxima ao lago.

Eu estagnei onde eu tava e continuei a encarando de costas. A recepcionista já havia ido e eu nem havia percebido, já que eu estava vidrada nela ali em frente.

Não demorou muito e ela se virou, me encarando ali atrás estática. Eu engoli em seco, com medo do que vinha a seguir. E o que veio realmente me pegou de surpresa. Ela andou até mim devagar, e quando chegou a minha frente, me puxou pra um abraço forte o qual eu quase nem conseguir retribuir. Assim que acordei dos meus pensamentos, circulei sua cintura com meus braços e a apertei mais próxima a mim, enterrando meu rosto na curvatura do seu pescoço e sentindo seu cheiro, ja sentindo meus olhos arderem.

- Eu senti tanto a sua falta - ela quebrou o silêncio, ainda me abraçando e eu suspirei pesadamente, beijando o pescoço dela e continuando ali, enquanto sentia meu coração querer sair do meu peito.

Puta que pariu, como eu sentia falta dessa mulher.

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Na vdd acho q vai ter 30 caps no máximo mesmo, sabe. Cada dia uma coisa kkkk enfim

Na enquete a fic que ganhou foi Forced. Depois ficou meio empatado entre burn e july pra ser a próxima (dps de forced taokei) então desempatem aqui rsrsrs

É isso moressssss, beijos

kidnapped | second season Onde histórias criam vida. Descubra agora