Hey pessoas, eu sou um lixo, eu sei. /O/
Enfim, essa é uma oneshot tosquinha que eu escrevi faz tempo. Originalmente ela não era larry, mas eu mudei porque ficava mais fofinho e porque agora larry é meu otp oficial. *U*
Ela é grandinha e bem fofinha, espero que vocês gostem.
*-*
Os pais de Harry sempre quiseram uma menina para que eles pudessem mimar e matriculá-la no balé. Era um sonho desde a época em que namoravam e planejavam o futuro de modo leviano e incerto. Ambos sonhavam com a hora em que veriam uma garotinha de cabelos negros e sardinhas correndo pela casa com seu vestidinho amarelo, ansiosa para mostrá-los o novo desenho que tinha feito na escola. Quando Anne engravidou a alegria caiu sobre o casal Styles que, mesmo sem saber se a pequena coisinha que habitava a barriga de Anne e a fazia comer como uma obesa aos quarenta e sete anos, era macho ou fêmea, comprou mundos, quartos, casas de roupinhas cor-de-rosa e tutus de balé. Assessórios de renda foram colados por toda a casa e vestidinhos enfeitavam as portas do guarda-roupas.
Quando os Styles descobriram que o bebê que tanto aguardavam e chamavam de "filhinha" na verdade era um filhinho, a tristeza caiu sobre o casal, que entrou em clima de luto e se sentou na mesa da cozinha para decidir o que fariam com tanta roupa de menina. Quando o bebê nasceu, Anne decidiu que o matricularia no balé, sendo menina ou não, querendo ou não. Era um sonho dela, não seria o pênis de seu filho que a impediria de realizá-lo. Des concordou e a garotinha, que teria o nome de Eileen, acabou por se chamar Edward, Harry Edward; e os vestidos foram colocados em caixas e substituídos por calças jeans e pequenos all stars pretos de bebê.
Apesar de não ser a filha dos sonhos, Harry foi criado com carinho e amor, mesmo que de modo distraído e desajeitado. Poderia ser pior. Ele tinha aprendido desde pequeno que os pais o amariam mais se ele fosse uma garota, mas isso nunca o incomodou muito desde que ele não ficasse sem seu cereal colorido de manhã e suas bolachas recheadas a tarde. Ele realmente achou que seria assim até que ele crescesse, mas graças a qualquer coisa lá em cima, Anne engravidou uma segunda vez e todo o passado se repetiu. Mais vestidos foram comprados, sendo colocados juntos com os que deveriam ser de Harry; presilhas e mais acessórios foram enchendo os potes de vidro da casa e mais uma vez Anne estava esperando um menino.
Harry era muito pequeno na época, mas até hoje não sabe como a mãe não entrou em depressão, ou o pai. A maneira que planejavam e falavam sobre a possível filha era tão animada e tão contagiante que até Harry se sentiu decepcionado por não ganhar uma irmã. E todo o processo se repetiu: vestidos sendo guardados em caixas, caixas sendo colocadas no sótão e esquecidas pelo resto da vida, quartos cor-de-rosa e lilás sendo pintados de azul e verde, sapatilhas sendo trocadas por tênis. Foi uma época triste, mas rapidamente esquecida quando Charles (que se chamaria Christine) nasceu.
Ele era tudo que Harry não era: animado, brincalhão, sociável, risonho, chorão. Não que Harry fosse um cacto completo quando se tratava de sentimentos e expressões faciais, o caso é que ele era só distraído demais para ter algumas reações em algumas situações. Já Charlie não, ele ria de tudo, se irritava com o mínimo barulho quando estivesse fazendo seu dever de história (outra coisa que Harry era vencido por Charlie era na inteligência. Não que ele fosse uma porta, mas é que Charlie não era humano), e ele gritava com a mínima visitinha de seus amigos à sua casa e tinha peito para confrontar sua mãe quando ela insistia em colocá-lo no balé também.
Harry fazia balé desde os três anos e odiou até os doze. Era complicado e doloroso, e tinha o fato de que as roupas eram apertadas e o faziam ficar vermelho com muita facilidade. Era só que ele nunca teve coragem o suficiente para dizer a sua mãe que ele gostava de desenhar super-heróis e não de abrir espacate. E também ele meio que sentia que devia isso a sua mãe, como um pedido de desculpas por ter nascido homem e arruinado seu sonho de ter uma filha bailarina famosa. Então hoje, aos dezessete anos, ele via mais o balé como uma distração, uma terapia para ajudá-lo a esquecer o dia cansativo, ele tinha amigos lá e as pessoas não se importavam se ele não sorria muito, ou pulava de alegria quando a professora dizia que tinham uma apresentação importante no centro. Ele se sentia em casa.

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on melancholy hill. [l.s.]
Fanfiction“Ele deu a volta no carro com uma corridinha meio vergonhosa e disse a si mesmo que faria isso dar certo. Era Harry. Harry e seus cabelos desarrumados. Harry e seus all stars sujos. Harry e sua camisa amarela do Augustana manchada de molho. Era Harr...