Não suporto ser contrariado, sou homem, é sim ou sim, o que eu falo é lei. Como é que César está saindo hoje da cadeia, como isso saiu do meu controle? Calculei uns dez anos para aquele otário e depois deixaria ele sair, por cima das minhas condições.
- Pastel, seu incompetente, agora que você me diz que César vai sair?
- Poderoso, fiquei sabendo não tem dez minutos, fui apurar os fatos para certificar. Pagaram a fiança dele e pasme foi pago por euros.
Impossível, César não tem ninguém que mora fora do Brasil, será que dentro da cadeia, ele fez acordo com o diretor, se Samuel não me explicar isso direitinho darei fim na vida dele.
Me direciono em direção a penitenciária, tenho que me certificar para onde o César está indo e quem foi o responsável pela sua saída.
Estou enfurecido com Samuel, ele não sabe de nada, o filho da puta foi comprado, ofereci milhões e ele disse que não se tratava de dinheiro e sim de princípios, até eu abrir a minha boca e contar o que sei sobre sua vida regada de drogas e sexo.
- Que princípios você tem seu anormal, és um viciado de cocaína, pior que eu...
- Mais eu não quero perder o cargo de diretor, aqui sou Rei, os detentos me amam, aqui é a única penitenciária que não dá trabalho para o governo ou você quer que o Juiz Romualdo na sua cola?
- Nem me lembra desse gay, filho da puta, tenho nojo daquela criatura, a única vantagem dele que se veste como homem, se não fosse isso já teria o matado.
- Então, se concentre em César, para ele não abrir a boca e jogar no ventilador o que ele viu aqui.
O idiota deve ter ido visitar a mamãe no hospital, a cretina na época da prisão de César, deu-me um tapa na cara na frente de todos e eu ali solicito com a situação, não pensei duas vezes, liguei para Pastel e pedi que matasse a vagabunda. O trabalho foi bem feito, no entanto, a puta é carne de pescoço, está em coma a cinco anos.
Passo a tarde toda na delegacia, procurando informações sobre o César e ninguém acha esse imbecil. Não me conformo com essa saída, ele teria que ficar mais cinco anos preso.
Olho pela janela e vejo que já escureceu, preciso esfriar a minha mente e pensar direito, se até hoje o César não me acusou sobre nada, não será agora que ele fará, aquele otário me amava como irmão mesmo, me tratava com todo amor fraternal e aquilo me dava náuseas, nem de meus pais, eu suporto tanta melosidade.
Ligo para minha mãe, para informar que estou indo para casa, é um acordo que fiz para morar sozinho, não tinha cabeça mais para ouvir " meu filho você precisa de uma família" isso é lei é? Mania ridícula achar que casar, ter família, filhos trarão felicidade, isso não cabe na minha vida.
Tomo uma ducha para refrescar, a noite está super quente, hoje eu não vou me drogar, vou no bar de Lala, para comer aquela panqueca maravilhosa e volto para descansar para aproveitar o fim de semana.