Cáp 31- Do you?

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Pov Lauren

"O que você faria se você pudesse fazer qualquer coisa e ninguém ficasse sabendo?"

Essa não é uma pergunta que se faz a qualquer pessoa, geralmente a pessoa que pergunta já sabe o que você responderia.

E algo me dizia que Camila sabia. Mas eu não podia dizer a verdade.

"Eu ganharia na loteria."- que mentira.

"Lauren, não é isso. Não vale."- sua voz atrás de mim, eu não conseguia olhar para ela.

"Ah... viajaria para bem longe, e não contaria para ninguém."

Mais uma mentira. Achei que ela tivesse acreditado.

"Laur.. eu sei o que você faria."

Droga. Ela sabia. Precisava agir e logo.

"Se você já sabe, porquê quer que eu fale?!"- indaguei me virando para ela.

"Porque eu quero ouvir da sua boca, quero ouvir você dizer."- droga Camila...

Eu já não sentia meus batimentos de tão rápidos que estavam.

Matheus abriu a porta e atrapalhou nossa conversa para ajudarmos com a tartaruga.

Graças.

Nem sei como encarar Camila agora..

"Nós não acabamos." - Ela disse e saiu andando na minha frente.

*Nós acabamos sim*

Ela andava ao lado de Matheus e eu atrás dela com uma distância segura, para evitar que ela tocasse no assunto de novo.

Chegamos no ambulatório e a tartaruga não estava nada bem, toda mordida e com linhas pelo corpo.

*Malditos coiotes*

Demoramos a tarde toda para ajudá-los, eu não sabia de muita coisa, Camila sabia mais que eu.

Ajudamos com o que pudemos, eles explicaram cada procedimento feito.

Disseram que logo ela ficaria bem e poderia ser solta.

Saí de lá mais tarde do que o combinado, mas foi por uma boa causa.

A tartaruga estava bem, é o que importava para mim naquele momento.

Me despedi de todos e fui embora, desci com Camila até o portão, onde nos despedimos com apenas um aceno de mão.

*Ela não me deu um abraço....de novo*

No caminho para casa flashs daquela tarde passaram pela minha cabeça.

Lembrei da pobre tartaruga, ferida e judiada, lembrei da pergunta da Camila...

Droga, a pergunta da Camila.

Como ela soube?!

Será que fica tão explícito assim?

Devaneei em meus pensamentos e quando percebi já estava no meu ponto.

Desci do ônibus e caminhei até meu apartamento.

Mal abri a porta e fui recebida pelos meus gatos. É tão bom quando eles vem me receber, me sinto amada.

Não que eu não me sinta amada por Ty, eu sinto. Eu o amo. Mas é um amor diferente...

Ty estava fazendo o jantar, pelo jeito era macarrão com legumes.

"Demorou amor, achei que não voltaria hoje."- riu e me deu um selinho.

"Teve uma emergência e eu tive que ficar mais tempo."

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