Olhando pela janela do quarto consigo sentir os pingos gelados da chuva sobre o meu rosto. Eu não paro de olhar a rua, esperando você voltar.
Hoje está frio e choveu bastante, já está quase anoitecendo e eu me pergunto: onde anda você?
Por mais que eu tenha tentado te esquecer, qualquer situação feliz me faz lembrar do seu sorriso, e toda vez que me sinto triste lembro daquele seu abraço acolhedor.
Queria poder conversar com você e entender o que aconteceu. Gostaria de poder ter dado um último abraço, e de poder ouvir sua voz pela última vez.
Será que você realmente me amou? Ou será que, no fim, você tinha outro amante?
Já vai fazer dois anos e eu ainda não consigo aceitar. E aqui, olhando pela janela mais uma vez, me pergunto onde anda você e o porquê de ter me deixado assim sem sequer se despedir.
Será que você foi por vontade própria?
Às vezes me perco nos meus próprios pensamentos e me pergunto se você não foi capturada. Ou se perdeu a memória. Ou se tem várias personalidades. Talvez eu só esteja louco, e você nunca existiu.
Mas não, eu sei que você existiu, eu lembro de seu toque e de detalhes que eu não seria capaz de criar. Também tenho certeza que você nunca cometeu nenhum crime, você é uma garota tão amável, nunca faria algo do tipo.
De qualquer forma, ainda sinto sua falta.
E por falar em saudade. Onde anda você? Onde anda os seus olhos, que a gente não vê. Onde anda esse corpo? Que me deixou morto de tanto prazer
Eu gostaria de uma despedida, de ao menos poder te ver mais uma vez. Desde que você se foi, conseguir dormir se tornou algo quase impossível de me acontecer.
Estou escrevendo essa carta no dia 05 de setembro de 2020 às 04:45, e eu sei que ela não vai ser enviada para você.
Mesmo que eu quisesse, não sei mais seu endereço, não sei onde anda você. Vou deixá-la aqui mesmo sabendo que você nunca vai ler, é só que escrever é o melhor jeito de enganar o vazio que existe dentro de mim desde de que você se foi.
Essa deve ser a décima primeira carta que lhe escrevo, já faz dois meses desde a última.
Minha última lembrança que tenho de você, foi aquele dia em minha casa em que tínhamos acabado de chegar de um longo dia. Lembro-me do quão bom foi esse dia, tínhamos ido ao cinema e andamos de mãos dadas pelo parque de diversões.
E naquele mesmo dia que estávamos juntos, quando chegamos em casa, lembro-me de ter cochilado em seu colo. Mas quando eu acordei, jogado naquele sofá, você já não estava comigo.
Desde então nunca mais vi você. Você sumiu de todas as redes sociais.
Eu ainda sinto seu cheiro e me pergunto: onde anda você?
Uraraka, você nunca vai deixar de ser minha perdição. Sinto saudades do seu sorriso. Sinto saudades do seu rosto. Sinto saudades da sua beleza, dos seus carinhos e tudo que tínhamos.
E por falar em beleza. Onde anda a canção? Que se ouvia na noite, dos bares de então. Onde a gente ficava, onde a gente se amava em total solidão.
De onde quer que você esteja, gostaria que você me enviasse um sinal de que está bem, se tem abrigo, se está comendo e até mesmo se encontrou outro alguém.
Sinto como se nunca mais eu pudesse ser eu de novo. Sinto que nunca vou saber onde anda você.
Eu te amo e sinto saudades. Onde anda você, cara redonda?
- Ass: aquela versão de você.
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Onde anda você; Kacchako
PoetryAonde Bakugou já não aguentava mais a saudade que Ochako fazia em sua vida, e despeja os seus sentimentos em uma carta que nunca chegará até seu destinatário. "Por mais que eu tenha tentado te esquecer, qualquer situação feliz me faz lembrar do seu...