• a floresta •

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Nós éramos crianças inseparáveis, os momentos perfeitos existem, e eu vivi os meus com ele, desde o nascimento pra ser exato;nossa infância naquele quintal enorme, foi uma das melhores, e até meus 13 anos e 12 dele, tudo era perfeito, mas até hoje aquele dia não sai da minha cabeça.

Era tarde, uma tarde muito quente, eu chamei jimin para jogarmos algo no quintal, passar o tempo, e outras infinitas coisas, tudo para passarmos um tempo juntos e não ficar mofando em casa, naquele calor.

Quando estávamos no quintal enorme da minha casa, que era ligada a casa de jimin, e com uma extensão gigante, da qual dava de frente para uma enorme floresta, com grandes arbustos no caminho, e milhares de árvores adentro —onde éramos proibidos de entrar— eu tratei de ir pegar a bola de futebol que havia ganhado do meu pai no meu aniversário de 11 anos para podermos jogar, e rapidamente nosso tempo naquela tarde se resumiu a boas risadas, algumas escorregadas e dores no corpo pelo tanto que caímos enquanto jogávamos.

Quando já estávamos cansados demais para continuar, eu resolvi entrar em casa para guardar a bola —mamãe me mataria se esquecesse ela no quintal— e também uma jarra de água para matarmos a sede que tínhamos. Assim que voltei para fora, vi jimin em pé, aéreo olhando fixamente para algum ponto perdido dentro de um grande e robusto arbusto presente ali, estava indo em sua direção, mas acabei lembrando da jarra de água, e quando me virei para buscá-la, ouvi a voz de jimin me chamando para mostrar alguma coisa, porém pensei que o que quer que fosse poderia esperar — não, não podia — e segui para dentro da casa.

Assim que pisei na grama, pude perceber que meu amigo de cabelos ruivos e esvoaçantes não estava ali, e pensei: onde esse ruivinho se meteu?; chamei uma, duas, três, inúmeras vezes e nada, pensei que ele estava se escondendo, como fazíamos, para então eu ir atrás dele, mas depois de minutos e minutos procurando por todos os lugares possíveis, o sentimento de preocupação tomou conta, e resolvi ir na sua casa, para saber se ele estava la, e não, ele não estava. Acabei explicando tudo para a sua mãe que imediatamente ficou preocupada com o filho, e também para meus pais.

Logo a polícia foi acionada, os adultos registaram o desaparecimento de jimin, e tudo que passava em minha cabeça era onde ele poderia estar, e então me lembrei do arbusto, e de como jimin o olhava fixamente, e também lembrei do seu chamado, nesse momento me senti horrível por não ter dado meia volta para saber o que ele queria, talvez assim ele ainda estaria aqui. Caminhei até o local falado, e pude sentir o perfume doce de jimin, juntamente com uma sensação muito esquisita invadindo meu peito, sai dali direto para dentro de casa, trancando-me no quarto.

Naquele dia as buscas começaram, e naquela noite eu não dormi; nos outros dias seguintes buscas por toda a floresta, casas, vizinhanças, e locais possíveis e impossíveis que ele poderia estar, foram realizadas, mas não havia sinal de jimin em lugar algum, era como se ele apenas tivesse evaporado como a água quente da chaleira em um dia chuvoso.

E assim como sua família, eu não dormi nenhuma noite, na esperança de que tudo fosse um sonho, ou que ele iria aparecer de repente na minha janela me chamando, saudável e bem, mas isso não aconteceu, por oito anos, isso não aconteceu, na escola eu era conhecido como o melhor amigo/vizinho do menino desaparecido, e isso não ajudava em nada no meu desempenho escolar ou na minha saúde mental/emocional e física, mas consegui sobreviver ao ensino médio —não sei como, não sem ele, mas consegui — e é aí que tudo começa.

🦋

eu espero de coração que essa fic não flope como todas as outras, ou que eu fique demostivada e insegurança, a ponto de apagar e fingir que nunca aconteceu, como quase sempre.

foi isso, espero que gostem? enfim, votem se puderem e comentem, bjs.

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2020 ⏰

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