| D.RICCIARDO
Daniel estava vivendo em uma montanha russa de emoções, assim como sua companheira Alba. Ambos estavam enfrentando momentos difíceis tanto em suas carreiras quanto em seu relacionamento, mas mesmo com tantas dificuldades, o casal ainda...
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"Você está ferido e cansado, cansado de viver andando em círculos. Você não se sente um lutador, mas eu vejo isso em você, então nós vamos sair dessa."
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Toscana Grand Prix, 2020.
O cansaço que o piloto sentia era revertido em tensão, dor e calor e se espalhava por todo seu corpo alto e magro. Suas costas, principalmente seus ombros, doíam como nunca havia doído antes, e seus olhos ardiam como o fogo. A frustração que o australiano sentia no momento não podia ser descrita, tampouco aliviada! Apenas Daniel podia sentir aquela sensação horrorosa que lhe ardia o peito, fazia sua cabeça doer e seu corpo arrepiar-se em calafrios.
Na última sexta-feira — há dois dias, mais especificamente —, Daniel e Alba — sua namorada — haviam brigado infamemente num quarto de hotel qualquer na Itália onde aconteceria a próxima corrida da temporada: Alba reclamava sobre o fato de Daniel estar sempre falando sobre seu trabalho, mesmo que ela apenas o acompanhasse em uma corrida ou outra, ela sabia muito bem o que se passava nas mesmas, e alegava não querer saber sobre o tempo todo. O australiano achava isso um absurdo; Fórmula 1 era a maior paixão da vida de Ricciardo, ele literalmente vivia em função disso e não se imaginava fazendo outra coisa, muito menos vivendo ao lado de alguém que não gostasse da mesma coisa ou ao menos mostrasse o mínimo de interesse pelo esporte.
No meio de todo o calor da discussão, Daniel questionou o fato de Alba expor muito seu corpo em seu trabalho, escancarando seu ciúme. Alba havia descido no inferno e voltado no mesmo instante; se sentiu num circo de horrores, onde ela havia sido convidada a entrar pois tudo aparentava ser belo, mas, no momento, beirava um pesadelo. Nunca iria passar pela sua cabeça esse lado tóxico de Ricciardo, principalmente pelo fato dele sempre demonstrar ser um cara doce, gentil, compreensível. Vê-lo praguejar diante sua pessoa, xingando-a, elevando a voz com a mesma, despertava em Alba os piores sentimentos que alguém poderia ter por uma pessoa que, até então, era tão amada e servia de espelho para muitos: nojo, medo, decepção e chateação.
Algumas barreiras estavam sendo quebradas naquele momento e Alba já não sabia se poderia confiar mais em seu próprio parceiro. Não sabia até onde Daniel poderia ir numa briga, mas tinha medo, muito medo.
