Prólogo

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Todoroki

      Manhã de sábado, às 08:30 am. Sentado na cadeira de frente para a minha escrivaninha, juntamente com as cortinas da janela ao meu lado direito, livros e anotações espalhadas na mesa eu mordia o lápis tentando entender a matéria citada nos livros.

"Mantenha a calma, temos que aproveitar o que a vida nos proporciona"

     Essa frase ecoava em meus pensamentos como um mantra, por mais que eu tentasse me concentrar nos estudos da faculdade, essa bendita frase dita por ele me impedia de continuar com o que eu estava fazendo. Suspirei esticando meus braços no alto de minha cabeça.

     Inclinando minha cabeça para o lado, admirei através da janela o céu nublado da cidade de Osaka. O frio gostoso do outono tomou toda a cidade.

     A minha estação favorita, o oposto dele, que amava a primavera. Os bosques carregados de flores, assim como as árvores frutíferas, sinceramente, são apenas flores, mas para ele era mais do que uma árvore florescendo.

     Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios ao lembrar dos momentos inesquecíveis que tivemos, Midoriya é a luz que iluminava a minha escuridão, e ainda ilumina. Desde o colegial, jamais imaginaria que encontraria um ser tão angelical e bondoso como ele.

     Acabei por sair de meus devaneios assim que meu celular começou a vibrar, causando um barulho estrondoso em cima da escrivaninha, peguei e logo chequei o aparelho e vejo que é uma ligação de Inko, a mãe do Midoriya. Estava confuso, raramente ela me ligava, eu aceitei a chamada e coloquei o aparelho próximo de meu ouvindo.

– Todoroki! Graças a Deus você atendeu! - sua voz estava trêmula.

– Dona Inko, por favor se acalme... - pedi cautelosamente. - Respire e me diga o que aconteceu. - murmurei, ouvindo um suspiro pesado do outro lado da linha.

– O Izuku... Sofreu um acidente... - indagou tristemente. - Por favor, venha ao hospital.

     Naquele momento meu corpo paralisou, ele tinha sofrido um acidente, Inko continuava a falar no celular, mas sua voz se tornava tão distante quantos meus pensamentos voltados ao esverdeado, meu melhor amigo, meu... O mínimo que consegui dizer era que já estava a caminho. Ela passou o endereço do hospital e o quarto onde Midoriya está.

     Desligo o celular e deixo no bolso da calça, me levanto, colocando um casaco bege escuro que estava no encosto da minha cadeira. Saí do meu quarto andando em direção a porta "será que Lida e Uraraka já estão sabendo...". O caminho foi longo, porém consegui chegar. Ando até a recepção para tirar algumas informações e pedir permissão para entrar dizendo que eu era um amigo do paciente. Ela não permitiu, porém a Inko havia aparecido e disse que eu poderia acompanhá-la. Preenchi um formulário e ando em direção a Inko pelos corredores.

     Ela se manteve inquieta durante o trajeto até o quarto onde seu filho estava, não tive coragem de puxar um assunto naquele momento. Quando chegamos próximo ao quarto, ficamos o observando através de uma janela enorme. Seu corpo cheio de fios e tubos conectados nas máquinas que monitoravam sua respiração e seus batimentos cardíacos.

- Ele ficará bem, dona Inko - digo colocando minha mão no seu ombro - seu filho é muito forte.

     Ela olhou para mim, mas a sua atenção voltou para o filho que está desacordado. Sinto que consegui amenizar um pouco sua tristeza, suas mãos estavam pressionando levemente seu peito segurando um pedaço de tecido, que pertencia ao Midoriya.

"E foi aí que tudo começou... Onde nossas vidas mudaram completamente."

A distância entre nós | Tododeku Onde histórias criam vida. Descubra agora