Tony ficou paralisado na porta, com medo de que se entrasse na sala, a imagem de você acordada desapareceria como em um sonho. Que ele acordaria para uma realidade onde você ainda estivesse em coma.
"O que foi? Parece que viu um fantasma." Você brincou, sorrindo como sempre, como se não estivesse em uma cama de hospital, ligada à máquinas. "Eu tô tão horrível assim?"
Tony olhou para o seu cabelo desgrenhado, a cor desbotada da sua pele, os olhos cansados. Tudo graças aos três dias que ficou inconsciente.
Ele nunca tinha vista pessoa mais perfeita.
"Tecnicamente você voltou dos mortos, então." Ele tentou brincar de volta, e o alívio que sentia ao te ver acordada, o ajudou nessa tarefa.
"Você tá aqui pra dizer 'eu te avisei'?''
Ele tinha sido contra você participar da missão, dizendo que era muito perigosa, o que, obviamente, você ignorou.
''Mesmo que seja merecido, não, não é por isso que eu tô aqui." Tony conseguiu forças para entrar na sala e se sentar na cadeira reclinável ao lado da sua cama, que ele conhecia muito bem a essa altura, já que sempre que não conseguia dormir, nem se concentrar no trabalho, ele se sentava nela para te olhar, e, muitas vezes, só assim conseguia pegar no sono.
Sem tirar os olhos de você, ele suspirou ao completar a tarefa sem te ver desaparecer em pleno ar.
O destino quis que você acordasse no momento em que ele não estava ao seu lado, se você tivesse despertado poucas horas antes, ele teria sido a primeira pessoa que você veria. Mas isso não importava no momento.
"Como tá se sentindo?''
''Como se tivesse sido jogada do terceiro andar de um prédio." Você voltou a brincar.
Tony tentou sorrir, mas sentiu um apontada de dor no peito com a verdade nas suas palavras, já que tinha sido isso a causa do seu coma.
"Se você não tá aqui pra dizer eu te avisei, por que então?"
"Não posso só querer te visitar? Os outros fizeram isso." Ele tentou desfazer da situação, como sempre faz quando as coisas começam a ficar muito emocionais pro gosto dele.
"Os outros não estavam nervosos, e nem olhando pra mim como se eu fosse um unicórnio."
"Eu não tô nervoso, só-sabe-como as coisas poderiam ter-eu esperava-eu só não-eu não esperava-"
"Tony! Eu mal acordei e você tá me fazendo querer voltar pro coma." Você interrompeu o tagarelar dele, com crescente exasperação, e curiosidade.
"Não fala isso nem de brincadeira." Tony te repreendeu, tão rápido que espantou vocês dois. "Não- S/N, você sabe que não sou bom com essas coisas, meu analista diz-"
"Vai direto ao ponto, rápido como tirar um band-aid, não pode ser tão ruim, a não ser que esteja aqui pra me dizer quanto tempo me resta de vida-"
"Eu gosto de você!" Tony tomou seu conselho ao pé da letra.
"Eu... também gosto de você...?" Não estava entendendo onde ele queria chegar, e tomou a admissão dele como uma de amizade, na sua confusão.
"Não, eu gosto gosto de você, de uma forma romântica, não platônica, que faz as pessoas quererem estar juntas, num relacionamento estável e essas coisas." Tony se explicou o melhor que conseguia, sabendo que não tinha feito um trabalho muito bom, quando te olhou com expectativa e te viu um misto de assombramento e confusão.
"Você está querendo dizer que... me ama?" Você tentou esclarecer.
"Isso!" Tony confirmou, animado com o clarificação, mas então percebeu que você ainda parecia confusa. "O que foi?" Ele perguntou temeroso.
"Por que agora?" Você não sabia se estava perguntando para ele ou para si mesma.
"Eu-"
"Sem rodeios." Você o alertou.
Tony suspirou e tentou pensar no que dizer, para não se embaralhar todo como sempre faz ao tentar expressar os próprios sentimentos.
"Eu pensei que ia te perder." Ele começou simples, com total sinceridade. "E então fui obrigado a pensar num mundo sem você, e isso engatilhou uma das piores sensações que já vivenciei. Por um momento eu não conseguia nem respirar, meu peito parecia estar em chamas, e eu não conseguia ver, mesmo que tivesse com os olhos bem abertos." Tony se perdeu na memória, e quando ela estava se tornando demais, ele olhou para você e sentiu a dor diminuir. "Eu pensei que nunca mais te veria rir das minhas piadas ruins, que nunca mais te ouviria me repreender quando eu tivesse sendo irritante, que não teria a oportunidade de... de te dizer que te amo.''
Ao terminar o pequeno discurso, Tony te observou atentamente, para ver se tinha feito um bom trabalho. Você não estava mais confusa, mas também não estava reagindo, muito ocupada fitando o lençol que cobria suas pernas para isso.
''Seu idiota!" Você socou o ombro dele, o assustando com a explosão repentina. "E se eu tivesse morrido!?" Dessa vez o ombro dele recebeu um tapa. "Todo esse tempo eu pensei que o clima rolando entre a gente era coisa da minha cabeça!" Você tentou bater nele de novo, mas ele segurou sua mão e se levantou para se sentar ao seu lado na cama, de frente para você.
"Isso quer dizer que você também me ama?" Ele falou sem se abalar, sorrindo triunfante, segurando sua mão entre as duas dele. "Porque se for, você é tão ruim nisso quanto eu."
"Ninguém é tão ruim quanto você em expressar sentimentos." Você revirou os olhos e bufou.
"Touché." Tony ficou acariciando as costas da sua mão com os polegares, te olhando com um sorriso idiota.
"Então... eu acho que é nessa parte que você devia me beijar." Você sorriu, decidindo esquecer a frustração por um momento.
"Não precisa dizer duas vezes.''
Tony chegou para mais perto de você, colocando uma mão na sua bochecha e a outra na sua cintura, enquanto se inclinava até seus lábios se tocarem. O beijo foi lento e gentil, com Tony a todo momento consciente da sua atual fragilidade.
''O que eu devo fazer agora?" Tony incutiu, quando se separaram alguns centímetros, acariciando sua bochecha e sua cintura, enquanto alternava entre olhar para os seus olhos e para os seus lábios.
"Você deve..." Você começou, parando para morder o lábio inferior, provocando. "Chamar o médico e dizer que eu tô mais que pronta pra sair daqui." Ao sussurrar isso, você o empurrou para longe, com delicadeza, enquanto se aconchegava mais nos travesseiros apoiando suas costas e cabeça, sorriso brilhante como o sol, exalando satisfação.
Tony riu da sua provocação, rosnando com fingido protesto, enquanto obedecia o seu comando. Vocês compensariam o tempo perdido depois.
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Imagines da Marvel
FanfictionColeção de histórias curtas com os personagens da Marvel. (+ ou - 100 à 1,000 palavras) ❤️🧡💛💚💙💜