Prazer!

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         "Respire fundo.... e sorria." Era o que Phuwin repetia em sua mente enquanto se preparava para sair da luxuosa limusine preparada justamente para fazer de sua chegada ao maior evento de luxo da Tailândia algo chamativo. Todos os convidados do evento mais ridicularmente glamoroso do ano guerreavam para que sua presença seja lembrada pelas pobres almas distantes desse universo que no máximo poderiam assistir por trás das luminosas telas de seus celulares transmitidos pelos repórteres e alguns fãs sortudos que compartilhavam da realidade que nem eles, os telespectadores e uma boa porcentagem da sociedade mundial chegaria próximo. A exclusividade do luxo é o que fortalece o desejo, a ambição e os sonhos mais profundos inerentes a consciência humana e aos quais já vivem neste aspecto de vida relatado os resta lutar para manter sua permanência pois suas presenças não são perpétuas, há qualquer momento tudo pode mudar e do luxo cair em miséria. Assim como um jogo de xadrez, os convidados envolvidos no evento não desejam ser um peão qualquer a ser descartado, mas, era unânime a todos que independente de suas posições no grande jogo, a peça mais poderosa havia chegado: Phuwin Tangsakyuen.

Phuwin Tangsakyuen , um jovem de dezenove anos com uma fortuna de valor estimado desconhecido mas o suficiente para envolver e atiçar a curiosidade da nação tailandesa em relação a sua figura e presença tão misteriosa. Nada se sabia sobre ele além de seu nome e a beleza de sua face sempre estampada por todos os lados do país. Qual era sua personalidade? Seus hobbies? Ninguém sabia e isso só reforçava a criação de histórias de diversas características, incluindo o que o público sempre clama: Um romance. Um rapaz extremamente bonito bastava para aquecer o coração de milhares de mulheres que clamavam em conhecer um pouco mais dele e por não ter isso em sua disposição, as restavam imaginar fantasias românticas e um desejo insano de elas serem a heroínas de histórias inventadas pelas próprias. Por esta razão, ao sair do carro houve a enxurrada de flashs das milhares de câmeras na direção de Phuwin.

"Sorria, sorria, sorria, sorria." A cada repetição desta palavra mais a ansiedade ia o tomando, mas ele não podia se deixar ser abalado. Seus pais o haviam treinado para essa situação e explicado profundamente o que ocorreria se demonstrasse fraqueza ao público. Ele não tinha o direito de demonstrar desconforto, tristeza, ansiedade, mas era permitido a falsidade, isso sim era admissível e ele era especialista nesta qualidade. Enquanto saia do automóvel, dois seguranças já estavam ao seu lado o protegendo de qualquer inconveniência que o venha a perturbar pois eram raríssimas as vezes que Phuwin realmente aparecera nos eventos e se pudesse também não iria nesse se não fosse o aniversário de sua futura empresa.

Para comemorar o aniversário da empresa, foi escolhido como local da festa uma das maiores e mais bonitas mansões do país. Todos já havia conhecimento da importância histórica deste local, diversos filmes e séries de prestígio nacional já haviam sido gravadas neste ambiente então qualquer que seja o acontecimento a envolvendo era motivo de fofocas. A frente da mansão havia sido propositalmente enfeitada a fim de que se assemelhasse ao famoso tapete vermelho estadunidense, para Phuwin algo brega, mas para seus pais algo divertido e chamativo que só eles entendiam o sentimento envolvido ali. A conexão amorosa de seus pais veio através do amor pela arte e isso incluía o cinema então nada mais justo que o tema escolhido envolvesse o luxo hollywoodiano.

Phuwin não podia andar nem tão rápido e nem tão devagar, o jovem também tinha medo de ser pego com uma expressão facial diferente e horrorizado com a possibilidade de ser fotografado imperfeitamente e sua foto viralizasse na internet então se via com a necessidade de sorrir tentando convencer a todos que era a o mais simpático ali quando no fundo queria morrer. Por fim, havia entrado no salão principal e já não havia mais fotógrafos ou flashs pois agora havia chegado na área privada e no centro do tabuleiro de xadrez, onde todos procuravam se mover estrategicamente a fim de se promover e conseguir subir seu status. Contudo, aquilo não era necessário para Phuwin, ele já estava no topo e por essa razão e aborrecimento, o centro das atenções era ele. Todos os queriam por perto pois sabiam que ele herdaria de todo o luxo que sonham, o pai já estava velho e sua mãe não demonstrava interesses de tomar a posse da multimilionária de itens de luxo da moda, era ele o futuro responsável pelo prosseguimento do sucesso.

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