Capítulo 1

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Era um dia negro em Detroit, pesadas nuvens ameaçavam a rotina de todos aqueles que tinham afazeres nas vastas ruas, preenchidas com cada vez mais das novas recentes, estavam agora agitados em busca do transporte mais próximo ou do abrigo mais próximo para se abrigarem das finas e gélidas gotas que começavam a cair irregularmente, uma após outra. O vento começava a intensificar à medida que tudo e todos iam abandonando as ruas, pequenos folhetos revolucionários esvoaçavam pelos ares, "Vamos mesmo deixar os Androids tomarem controlo das nossas vidas?!". Voando e se desgastando sem rumo, finalmente, um destes chega a algo cujo pode se chamar de "destino final", ficando preso na perna de uma jovem, igual um insecto indefeso numa teia de arranha. Uma vista negra mas reconfortantemente calma transportava a mente de Joker para outra dimensão, uma imagem serena e preenchida de tranquilidade era quebrada com o chegar deste pequeno folheto. Uma cara indiferente mas cheia de curiosidade pega neste pequeno pedaço de papel no objectivo de se entreter enquanto aguardava pelo seu autocarro. A notícia era sem valor e sem argumentos que suportassem tais ideais "Androids fazem mais pelo nosso bem do que os próprios humanos", nenhuma mais conclusão preenchia o pensamento de Joker, por mais revolta e ódio que ela tentasse criar por estas meras máquinas, o seu sucesso nunca era alcançado. Erros imperdoáveis destas meras máquinas levaram a morte do único irmãozinho, mesmo não sendo de sangue, mas nem assim ela as conseguia odiar, a sua mente calculista e equilibrada pesava os aspectos positivos e negativos que estas já haviam ter feito pela humanidade, e com o resultado desta pequena conta mental era impossível para Joker odiar todos por causa de apenas um.

Analisando a evolução e a proporção que as coisas, antigamente consideradas como "males menores", começavam a tomar, cada vez era mais claro que o brilho de um futuro certo e pacífico estava longe de ser a realidade que aguardava a humanidade. Mas, no fundo, só uma ideia assombrava e ocultava a realidade clara e límpida que Joker prezava para o seu futuro, o estado psicológico do seu tio Hanks. Com o seu trabalho actual e traumas do passado era óbvio concluir que seu tio não estava nas melhores condições mentais, o desejo de ser a luz de esperança no meio dos demónios de Hanks era mais forte que qualquer outra coisa na sua vida, nem mesmo a sua saúde importava tanto assim para si mesma, se fosse pelo bem de seu tio, Joker tava disposta a tudo.

A viagem de autocarro era demorada mas, com todos pensamentos e planos que Joker criava e esquematizava na sua mente, fizeram com que esta viajem matinal e tediosa se tornasse mais rápida e suave.

Passos suaves e delicados, como os de uma princesa a descer da sua carruagem, Joker descia do autocarro pensando apenas na numa única coisa "Preciso ser rápida", um mau pressentimento crescia regularmente dentro do seu peito, mas o que seria? Com os pensamentos que havia tido durante a sua relaxada viagem, coisas boas não passavam pela sua mente actualmente. Passos delicados transformam se em longas e rápidas passadas na direcção da sua casa. Quando mais perto, mais o seu peito doía. Faltava pouco para chegar ao seu doce e acolhedor lar.

Um carro estranho estava estacionado perto do jardim, "Seria do trabalho?", era uma hipótese no entanto a mente de Joker estava longe de acreditar nela pois ela sabia melhor que ninguém que seu tio Hanks se recusaria até ao inferno mais obscuro se tivesse que trabalhar com alguém principalmente se fosse com o andar das coisas, as probabilidades de colocarem Androids como parceiros de investigação era maior que qualquer outra coisa. Alguém estava lá dentro. Retirando uma pequena lâmina da sua bolsa feminina, a sua visão foca se e a sua mente fecha se, "Não vou perder... Eu não quero perder...", palavras de desespero ecoam no seu pensamento como gritos numa caverna. Passos mansos e ágeis fazem com que a sua aproximação seja imperceptível. A porta estava aberta, provas suficientes para concluir que alguém haverá entrado lá durante a sua ausência, pequenos ruídos vindos da cozinha demonstram que quem quer que fosse, ainda se encontrava no local.

(UN)Human Love StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora