04 _ Sentimento estranho

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Nicolas p.o.v

Ok, eu estava enrolando na despensa para não voltar para casa porque eu sabia que logo iria comer algo e não teria outro lugar para ir.

Mas eu fui surpreendido por uma garota, linda por sinal, e também um pouco estranha.

Por um momento nossos olhos se cruzaram e eu reparei em cada detalhe seu, tanto nos seus longos cabelos cor de mel, quanto em seus olhos azuis como o mar, sem contar com sua pele bronzeada que parecia delicada.

Ela tinha uma beleza incomparável, e tinha algo mais, algo que me fez sentir algo estranho...Um sentimento completamente novo, mas foi algo tão patético que eu ignorei.

Mas de alguma forma eu queria ficar perto dela, algo nela me fazia bem...Ve-la errar as palavras toda desconcertada me fazia querer rir, mas eu me segurei para isso não acontecer.

Eu não era acostumado a sorrir, não tinha motivos, as únicas pessoas que já viram meu sorriso foram alguns amigos e iria continuar assim...

Mas eu não poderia ignorar o fato de que eu queria eu sentia necessidade de ficar perto dela, e me aproveitei do foto de que ela não iria conseguir levar as caixas de tomates sozinha... Tudo bem, isso foi meio errado, eu sei, mas precisava.

Acabei conseguindo o que queria, poderia ficar perto dela por muito tempo depois que a Samantha nos trancou em uma sala cheia de caixas.

ㅡSe você é prima da Samantha...ㅡEu comecei a raciocinar o fato de ela ser prima da Samantha e descobriㅡVocê é a Rainha do mico!ㅡFalei alto

Ela passou alguns segundo me olhando até que suspirou e falou:

ㅡSim, sou eu...E pelo visto vou continuar sendo...

ㅡEu sempre quis te conhecer...Você era muito conhecida na escola.

ㅡEra?

ㅡSim, agora ninguém fala mais sobre como você fez dez dançarinas irem parar no hospitalㅡFalei

ㅡEntão...ㅡEla sorriuㅡIsso é ótimo!ㅡEla comemorou me deixando confusoㅡEsqueçe...Como vamos sair daqui?

ㅡVamos gritar!ㅡSugeri

ㅡNão vai funcionar, ninguém escura nada do que se passa aqui quando a porta está trancada, minha tia fez isso para a Samantha não escutar ela chorando quando minha mãe morreuㅡEla sorriu fraco e abaixou a cabeça

ㅡSua mãe morreu? Eu sinto muito...

ㅡIsso não importa agoraㅡEla me olhouㅡEm um momento alguém vai sentir nossa falta e vão vir nos procurar

ㅡNão a mim, ninguém vai sentir minha faltaㅡEu abaixei meu olhar

ㅡBom, mas vão sentir a minha, é só esperarㅡEla falou confiante

Nós nos olhamos por alguns minutos e eu fui olhar o que tinha em algumas caixas.

ㅡÉ sério? Você vai olhar coisas velhas enquanto nós estamos presos aqui?ㅡEla me olhou irritada

ㅡEu não sei quando vão vir te procurar, quero ver se encontro algo interessanteㅡFalei

ㅡAh, claroㅡEla deu uma risada sarcásticaㅡDo mesmo jeito que você queria saber o que tinha aqui, e olha a nossa situação! É melhor você ficar quieto.ㅡEla se sentou no chão.

ㅡPara de colocar a culpa em mim, você veio atrás de mim porque quis.ㅡFalei um tanto alterado

ㅡÉ, pode ser, mas foi por sua culpa que nós ficamos presos aqui, se você não tivesse entrado nessa sala nada disso estaria acontendoㅡEla gritou.

Como as ondas do mar Onde histórias criam vida. Descubra agora