Como as águas claras do litoral californiano.

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Chanyeol poderia contar nos dedos quantas vezes ele teve um boa noite de sono naqueles os últimos meses. Ter uma vida presa por um cronograma era a coisa mais horrível na vida do CEO, que não aguentava mais tanto trabalho. Ele era o chefe, então deveria ter um pouco mais de descanso, certo? Ah, mas aquilo só existia nos filmes mesmo.

Até sua vida noturna nas baladas de Gangnam acabou sendo afetada pelo excesso de trabalho. Seus amigos sempre comentavam que acabaria morrendo solteiro de tanto ficar trancado dentro do próprio escritório e em salas de reuniões. Mas tinha uma grande empresa para cuidar e qualquer deslize era fatal para o patrimônio que o seu bisavô havia criado há mais de cem anos. Tudo agora estava em suas mãos e nunca em sua vida queria decepcionar a família Park.

Nas capas de revistas e na boca do povo, Park Chanyeol era visto como um exemplo de homem perfeito para todas as mulheres daquele país. Inteligente, estrategista, bonito, educado e rico. Em todo jantar entre família, sua mãe o enchia de perguntas sobre o seu futuro, como se tivesse tempo para pensar nisso. Ter filhos e se casar, ainda não estava nos seus planos futuros.

Claro, tinha vezes que se sentia sozinho dentro daquela gigante mansão onde morava. Namorar era a única coisa pessoal em seus planos, mas achar uma pessoa com o mesmo porte que o seu era complicado. Todos conseguiam lhe irritar com os assuntos sobre dinheiro e outras coisas valiosas. Era ridículo e conseguia acabar até com os encontros que arranjava quando tinha um resquício de tempo do seu dia conturbado.

O Park era assumidamente bissexual para sua família. E os senhores Park só tinham duas opções: aceitarem a sexualidade do filho ou não teriam ninguém para herdar a empresa. Era um jogo sujo? Sim, mas sabia que, se aceitasse aquela oferta, seria jogado em um casamento arranjado. E falando sério, ninguém gostaria de conviver com uma pessoa que não gosta ainda mais por causa de dinheiro, algo que não mudaria nem um terço da sua vida.

Durante aqueles últimos oito meses, a empresa passava por diversas mudanças, tanto com funcionários quanto aos novos hotéis que eram construídos nas partes mais ricas dos países asiáticos. E mesmo que estivesse ganhando uma boa grana com os novos hotéis que, depois de finalizados, já tinham clientes fixos, era um dor de cabeça horrível. O telefone não parava de tocar um minuto, reuniões longas praticamente todos os dias e a sua secretária correndo atrás de si pelos corredores do prédio. Resumindo: não tinha um pingo de paz no próprio trabalho.

A luz do sol refletia dentro do escritório exageradamente grande do Park, aquilo fez com que lembrasse que precisava pegar um sol para não perder a vitamina D de seu corpo. Só queria curtir uma boa praia naquele verão insuportável de Seul, estava sentindo que seu corpo derreteria assim que saísse do trabalho para a casa. Havia acabado de sair de uma reunião de quase duas horas e meia com uma empresa de produtos de limpeza, para que pudessem assinar um contrato de três anos e oito meses. Era uma boa estratégia, a marca era bem conhecida e muito bem falada. Provavelmente as camareiras também gostariam da ideia.

— Se continuar pensando demais, vai perder o telefonema do seu pai, senhor Park — Sooyoung, sua secretária de longa data, disse apoiada contra a sua mesa. — O senhor Zhang já terminou todas as papeladas e em breve estará voltando para a Coreia.

— Por que você chama o seu próprio namorado de senhor Zhang? — perguntou o mais velho, ignorando o fato de estar recebendo uma ligação de seu pai. — E avise ao meu pai que eu estou ocupado. Ele já me ligou ontem a noite, não sei de onde vem tanto assunto. — A morena torceu o nariz com a resposta do chefe. Ela sabia que o patriarca da família realmente era um verdadeiro pé no saco que não parava de ligar para a empresa atrás do filho, que na maioria das vezes estava ocupado.

California BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora