Circo da Morte

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Ato I: Impressões,


 Meu vestido era longo, branco (igual á minha máscara ...). Havia brilho por toda parte. Penas de gansos nas alças dos ombros. Meu cabelo castanho escuro ondulado estava preso pela metade e tudo que eu carregava nas mãos era uma taça de vinho tinto.

 Todos dançavam animadamente, rindo ... E eu estava lá, jogada num canto do salão. Tudo estava perfeito, os lustres de cristal dominavam o teto do salão, em todo seu esplendor e riqueza. Quando paro para pensar, me sinto privilegiada ... Estou entrando na sociedade londrina, finalmente! E ainda mais para uma jovem de 15 anos, isto é muito, muito importante. Quantas moças de classe alta podem dizer que estiveram presentes na festa mais importante do país com apenas 15 anos? 15 anos! Eu serei uma lenda e terei uma chance de encontrar o amor da minha vida antes de minhas amigas ...

 Meu Deus, minhas mãos tremem! Estou nervosa. Não sei com quem devo falar primeiro ... Ou se devo me apresentar. Será que deveria eu dispor á dançar? Ou deveria me sentar-me à mesa de doces e esperar por companhia? Céus estou pouco treinada. Não tive tempo de pensar em que posição tomar ... A de moça arrogante ou a de menina tímida? O que deve agradar mais esses senhores? Bem, melhor espiar o ambiente mais atentamente antes de me precipitar. 

Há muitos senhores de meia idade no salão, com seus cabelos brancos e rostos enrugados. As mulheres estão elegantes, a maioria trajando longos vestidos negros. Todas utilizando máscaras repletas de ouro ou joias ... Pensando bem ... Minha máscara é tão simplória ... Não sei de quem foi a ideia de um baile de máscaras, assim tudo dificulta para mim! 

Não vejo as expressões das pessoas com clareza ... E não reconheço previamente os moços dos senhores. Sinto-me soltar aos ventos suspiros de desagrado... Estou me entediando numa festa tão requintada? 

- Poderia me dar á honra de uma dança? 

Minh 'alma pulou do meu corpo e voltou! Olhei para o rapaz, jovem e loiro á minha frente. Sua mão estendida para minha direção e um sorriso acima de qualquer outro. Não sabia bem o que deveria fazer ... Não sou muito boa em dança de salão! E se eu pisar no seu pé? E se eu ... O fizer passar vergonha? 

 - Eu...  Desculpe milorde, não me sinto à vontade em dançar com alguém que nunca vi antes ...

- Me perdoe - ele disse, voltando o braço para si e fechando o sorriso. Ele parecia desconcertado - Que tal se observássemos a Lua nesta noite tão estrelada, enquanto conversamos?

 - Trata-se de um convite para que nos conheçamos melhor? 

- Seria um prazer inestimável. 

Ato II: E os vaga-lumes dançam ... 

Estávamos nos jardins da mansão. Os dois rindo e brincando como duas crianças. Corríamos pelos gramados e dávamos voltas pelas árvores frutíferas. Luzes verdes sumiam e surgiam periodicamente à nossa volta numa dança frenética, iluminando ainda mais aquele céu coberto por um manto de estrelas brilhantes. Chegamos até um banco de concreto e sentamo-nos. Cansados, ríamos e respirávamos com dificuldades enquanto procurávamos descansar. Meu copo de vinho havia sido esquecido na mesa de doces e dele só havia tomado um gole. Acho que foi o suficiente para deixar meu corpo quente.- Qual seu nome, milorde?

 - Hanzo. E o seu, milady? 

- Me chamo Heather Sinclair. Filha do falecido chefe de polícia Arnold Sinclair e da senhora de HouseVidel, Anastásia Anne. Mas não me disse de qual família pertence, senhor Hanzo. - disparei, tomando fôlego enquanto me concentrar em tentar imaginar o rosto misterioso de homem que estava coberto por uma máscara negra.

Uma debutanteOnde histórias criam vida. Descubra agora