Busan - Coréia do Sul, 2005.
Eu vagava por aquelas ruas, tão movimentadas, as pessoas andavam por mim e me olhavam como se eu fosse um alien, me olhavam com desprezo, com nojo. Deve ser porque eu estou com minhas roupas rasgadas, meu corpo está magro e sujo, eu estou com fome, com sede, já faz mais de 4 semanas que eu não vejo uma cama, ou um chuveiro, ou até mesmo uma comida quentinha, eu apenas durmo no chão, me molho com as gotas de chuva, e como oque jogão fora dos restaurantes, não me julgue, eu nem sempre fui assim, eu já fui uma pessoa de alta classe, mas... Eu acho que minha situação atual foi uma forma que Deus encontrou de me punir, por ter sido um filho da puta no passado.
Eu acho que só vou me deitar mais uma vez aqui na frente desse bar, o dono dele é um velhinho que sempre me dá algo pra tomar e pra comer, ele sempre é gentil comigo, ele realmente é uma boa pessoa, só não consigo entender como ele pode ter pena de mim, um mendigo fedorento.
Mesmo já tendo se passado mais de um mês eu não consigo esquecer daquela cena, daquele maldito dia, tudo aconteceu tão rápido, eu nem tive tempo de pensar em muita coisa. No dia em que eu perdi minha identidade, minha família e meu amor, eu nunca vou me esquecer desse dia, ele vai me assombrar pro resto da vida.
Minha barriga doía, já tinha um tempo que eu não comia, fora que minha boca estava seca, eu mal conseguia me levantar, eu já havia me cansado de pedir dinheiro às pessoas, elas nem sequer me respondiam, acho que eu só vou descansar meus olhos por um instante, e depois vou voltar a andar...
Meus olhos iam se fechando quando ouço um barulho alto vindo de dentro do barzinho, me assusto e vou ver oque era, eram uns moleques que aparentavam ter uns 16 anos, eles estavam agredindo o dono do bar, eles pareciam indignados por causa da comida.
- Aê seu velho, quando eu digo que essa porra de sopa tá ruim é por que tá ruim entendeu?! Agora você vai lá e vai fazer outra caralho!!! - O pobre velhinho nem tinha como reagir, ele estava com o nariz sangrando e estava jogado no chão, ele olha pra mim na porta do bar, como se me implorasse ajuda só com os olhos, eu não deveria... Mas eu não posso só ficar olhando.
- Ei seus arrombados!!! Deixem ele em paz!! - Eles olham pra mim, engulo seco, oque eu vou fazer agora?! Eu sou a porra de um mendigo. - Não tão vendo que ele pode morrer assim?! Deixem ele!! - Eles riem de mim.
- Olha só, Myung Dae, o mendigo aí quer pagar de machão. - O menor entre eles diz, fazendo-os rir da minha cara.
- Acho que você não sabe como funcionam as coisas aqui né seu merda?! Agora você vai morrer por ter se metido onde não é chamado. - Eles vem até mim, mas eu não recuo, oque eu tenho a perder mesmo.
Os três partem pra cima de mim, o maior me joga em cima do balcão, começando a bater na minha cara, coloco minhas mãos na frente do rosto para me defender, é quando um deles puxa a minha perna, jogando-me no chão, eles começam a me chutar e a me pisotear, eu só ficava pensando na minha vida, o sangue escorrendo de minha boca, as imagens de meu passado iam aparecendo em minha mente, este é definitivamente um castigo por tudo oque eu fiz, e agora eu vou pagar mais ainda no inferno.
Não sei de onde junto forças, mas consigo revidar, dou um soco na cara de um dos moleques, fazendo-o sangrar pelo nariz, os outros param de me bater por um segundo, e é nessa abertura que eu revido, eu chuto com toda a força que eu tinha o estômago de um deles, fazendo o mesmo vomitar, já o tal de Myung Dae me chuta mais uma vez, mesmo assim eu consigo levantar o empurro, pegando uma garrafa de cerveja em seguida, eles mais uma vez vem pra cima de mim, eu quebro a garrafa na cabeça do menor entre eles, fazendo-os ficar assustados. - Bum!!! - O maior vai ajudar o amigo que estava desacordado.
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Almas destinadas.
RomanceTragédia, dor, arrependimento, tais sentimentos assombravam a alma de Kim Jiwon Si, um estudante de literatura, ou você prefere Kim Jiwon Si, o aluno com as melhores notas da faculdade? Querido por todos, cercado de "amigos", tudo oque ele queria er...