Tudo tem um lado bom.

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Alguns dias depois...

- James, abre a porta do meu quarto! - gritei.

- Só se você prometer que não vai me matar.

- Sabe que eu não posso fazer isso.

- Então sabe que eu não vou abrir!

Fiquei sentada no chão esperando a boa vontade dele de abrir a porta, até que a Amélia passou no corredor e me viu.

- O que houve, Mari?

- Seu filho se trancou no meu quarto e não quer sair.

Ela começou a rir de mim e realmente, aquilo no fundo tinha um pouco de graça mesmo, mas eu estava muito revoltada e precisava de um banho. Ela falou para ele me deixar em paz, mas parece que não deu muito certo.

- Olha, se você não sair do meu quarto, eu vou para o seu.

Estava caminhando até o quarto dele quando o ouvi destrancar a porta e começar a correr. Fui mais rápida que ele, mas infelizmente não consegui trancar a porta.

- Sai, Marianna.

- Acho que não vai dar.

Eu não estava mais afim de ficar implicando com ele, então apenas sai do seu quarto e fui em direção ao meu. Aproveitei aquele momento pós estresse para hidratar o meu cabelo e fazer uma skincare, porque estava meio óbvio que eu precisava urgentemente.

Recebi uma ligação da minha mãe, disse que estava com saudades e não via a hora de eu está de volta em casa. Ao ouvir aquilo fiquei bem pensativa, eu construi algo aqui e logo mais teria que abandonar tudo...meio desanimador.

de volta em casa....

- Então, mãe, era sobre isso que eu queria falar.

- O que houve?

- Eu andei pensando em fazer faculdade aqui também, sabe?

Ela parecia bem, mas sabia que a tinha pego de surpresa. Preferi mudar de assunto antes que eu a deixasse mais chateada, então contei que estava indo tudo muito bem e que estava ansiosa para o meu aniversário.

- Queria passar seu aniversário com você, filha.

- Eu também queria, mas eu tenho a Amélia e os meninos aqui. Vou ficar bem, mãe.

Depois que desliguei o telefone, estava perdida nos meus pensamentos quando ouvi James falando comigo, mas acabei não prestando muita atenção.

- O que?

- Seu aniversário é quando?

- Sério que estava ouvindo minha conversa esse tempo todo? Faz isso com frequência?

- Não o tempo todo, estava passando no corredor e ouvi você falar sobre seu aniversário.

- hum...mas o que você quer mesmo?

- Queria saber se você não quer ir conhecer o campus comigo. - falou. - talvez isso melhore o seu humor.

Resolvi ir com ele para tentar distrair minha cabeça da conversa que tive com a minha mãe e sobre ela não ter aceitado muito bem o fato de eu querer fazer faculdade nos Estados Unidos também. James percebeu que eu estava quieta demais e acho que isso acabou o incomodando.

- Marianna, já parou pra pensar que tudo tem um lado bom?

- Aonde quer chegar com isso?

- Tá, um dia você vai ter que ir embora, mas pensa em tudo que conquistou aqui.

- Eu sei, mas não queria abandonar tudo isso. Foi quase a mesma coisa quando sai do Brasil.

Ele ficou me olhando como se estivesse procurado algo para me falar.

- Apenas deixa as coisas acontecerem, desastre ambulante.

Comecei a rir do que ele falou, fazia tempo que não me chamava assim, me fez lembrar de quando cheguei e de todo o estresse que passei. Por incrível que pareça, nosso acordo de paz estava realmente dando certo, na maior parte do tempo.

Chegamos no campus e eu achei incrível, sempre quis conhecer uma faculdade americana e aqui estava eu. Ele veio deixar algumas coisas e enquanto foi no dormitório eu fiquei andando.

Nossa! Eu definitivamente amei esse lugar.

Fiquei sentada em um banco esperando o James voltar, olhei para cima e vi ele na janela me olhando.

Há quanto tempo ele estava me observando?

Não demoramos muito e na volta paramos para comer. Estávamos sentados em uma mesa quando percebi que uma garota estava olhando muito para ele.

- Acho que tem uma fã sua aqui. - falei.

- Que?

Pedi para ele se virar discretamente para ver, mas foi o mesmo que falar nada. Ele não pareceu nem um pouco surpreso com o fato de a menina está secando ele.

- Pelo visto você é realmente cego pela Karen.

- Isso que queria conversar com você. Estou pensando em terminar com ela.

- Mas por que? Eu ainda nem conheci a pessoa mais enjoada que você.

- Engraçadinha, mas é que sei lá...- falou, jogando a batata frita que estava segurando sobre a bandeja. - Acho que to gostando de outra garota.

Acho que eu não precisava dessa informação.

- Deus, ajude essa garota. - provoquei. - Mas vai realmente fazer isso?

- Provavelmente.

- Pensa bem. Vai que você se arrepende depois e pode não ter mais volta.

Ele me explicou como conheceu a Karen, eles estavam juntos desde o 9 ano e ela era bem complicada. Me disse que ela estava fazendo faculdade em outro estado e quase não se viam, não era bem esse o problema em questão, mas sim ele ter sentimentos por outra pessoa.

Meu último ano(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora