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Lembro-me que você chegou em Los Angeles de manhã três dias depois disso. Apenas para me fazer uma visita.

Você entrou no quarto, observou mamãe e Charli chorando sem entender o que estava acontecendo. Olhou para a cama e eu estava lá, deitada. O corpo gelado, os olhos fechados e todos os aparelhos desligados. Sem vida.

Eu tentei lutar o máximo que pude, mas assim como milhares de pessoas eu perdi a minha luta contra o câncer.

Suas pernas bambearam e você caiu de joelhos no chão. Assim como minha mãe, e irmã, seu rosto ficou molhado pelas lágrimas que escorriam dos seus olhos feito cachoeiras.

Me abaixei ao seu lado e te dei um abraço seguido de um beijo na bochecha. Você não entendeu, era uma sensação estranha demais.

Droga, Addison. Por que você me deixou aqui? Por que me abandonou mesmo sabendo que era uma das poucas pessoas que me faziam querer ficar viva?

Voltei para o canto da sala, Charli veio abraçar você, e minha mãe também veio logo em seguida. Doeu ver aquela cena, eu não queria ter deixado vocês, mas foi preciso. Eu não podia fazer mais nada.

Saiba que mesmo assim eu vou continuar amando você, Addison. Vou arrumar um jeito de ficar com você. Até o fim. E talvez um dia nós possamos nos encontrar em outra vida, mas por enquanto isso é um adeus.

Adeus a mamãe, adeus a Charli, e adeus a você, Addison.

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