Horóscopo | day 05 cuddling

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Katsuki não deu muita importância quando leu o horóscopo no jornal, onde dizia que seria um problemático dia para arianos. Toda aquela baboseira de signos nunca afetaram suas escolhas ou que cor de roupa sairia de casa, mas desta vez, aquela merda havia acertado em cheio: era um péssimo dia.

Acordou no horário, fez toda a higiene matinal, o cabelo loiro estava modelado para o lado e os sapatos lustrosos afirmavam todo o cuidado com a vestimenta. Estava maravilhoso, até que pisou na merda de um cachorro e teve que voltar para se limpar.

Aquele pequeno imprevisto estragou seu bom-humor (qual já era azedo por natureza) e fez com que perdesse o trem. Ele odiava pegar o do próximo horário, pois sempre estava lotado.

— Caralho! — grunhiu irritado, afastando-se de algumas pessoas que caminhavam como tartarugas na sua frente. Porra, havia algo mais irritante do que aquilo? Ele pensou em pisar nos calcanhares alheios só pela raiva que sentia, mas não poderia mais envolver-se em problemas até chegar na empresa.

Quando alcançou a plataforma, foi direto até um pequeno ponto do Starbucks e serviu-se de um copo de café extra forte. Precisava do líquido precioso para acordar daquele pesadelo chamado "mercúrio retrógrado" de seu mapa astral.

Quando olhou para a bebida em suas mãos, ficou triste que seu nome estava escrito errado: Catsuki.

Porra!

Abastecido, estava pronto para enfrentar a corrida de vida ou morte de quem conseguiria ingressar no vagão. Quando o trem estacionou na plataforma, o loiro abusou de sua altura e força para jogar-se dentro, sem perder a pasta de couro ou o café no meio da multidão.

A sensação de esmagamento era terrível, o ar estava abafado e com cheiro de "humanidade". E para piorar, estava com as duas mãos ocupadas, não conseguia apoiar-se em nenhuma das barras.

Conforme o transporte público parava nas estações, mais difícil estavam as condições de sobrevivência. Aos poucos Bakugou foi sendo empurrado para o fundo, prensado entre o corredor e a parede.

A maioria gostava de ficar escorado na parede, mas não quando havia alguém atrás de si.

O loiro não conseguiu observar quem estava na sua traseira, impossibilitado de virar-se por que não existia mais espaço, ainda mais com as duas mãos ocupadas. Por mais que fosse uma situação constrangedora, agradeceu por pelo menos a pessoa ser cheirosa e não possuir cheiro de suvaco.

— Você consegue sair atrás de mim? — Ele falou sobre o ombro, observando apenas um pedaço da roupa social do homem.

— Você falou alguma coisa?

A voz retumbou quente perto do ouvido, causando um arrepio desnecessário na nuca.

— Pode sair de trás? — falou alto, chamando a atenção dos outros passageiros da volta.

— Oh! — O homem olhou para frente e para os lados, não havia nenhuma brecha para que pudesse afastar-se do loiro. — Não tenho espaço, estou preso por você e mais outras pessoas.

— Se você fizer qualquer coisa suspeita, te matarei aqui mesmo!

— Está certo, Catsuki.

Bakugou quase cuspiu o café para dentro do copo ao escutar o seu nome de maneira zoada, o "cat" pronunciado de uma forma muito ridícula. Por mais que não pudesse brigar, o cotovelo acertou em cheio a costela do sujeito que deixou escapar um gemido de dor.

— Meu nome tá errado nesse café de merda — Ele não precisava justificar, mas não poderia deixar aquele trocadilho estragar a beleza de seu nome. — E vá cuidar da sua vida, porra!

Os dois continuaram o trajeto na mesma posição, até que os trilhos se moldaram numa curva acentuada, empurrando os passageiros para um dos cantos. Katsuki foi pego desprevenido, os dedos amassaram o copo de isopor que rachou e virou café no chão. Ele só não caiu, porque dois braços o abraçaram em torno da cintura.

— O-o que você acha que está fazendo?! — Bakugou pensou que iria explodir, fazer jus a ameaça de morte, mas aquietou-se quando observou que o café quente escorreu sobre a mão do homem.

— Se você caísse com todo esse café quente em cima de alguém, seria um grave problema. — O passageiro quebrou o contato e sacudiu a mão no ar para retirar o excesso da bebida.

Katsuki aproveitou que algumas pessoas foram para o lado, por causa da sujeira do café, e girou num único impulso para o seu bulinador. Contudo, não esperava que o cara fosse mais alto do que ele, com intensos olhos heterocromáticos e esquisitos (o que não era nada feio) cabelos bipartidos em tons de vermelho e branco.

Cacete! Aquele era o homem mais bonito que Katsuki havia visto na vida.

— Eu queimei sua mão. — A saliva desceu pesada na garganta, agora de frente para a beldade, a mão da pasta apoiada desengonçadamente na parede.

— Não vou morrer por isso — O rapaz sorriu discreto e o loiro sentiu os lábios secos, umedecendo com a língua. — Catsuki.

— Meu nome não é pronunciado assim, seu desgraçado! — ele sentiu o copo de isopor ruir mais entre os dedos. — Katsuki Bakugou, esse é meu nome!

— É quase a mesma coisa — O meio ruivo estalou a língua no céu da boca, parecia ponderar as palavras, até que rendeu-se diante do loiro. — Shouto Todoroki, esse é o meu.

Quando chegou no serviço (atrasado!) estava sorrindo sozinho, mesmo depois da bronca de seu chefe, continuou animado. Afinal, havia conseguido o contato de um cara interessante, e também o convenceu de pegar o trem um horário antes, alegando que não vinha lotado (na verdade, ele queria que os dois embarcassem no mesmo horário).

Foda-se o horóscopo, a bosta do cachorro ou o trem perdido, pois aquele era o dia de sorte de Bakugou.

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