Capítulo 3 - Segredos.

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– Posso gravar o que você acabou de dizer? – Sana perguntou de um modo bastante divertido e eu não evitei de olhar para ela de modo estranho. – Foi melhor que o colar da amizade.

Então, subitamente eu entendi. Fiz minha melhor expressão de "Fala sério" pra ela e isso foi suficiente para sua risada encher o quarto. Era simplesmente incrível como essa japonesa não se esquecia das coisas que costumavam incomodá-la e sua implicância queixosa espontaneamente subisse em um trono.

O colar da amizade era o que eu e Somi tínhamos, foi basicamente meu presente de natal para a garota há dois anos atrás. Ato que deixou a Sana completamente enciumada e fui perturbada com comentários querelantes por muito tempo.

– É definitivamente melhor do que ter um colar de ouro branco com peças de quebra cabeça que se completam escrito "Best Friends – D&S" – Disse me zombando – Eu não falei antes pra não magoar, mas foi cafona viu?! Pelo menos a nossa frase é mil vezes melhor e apenas nossa.

– Tá falando assim pois tem medo de confessar que queria que o S do colar fosse Sana e não Somi, que eu sei. – Rebati em alto bom som.

Ela arqueou uma sobrancelha e molhou os lábios com a língua brevemente, o que foi suficiente para que meu interior tremesse inteiro.

– Ainda teremos um "D&S", com o S de Sana, porém definitivamente não num colar de amizade cafona. Ai de você se me inventar de me presentear algum dia com isso! – O tom ameaçador me fez rir.

Foi entre nossas risadas cúmplices que a porta do meu quarto se abriu.

– Que ótimo hein – A minha mãe começou com os braços cruzados. – Daqui a pouco é hora do almoço e as bonitas tagarelando sem parar como se não tivessem nada pra fazer!

Sana foi a primeira em sentar na cama e tentava arrumar os cabelos bagunçados.

– Bom dia, Sra. Kim. – Deu um sorriso amarelo e foi o suficiente para minha mãe descruzar os braços para chegar perto e abraça-la de lado.

– Bom dia, minha filha postiça. – Um beijo foi depositado no topo da cabeça da japonesa.

– Bom dia, minha filha de ouro. – Minha mãe disse me dando um beijo perto do meu olho esquerdo e em seguida passou saliva no dedo indicador para limpar uma remela no meu olho.

Que ótimo, Dahyun! De remela sendo tão melosa com a Sana! O que é o dia a dia e intimidade, não é?!

– Como não estão com fome, já que estavam conversando animadamente, apareçam na cozinha arrumadas e cheirosas. – Minha mãe ordenou o que me obrigou a fazer cara de choro. Ela sabia que eu morria de fome logo pela manhã, era do tipo de pessoa que me alimentava primeiro pra depois ir tomar banho, trocar de roupa e arrumar a cama.

Enquanto eu fazia um pouco de drama, a minha amiga amada confirmava docemente.

– Só faltam vocês duas para tomarem café da manhã, cuidem. – Minha mãe deu o ultimato antes de fechar a porta do quarto.

– Eu vou primeiro. – Declarei rapidamente pegando minha toalha. – Eu sinto mais fome pela manhã.

– Nossa, que justificativa maravilhosa. – Sana reclamou. – Tu nem vai me esperar pra descer?

Fiz uma breve "dancinha do não" entre sorrisos e Sana entortou os lábios claramente descontente. Caso Somi estivesse aqui, dançaria a contra resposta com a "dancinha do não tua cara". Basicamente eram as danças que fazíamos constantemente quando crianças, Sana já viu milhares de vezes dos vídeos caseiros que minha mãe colocava para fazer maratona apenas três vezes no ano: próximo ao natal (mais especificamente no dia 23 de dezembro), próximo ao meu aniversário (exatamente no final de semana que antecede meu dia) e próximo ao aniversário do MyungSoo (exatamente uma semana antes).

Holy - SAIDA.Onde histórias criam vida. Descubra agora