Depois de Todos Esses Anos | ✓

capítulo 1

Havia muito tempo que eu não pensava nela.

Eu sequer me recordava da última vez que o rosto bonito da minha ex-namorada passou pela minha cabeça e agora estava ali, encarando aquele fio enrolado no chão do avião, lembrando daqueles olhos castanhos que sempre acordava as borboletas que moravam em meu estômago.

O fio, que era extremamente fino e vermelho, estava preso a coberta de uma mulher sentada em um dos bancos do lado esquerdo do avião. Ela dormia calmamente, não tendo a mínima ideia de que a sua coberta se arrastava no chão e que um dos fios estava se desfazendo.

Devido ao silêncio que reinava no avião naquele momento, eu imaginei que todos já estavam dormindo, coisa que eu também deveria estar fazendo, mas era complicado dormir em um avião quando se tem medo de altura.
Olhei as horas no relógio em meu pulso e os ponteiros marcavam 4h33 da manhã, no fuso horário de Brasília. Como eu estava, provavelmente, no meio do oceano atlântico, eu não tinha a mínima ideia de qual era o horário correto.

Como eu sabia que o sono não iria vir, eu tentei, em vão, focar no livro aberto em meu colo. Era a quarta vez que eu lia Jogos Vorazes na minha vida e, como em todas as outras vezes, estava sendo um prazer ler mais uma vez aquela história. Porém, nem mesmo a minha amada Katniss Everdeen conseguiu me prender da mesma forma como aquele maldito fio vermelho. Claro que, eu não era responsável por isso, muito menos a personagem da Suzanne Collins. 

O nome da culpada disso era Gabriela Avelar, a minha ex e ainda não superada namorada.

— Você já ouviu falar da lenda do Akai Ito? — Gabriela perguntou enquanto encarava o teto branco acima de nós duas. Virei o corpo em sua direção e deitei em seu peito. — Aquela do fio vermelho.

— Acho que já vi isso em alguma rede social — respondi e fechei os olhos para sentir melhor a sensação gostosa que era ter os dedos de Gabriela passando por meus fios loiros carinhosamente. — É alguma coisa de pessoas conectadas por um fio, não é?

— É isso mesmo — ela respondeu. — A lenda diz que todas as almas gêmeas são ligadas por um fio vermelho invisível. E que, independente do tempo, lugar ou situação, essas duas pessoas estão predestinadas a ficarem juntas. O fio pode embolar ou esticar, mas nunca vai ser arrebentado. 

— Será que nós duas somos ligadas por esse fio? — Levantei a cabeça e encarei os olhos pequenos que eu tanto gostava. Ela abriu um sorriso e eles quase se fecharam completamente.

— Que pergunta mais boba, Manuela! — Ela rolou os olhos e sorriu mais uma vez, levando a mão até a minha bochecha em seguida.

— É claro que sim. Não importa o que aconteça, nós vamos acabar sempre encontrando o caminho de volta uma para outra. 

Quando a cena passou em minha cabeça, exatamente como em um filme, meus olhos acabaram ficando marejados e o meu coração apertou de saudade de todos aqueles momentos que passamos juntas. 

Segundos depois, pela milionésima vez, concluí que mesmo depois de seis anos, eu ainda não havia superado o nosso término e nem sabia se conseguiria superá-lo algum dia. Eu realmente gostava daquela mulher. 

oi pessoaaaaal, como vocês estão? espero que estejam bem :)

primeiro, gostaria de agradecer a você, leitor, por estar aqui lendo algo que eu escrevi, muitíssimo obrigada! é um imenso prazer saber que alguém, além das minhas amigas, gostam de ler o que eu escrevo ❤️

como vocês devem ter percebido, o capítulo foi bem pequeno e, provavelmente, todos serão nesse mesmo estilo. é uma história curtinha mesmo, para ler rapidinho :)

o conto tem 5 capítulos e em cada dia dessa semana vai sair um, então aguardem o próximo amanhã.

beijos e até amanhã ;)