Holly estava agachada amarrando os cardaços de seu ténis quando Rory se aproximou. Por ter deixado seu celular em casa, ela não tinha opção a não ser continuar naquela festinha até sua colega de turma se fartar. Passou para o outro sapato preto, fazendo um laço e observou quando colocaram um copo de bebida na mesa, à sua frente. Em seguida, levantou e olhou para a emissora.
Se arrepende ainda mais por ter aceitado o convite daquela garota. Holly preferia o conforto de sua casa e até mesmo os jantares com os pais e os amigos deles, que outrora se destinariam chatos. Mesmo insatisfeita ela inclinou seu corpo para frente, e inalou o cheiro forte que vinha do copo vermelho.
- O que é isso?
A boca da jovem esboçou um sorriso malicioso.
- Não vou beber, se você não dizer o quê é – avisou Holly – É álcool?
- Sim, e bebe. Vai que você fique divertida.
- Eu posso ser divertida sem ser alcoólatra. Não bebo – acrescentou, vendo a menina ao seu lado começar a se afastar sacudindo a cabeça ao som da música que começava a tocar.
- Vem dançar, covarde.
Gritou Rory, já muito distante da mesa. Holly enfureceu-se diante do insulto, mas nem uma ova que ela levantaria para dançar na pista. Por isso, decidiu se levantar e rodar aquele estabelecimento. Não estava cheio de gente, o que ela gostou. E como todos lá eram membros de fraternidades e irmandades, ela poderia encontrar qualquer um que lhe pudesse falar de como seria sua vida dali alguns meses na Universidade Brooks.
O calor queimava seu pescoço, enquanto passava no aglomerado de pessoas que desciam com toda brutalidade às escadas, ao seu lado. Ela foi empurrada para o lado, e o chão cedeu sob seus pés, mesmo diante daquela confusão toda.
Perguntou-se, em que momento essa gente que estava dançando decidiu descer também. Mas o povoado continuava a descer descontroladamente, como se fosse uma loucura. Sua colega de turma se incluía àquele tumulto, e foi identificada por seus olhos castanhos, como se também a notasse, Rory foi empurrada até ela.
- O que está acontecendo? – Questionou.
- Sei lá! Um cara arrumou briga com uma gente, então outro cara sacou uma arma. Quer dizer, todo mundo tirou uma arma, temos que sair daqui antes que a merda aconteça. Agora!
A jovem falou tão rápido que, Holly julgou que ouviu mal pois a única coisa que ficou em seus ouvidos era apenas uma palavra, arma. Estando petrificada, sentiu ser puxada no meio da multidão, correndo em disparada à porta de entrada.
Mas foram parados por tiros que começaram a soar pela casa noturna, e então algumas pessoas saíram. Mais um tiro. O que fez suas pernas pararem abruptamente, passou a piscar e arfar, tentando compreender o que se passava.
- TODO MUNDO PARA O CHÃO.
Estava abaixada quando soltaram o segundo tiro, e o conjunto de pessoas ali gritaram. Colocou suas mãos em cada orelha, tentando não captar nada do que se passava, não conseguia pensar em nada , sua mente era um vácuo por completo.
Com o corpo a vibrar pelo tumulto, suas pernas eram descritas como bambas de tão moles, as mãos suavam de forma exagerada, e fazia tanto frio que seu rosto estava pálido. Ainda curvada ao chão, ela ouviu quando passos grosseiros desceram ao térreo com rapidez e andaram por suas cabeças.
- Ei!
Fechou os olhos assim como a maioria, não queria se lembrar de nada assim que aquele terror acabasse. Mas ela viu. Quando um grupo de sete jovens se reuniu e conversaram por minutos, quando uma garota tentou fugir e foi jogada para o lado oposto aos reféns, e quando dois caras tentaram amassar garrafas nos outros, o que deu em morte dos dois. O que, também deixou choros baixos para todos.
- QUERO TODAS AS GAROTAS DESSE LADO DA SALA.
Gritou alguém, com a voz surpreendentemente grossa. Holly não estava pronta para sair do seu novo lugar favorito. Que era o chão. O ar não parecia mais capaz de sustentar, mesmo estando ali seu corpo estava em choque, era difícil distinguir a ilusão da realidade.
O movimento, apesar de lento se fez sentir pelo barulhinho de pernas se movendo para formar um grupo do outro lado da sala. Ela viu Rory se levantando, ela parecia petrificada, e andava como uma máquina comandada. Na verdade, todas elas. Ela não a notou , seus olhos agitados também pareciam vazios.
Ganhou coragem, junto de algumas garotas atravessaram o complexo para o outro lado da sala. Holly elevou o olhar e observou o cara a sua frente com a arma apontada para todas elas, e então ele disse:
- Essa será a primeira.
Os olhos dela mudaram consideravelmente de opaco para assustado. Sua mente vacilava como se não estivesse mais sob seu controle. O rapaz a puxou para junto de seu corpo e soltou uma gargalhada, guardaria na memoria o bafo de álcool que saiu dali de dentro.
- Ela é uma gracinha.
Veio outro, e chegou com os dedos em seu cabelo preto. O rapaz deslizou a arma até a virilha da garota, e apertou com força. A menina soltou o primeiro berro. Detrás , sentiu seus cabelos serem puxados fazendo sua cabeça ir para o lado, e depois percebeu lábios carnudos chuparem seu pescoço de forma nada gentil. Ela foi mordida.
O segundo berro saiu como um grito e seus olhos já estavam marejados. E a primeira mão foi do cara da frente, deslizando até sua parte intima, que nunca fora tocada por homem algum. Ela colocou suas mãos por cima da que tentava puxar sua calcinha por baixo do vestido.
- Por favor – Holly implorou.
- Shiii.
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RomanceÉ proibido a cópia desta obra sem a autorização da autora. Este livro é produto da imaginação da autora, e qualquer semelhança á realidade como, acontecimentos, datas, nomes e personagens , é pura coincidência.