SUMMER

Capítulo 1

Era verão, de 2017. Eu tinha 16 anos. Estava na praia de São Paulo, Riviera. Era quase 3hr da manhã, de um sábado. Não conseguia dormir por conta do calor, estava muito quente aquela noite. Sai para dar uma volta na praia. Então me peguei olhando para o mar, quando um senhor, que aparentava ter 42 anos se aproximou. Não parecia ser morador de rua, estava bem vestido.

- Ótimo horário para ver o mar? Não acha? - disse ele.
- Sim, está calmo. - respondi com um sorriso.

Então ele se sentou do meu lado. Senti muito medo, porém não fui embora.

- Que falta de educação da minha parte, nem me apresentei. Me chamo Eric Rammos.
- Meu nome é Summer.
- Summer? Verão?
- Sim.
- Tem alguma razão para se chamar assim? - perguntou Eric com um sorriso.
- Meu pai e minha mãe se conheceram no verão, se casaram numa noite de verão e eu nasci no verão. Eles amam o verão, por isso Summer...
- Adorei seu nome, e a explicação dele.

Ficou um silêncio depois disso. Eu ainda estava com medo, mas não sabia porque não queria sair de perto do Eric. Confesso que de alguma forma ele passava alguma confiança.

- Mora por aqui Summer?
- Não, apenas visitando, na verdade moro em Santa Catarina.
- Já estive por lá, lugar lindo. - disse ele ttirando algumas fotos da carteira e me mostrando.
- Quem é essa? - apontei para uma mulher loira em uma das fotos.
- Emma, minha falecida mulher. Sinto muita falta dela.
- Quanto tempo ela morreu?
- 4 anos, Emma era o grande amor da minha vida. - disse ele guardando a carteira no bolso.
- Meus pêsames.
- Sempre quisemos ter filhos, mas quando tivemos nosso primeiro filho, Emma não aguentou e morreu no parto, e segundoos médicos o bebê havia nascido morto.
- Sinto muito senhor Eric. - disse quase chorando.
- Está tudo bem. Agora está tudo bem.

Ficamos alguns minutos em silêncio. Até que ele me perguntou.

- E qual a sua história Summer?
- Nada de interessante. Tenho apenas 16 anos. Não vivi nada de interessante ainda.
- Como assim nada de interessante? Juro à você, se eu pudesse voltar no tempo eu voltaria à ter 16 anos.
- Minha vida é completamente chata e vazia. A maioria dos meus amigos só gostam de mim por causa do meu dinheiro e... - antes que eu pudesse terminar ele me interrompeu.
- Ora, então não saiam com eles. Aproveite a vida.
- Como? - perguntei.
- Se quiser podemos sair qualquer dia, conheço vários lugares ótimos para se divertir.

Fiquei impressionada. Confusa. Não sabia se confiava naquele homem estranho. E não tinha idéia de como um senhor de 42 anos poderia saber o que é diversão.

- Eu mal te conheço? Como posso confiar em você? - disse me afastando um pouco.
- Estamos conversando à 20 minutos, se eu quisesse fazer algum mal com você, já teria feito. Não acha?

Confesso que ele tinha razão.

- Esse é o meu número. Quando sua vida ficar chata, me liga.

Então ele se levantou e foi embora, e eu fiquei ali, com o telefone na mão e quieta.

Alguns minutos depois fui para o meu quarto, e conseguir dormir.