Capítulo 2 - Welcome to boarding school

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Não tinha medo de avião, tinha ódio

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Não tinha medo de avião, tinha ódio.

Odiava viajar sozinha, me sentia desamparada, mas parecia que meus pais não se importavam muito com isso, já que estão fazendo questão de me mandar para o outro lado do mundo.

— Estamos fazendo isso para o...

meu bem. — completo já sabendo aquela frase de trás pra frente. — Só acho injusto vocês decidirem isso sem falar comigo antes! — conto com sinceridade enquanto minha mãe dirigia de volta para casa. — Não estou pronta para uma mudança tão grande, Susie.

— Mudanças são necessárias, minha filha — Susie estaciona o carro no meio fio próximo da nossa casa. — E pela primeira vez em anos Carlos pareceu ter tido uma idéia descente — ela revira os olhos. — Você se sairá bem, apenas deixe aquela garota tagarela de onze anos sair de dentro de você novamente. — ergo as sobrancelhas.

— Você dizia que eu era irritante!

— Uma garota irritante e divertida — corrigi em um tom acusatório. — Agora você é calada e chata — bufo com as palavras desnecessárias. — Preferia quando você corria para todos os lados com aquele garotinho... hum, qual era o nome dele mesmo? — engulo em seco quando noto a quem ela estava se referindo.

— Não me lembro — minto tirando o cinto de segurança para poder abrir a porta do carro. — Bem, acho que tenho que preparar as minhas malas, não é? — Susie da de ombros me seguindo para fora do automóvel em direção a casa amarela.

Minha família é tão complicada que chega a dar dor de cabeça.

Susie conheceu um cara estrangeiro quando viajou para Paris, os dois ficaram e resultou em mim. Susie demorou pra descobrir, só soube depois de voltar para o Brasil, na época ela já conhecia o Carlos, e ele como um grande cavalheiro pediu para me registrar como meu pai, já que eles estavam namorando na época e pretendiam casar.

Ata!

O casamento não aconteceu e eles passaram a viver em um pé de guerra, graças ao bom Deus eles não me enfia nessa treta de carnívoros vs vegetarianos. Confesso que vê-los discutindo sobre assuntos tão bobos era o meu passatempo favorito, mas de um tempo pra cá isso também perdeu a graça.

— SUSIE! VOCÊ VIU O ARCO DO MEU VIOLINO?! — tenho certeza que a rua inteira conseguiu ouvir a minha voz que saiu em um berro estridente.

Susie aparece na porta do meu quarto com o arco em mãos enquanto jogo minhas meias favoritas dentro da mala preta. Nem me dei ao trabalho de arrumar, vou ter que bagunçar tudo de novo mesmo quando chegar em NY.

— Está pensando em voltar a tocar?

Susie me entrega o arco.

— Já disse que a música não é mais algo que quero seguir — coloco o arco junto com o violino o colocando na segunda mala. — E, bem, pode ter alguém que precise em NY não é mesmo? — me abaixo para pegar meus tênis em baixo da cama.

Só Mais Um ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora