| Capítulo 03 | Prepotente e Tirânico

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💮 Ela e o Rei 💮
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Shelse Alves

🎧 SUGESTÃO: para uma melhor experiência, leia o capítulo ouvindo a música fixada 🔊

🌾🎍 Em especial, a primeira música "无羁" — em sua versão tão, mais tão linda! — em homenagem ao queridíssimo e "Mo Dao Zu Shi", inspirado na Novel de mesmo nome da autora Mo Xiang Tong Xiu 🌾🎍

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Capítulo 03 | Prepotente e Tirânico
🏮 Narração: Joan Gale 🏮

Ano: Outubro, 1865
Local: Viagem de Xangai até o Palácio Yanxi, Reino de Qing, China🎍🏯

Não poderia dizer eu que a nossa viagem de Xangai até o Palácio Real de Yanxi havia sido "totalmente agradável", uma vez que Ken Hung muito murmurava sobre a decisão escolhida por ele próprio... repetia diversas e diversas vezes (ao longo de TODO o trajeto) frases dolorosamente arrependidas — que mais assemelhavam-se a "mantras de pesar"... quase que insuportavelmente por três dias repetia ele penosamente frases, como: "isso não irá ser bom!" ou "isso certamente não agradará ao Rei", ou mesmo "essa minha escolha trará muito infortúnio para mim!".

Assemelhava-se a um filho que, pela primeira vez na vida, havia decidido algo "contrário" aos ideias de seu pai, sendo impossível voltar atrás... eu até compreendia a sua apreensão, mas, céus, ou o Imperador Tongzhi era um completo maluco — por se importar com tão pouco — ou Ken Hung realmente era "perfeccionista"...

Eu e Xia decidimos ignorar (completamente) Ken Hung ao final do primeiro dia, uma vez que a vista começara a ficar bonita (não que antes não estivesse). Mas é que por hora estava realmente bonita. Estonteante, eu diria. Belíssima. Conforme nos aproximávamos da fronteira, mais perto a "vida rural" e cenários, digamos, mais "naturais", ficava de nós. Não saberia eu por onde exatamente começar a descrevê-las...!!

Eram cenas de tirar o fôlego...! Quilômetros e mais quilômetros de campos totalmente submersos em uma água turva fazia os olhos brilharem! Sobretudo ao notarmos que, "nascendo" da própria água enlameada, brotavam-se caules grossos com  flores de Lótus roxas, brancas e rosas[1]! Mais à frente, em degraus estrategicamente posicionado nas grandes montanhas, plantas "verdinhas" — também encharcadas por uma água mais opaca — "nasciam" de dentro dos milhares de arrozais "empalhados" uma a uma, fenomenais e fascinates[2]. Fazendeiros usando chapéus de palha olhavam curiosos para nós. Crianças pequenas tentavam "seguir" a carruagem ao correm, felizes, despreocupadas. Eu e Xia não poderíamos deixar de sorrir. Era tudo tão caseiro, tão doméstico, tão... íntimo.

Eles fascinavam-se por admirar a carruagem imperial que sobre os seus campos passava... ah, mas nem eles imaginavam que eram o verdadeiro "espetáculo".

Centenas de pequenos Templos de Pagodes surgiam delicadamente na estrada agora mais plana, após as montanhas ficarem um tanto quanto para trás. A maioria deles carregavam algumas lanterninhas vermelhas ou laranjas. Eram completamente adoráveis. Esplêndidas, sobretudo quando escurecia. Após passarmos por algumas "florestas" de grandes e exuberantes bambus, pequenos lagos também foram revelando-se sutilmente. Eu diria que 'quase' imperceptíveis. Encantadores carpas nadavam despreocupados entre as plantas marinhas. Cenários glamourosos em sua simplicidade e exuberantes em sua beleza natural.

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