Neko coffee | Day 02 first date

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Shouto era um pouco desligado, mas também não era tão idiota quando Katsuki imaginou. Depois da confissão, ficou dias pensando sobre o que fazer com "aquilo", pois o outro nunca mais tocou no assunto.

Na verdade, o bicolor já estava algum tempo tentando tornar-se amigo do colega, todavia estava satisfeito com aquela condição de "interesse romântico". Se não podia ser amigo, porque não amante?

Simples, como unicórnios no céu.

Um dia antes, ele mandou uma mensagem no Whatsapp, convidando Bakugou para um encontro, que foi respondido por um:

Não ouse se atrasar, meio a meio!

Que foi interpretado como "sim".

Eles combinaram de ir num café no centro de Kamino, que tinha como diferencial gatos por todos os cantos. Se algo desse errado, Shouto poderia abraçar um gatinho e tudo ficaria bem.

Quando o meio ruivo chegou, Katsuki já havia escolhido o lugar e fitava impaciente o cardápio. Sinceramente, ele não entendeu porquê os dois vieram separados do mesmo local; talvez aquele convite para sair fosse uma péssima ideia.

— Você é lerdo pra caralho. — O loiro murmurou ao observar Todoroki acomodar-se à mesa.

— Oh. — Os olhos díspares correram para o relógio no pulso e estava antes do horário marcado. Que horas Bakugou havia chegado ali? — Sinto muito, mas...

— Mas o quê? — replicou.

— Por quê não viemos juntos da U.A. para cá?

A vermelhidão tomou conta das bochechas de Katsuki, que fechou as mãos em punhos sobre a mesa com força, os nós dos dedos brancos por causa da pressão. Shouto captou todos os detalhes em segundos, embasbacado com aquela estranha fofura.

— Se alguém ver a gente saindo junto, vão pensar coisas da gente, pavê!

— Que tipo de coisas? — O outro interviu, a mão caída ao lado do corpo para fazer carinho no gatinho preto e branco que se aproximava das pernas. — Eles pensam coisas da gente quando saímos juntos para as aulas da licença provisória?

— Não vou explicar essas merdas para alguém sem cérebro com você. — O loiro suspirou, voltando atenção para o cardápio e fazendo sinal para a garçonete.

Assim que fizeram os pedidos e receberam na mesa, o gato acomodou-se no colo do bicolor, ronronando satisfeito com o aconchego da parte quente. De repente, toda insegurança foi dissolvida pela presença do felino, o que irritou (mais) Bakugou.

— Você convidou eu ou o gato pulguento para sair? — O loiro bebeu um gole do café e bateu a xícara na mesa, chamando a atenção do outro.

— Oh. — O bicolor sorriu sereno, o que atingiu Katsuki como um raio no meio do peito. — Se quiser também pode sentar do meu lado.

— Nem fodendo vou fazer isso, idiota!

— Tudo bem — Ele pegou o gato no colo e o amassou num abraço, apreciando a pelugem roçar no rosto como uma carícia. — Ele é muito fofo, não é mesmo?

Bakugou sabia que tinha perdido aquela batalha, então levantou-se da mesa batendo os pés no chão e se acomodou ao lado de Todoroki e o gato.

— Não pense que vai me vencer, pavê de merda!

Shouto estava fofo, Katsuki não resistiu.

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