De Hoje

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Na noite que Órion se alinhar com a montanha meus filhos me esperem no topo dela que eu os trarei até mim, eram essas as palavras que não saiam da minha cabeça quando acordei no dia seguinte, era como se estivesse grudado no meu cérebro, uma informação vital para minha existência. Conferi com Marlene se a mensagem estava correta e ela afirmou então expliquei o que era o cinturão de Órion e sugeri que esperassemos a noite para tentar observa-lo embora eu não tinha certeza se esta constelação ficava visível naquela parte do ano, chegando a noite eu confirmei essa hipótese e voltei para casa para retornar ao acampamento quando Órion estivesse visível, o que deu uns 15 dias, cheguei na serra da Piedade pela noite e fui direto mostrar o cinturão pras pessoas do acampamento, expliquei que ele ficaria visível e se mexendo por 18 dias e que tínhamos que olhar todo dia de cima da montanha até Órion ficar perfeitamente alinhado.

Tudo me indica que vai ser hoje, na décima terceira noite, penso isso por dois motivos: primeiro o mais lógico, cada noite a constelação tem chegado mais perto de nós, ontem tinha gente pensando que seria o grande dia, mas não, eu sei que é hoje pois dois, o número 13 tem me perseguido por sonhos, desilusões lisérgicas e devaneios, tenho plena certeza que é Akupãra falando comigo, não é só isso que os sonhos mostram mas eu não tenho tempo, sinto que não vou mais voltar pra Belo Horizonte e tô feliz por isso, deixo esse registro para a humanidade: eu, Roberto Baptista, cidadão brasileiro, declaro iniciada a exploração espacial por parte da raça humana!

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