Algum dia qualquer de abril / 2017
Hoje acordei diferente. Uma sensação nova, desagradável talvez.
Não duvidaria nem um pouco disso depois de ter acordado as 3 horas da madrugada após outro pesadelo.
Quando finalmente pude pregar os olhos depois de enchugar dezenas de vezes minhas lágrimas e perder as contas de quantas fungadas em meu nariz vermelho eu dei, consegui naquele momento fechar meus olhos inchados para tentar novamente cair no sono. Mas adivinhe. Quatro horas após aquela lastima de pesadelo me tomar 30 minutos de sono, a porcaria do celular teve que tocar como todos os dias as 7 horas da manhã.
TRIINNNN TRIIIINNNN
O despertador irritante gritou três vezes seguidas sem parar.
Está bem, hora de ir para a escola. Mas como sempre meu corpo pesado não possui coragem de se mover um milímetro se quer da minha cama confortável. Já estou preparada pra ouvir minha mãe abrindo a porta do quarto e dizer "Raissa, levanta, vai tomar café para ir a escola." Como faz de costume.
Só de pensar em ter que pisar no hambiente escolar justo na minha época de provas já me dá uma vontade intensa de não existir. Ainda mais se tratando de hoje que tem a minha pior matéria, matemática.
Como sempre o professor Abner me odiando da forma que odeia, me atormentará nesse semestre com suas provas surpresas e temas diários com contas que ocupam uma folha inteira do caderno.
Sinto o gosto amargo do desânimo descer pela minha garganta enquanto ainda permanecia deitada de bruços.
Eu odiava dormir de barriga pra cima, por mais que meio mundo me dissesse que a forma como eu me deito prejudicaria futuramente minha coluna eu confesso que com o amor próprio tão intenso que eu sinto por mim, a preocupação é tanta que eu nem ao menos ligo.A luz do abajur do outro lado do quarto era a única coisa que iluminava o local de paredes lilás. Um pequeno objeto em formato de anjo todo de vidro que emitia uma luz azul suave.
Poderia parecer infantil de mais para uma garota de 12 anos dormir de abajur, mas isso só se ocasionava pelo meu intenso medo de escuro.
Afinal qual criança ou jovem nunca olhou para a escuridão profunda e não avistou um monstro de sete cabeças, ou talvez algum objeto, ou sombra se movendo de forma anormal?
Eu abri rapidamente meus olhos endurecidos de sono quando ouvi o barulho oco da porta do quarto da minha mãe ser aberta. Detalhe, seu quarto era do lado do meu.
Em um salto, rapidamente me sentei na cama para dar a impressão de que eu já havia acordado a um tempo. Meus olhos estavam meio grudados devido as lágrimas que secaram pela madrugada. Eu acho que estão até meio inchados e vermelhos ainda.
Escutei os passos dela vindo em direção ao meu quarto. Então rapidamente me levantei da cama abrindo com toda a rapidez possível meu guarda roupa fingindo estar pegando meu uniforme.
Então ela entrou, causando aquele estrondo terrível na minha porta de cor amarela. Ah eu odeio essa porta!
- Raissa...- Ah, já está de pé. Bom, ponha seu uniforme e vai tomar café, tem minutinhos para se aprontar.- Ela saiu fechando a porta novamente.
Odeio quando ela fala 'minutinhos'. Como se eu já não soubesse disso não é mesmo? Sorte a minha que dessa vez ela não estalou os dedos me apressando.
- 'Okay então Mamãe' - Fiz uma expressão mal humorada dando ênfase nas palavras. Minha relação com a minha mãe não era muito das melhores. Em casa era apenas eu, ela e meu padrasto.
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PRA SEMPRE LUTAREI
Spiritual" Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem" Romanos 12:21 Fatos Reais Modificado os nomes dos personagem devido a descrição pessoal.