Nota da autora
Olá :) Essa é a minha primeira história publicada aqui e minha primeira tentativa nessa aventura de escrever algo além de alguns rascunhos hahaha
Ainda não revisei o texto então desculpem qualquer erro que encontrarem nesse livro, prometo que vou arrumar.
Esse capítulo é mais uma introdução e ambientação do conto (que não vai ser muito longo por motivos de ainda estar meio aprendendo como mexer por aqui)
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Olívia sempre foi alguém que não se encontrava no século em que vivia. Afastada de praticamente todas as redes sociais, não via graça em passar horas do seu dia pelo feed do Instagram. Para pessoas que a viam de fora, seu dia pode parecer monótono, como o da maioria dos habitantes da cidade da movimentada Paris, porém ao contrário desses, ela não passava seus preciosos minutos vendo o que acontece na vida dos outros ou de famosos que nem sabem de sua existência, nossa protagonista sempre preferiu viver um pouco mais na realidade da vida.
Sentada na mesa do canto do café Cantorim (aquela que todos passam reto por estar muito escondida) ela tinha seus momentos preferidos do seu dia que juntavam suas duas paixões: sua escrita e uma bela xícara de café sem açúcar. Por que sem açúcar? Muitos olhavam torto para Oli e seu costume de beber sempre desse jeito, até mesmo aqueles expressos fortes, porém ela sempre achou que assim era a forma que ela conseguia realmente sentir o gosto puro da bebida de forma mais marcante.
"Por que as pessoas sempre passam por aqui fechadas em seu próprio mundo?" Murmurou para si mesma. Era o que ela pensava sempre que parava o que estava fazendo para observar o ambiente ao seu redor. Todos estavam sempre olhando seus celulares ou simplesmente andando e ignorando tudo e todos, como se a única coisa que importasse era o que ia acontecer no futuro, como se o momento presente não fosse merecedor de uma mínima atenção ou não valesse o gasto de energia, ironicamente sendo esse o motivo de muitos frequentarem o café buscando uma bebida que trouxesse um pouco mais de animação para o corpo.
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Oli ainda lembra do dia que estava andando pelo centro da cidade e encontrou um lugar que ela nunca tinha percebido antes. Em meio a folhagens de algumas árvores floridas por ser primavera, um prédio chamou sua atenção: Café Cantorim. Ela achou o nome curioso e resolveu tentar a sorte.
Ao entrar na pequena sala ela ficou ainda mais surpresa. Uma leve batida tocava ao fundo e se deixando levar pelo agradável cheiro da bebida mais tradicional Oli sentou na única mesa livre, aquela que ninguém percebia a existência por estar muito no canto.
Imediatamente ela puxou seu amado caderno que se encontrava dentro de sua mochila e olhou para a página em branco. Enquanto encarava aquele pedaço de papel sua mente estava no outro lado da sala, mais precisamente no balcão onde uma incrível cafeteira estava fazendo mais um copo de sua bebida favorita, espalhando por todo o lugar aquele aroma característico que todos os amantes de café não conseguem ficar longe. "Melhor ambiente que esse não existe" pensou.
E foi assim que a relação entre Olívia e esse curioso café começou.
Sendo uma brasileira morando em Paris, ela já passou por vários tipos de situações, engraçadas e estranhas, mas com certeza a melhor parte de morar na cidade-luz para Oli era a característica arquitetura e o fato de ter cafés em praticamente toda esquina. Não tem como passar cinco minutos andando no centro dessa cidade sem encontrar pelo menos um lugar com algumas mesas do lado de fora repletas de pessoas aproveitando suas bebidas.
Depois de quase um ano morando longe de sua verdadeira casa, Olívia finalmente teve aquela sensação de acolhimento ao entrar nesse novo, ao menos para ela, lugar. Nele, ao contrário do que muitos turistas relatam, os franceses a receberam bem e foram gentis no atendimento. Nesse momento ela percebeu que o aquele prédio se tornaria uma casa fora de casa.
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Era uma quinta feira de setembro quando Olivia abriu a porta do estabelecimento, ouvindo o agradável som do sininho que indica a entrada de novos clientes. Seguiu direto se encaminhando para sua mesa favorita e logo sentando na cadeira que a permitia ter uma visão ampla de praticamente todas as mesas. Pediu seu amado café sem açúcar com uma gota de leite para um dos atendentes que até já tinha decorado o pedido da garota.
Novamente, como de costume, puxou seu caderno e sua caneta azul clara e abriu na última página que a mesma tinha escrito no dia anterior. Nesse caderno, Olívia escrevia desde os seus mais profundos (muitas vezes confusos) pensamentos, até mesmo era onde ela fazia alguns desenhos aleatórios que vinham em sua cabeça quando ela atendia o telefone.
Antes de mergulhar profundamente em sua imaginação, Oli deu uma olhada rápida no ambiente, até que travou seu olhar em uma cena curiosa. Não é todo dia que ela encontrava pessoas lendo grandes pilhas de livros nesse café. "Como existe gente que consegue de alguma forma se concentrar em livros tão profundos em ambientes tão movimentados?" pensou ao lembrar de seu hábito de perder o foco facilmente para qualquer coisa móvel durante seu tempo de leitura. Formigas se tornam muito interessantes de repente, não?
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Café
Short Story"O que tem de interessante em um café?" "O da xícara ou aquele lugar que vende café?" Sentada na mesa do canto do café mais tradicional da pequena cidade de Lavinda, Olívia passa ali a maior parte do seu tempo livre. Um lugar que para aqueles que pa...