Liberty | Kim Taehyung

VIII

Taehyung

Eu realmente não estava preparado para simplesmente ver S/N parada a minha frente, vestida daquele jeito que a deixava linda. Era visível que ela cresceu e envelheceu, mas parecia a mesma mulher de antes. Entretanto, eu havia amargurado nesses últimos anos e infelizmente não era o Taehyung fofo que ela conhecia.

Nossa conversa foi a base de coices e indiretas, por incrível que pareça eu adorei ve-lá cheia de raiva assim que escutava o que eu tinha a falar. Só destacava mais que ela ainda sentia algo, não necessariamente precisava ser amor mas esse assunto ainda a afetava assim como acontecia comigo.

Tive vontade de simplesmente largar minha pose de empresário durão sacana e a abraçar enquanto distribuía um milhão de beijos, mas só porque eu ainda a amo não significa que ela também sinta o mesmo. É por isso que esse jantar é importante, descobrir o que ela sente.

•••

— Quer vinho? — digo enquanto vejo a garota vendo o cardápio, por sinal ela estava mais linda do que de tarde mesmo usando uma roupa simples

— Sim, por favor

— Toda vez que eu bebo vinho lembro do nossa viagem para o Japão, você ficou bem tontinha com apenas três taças — digo vendo ela enfiar a cara no cardápio de vergonha

— E você nem pode falar muito porque chegou cambaleando no quarto, só porque encheu o cu de Jim — sorrio ao lembrar daquilo — além disso nesse dia você teve a ousadia de dormir no meu peito

— Você bem que gostou na minha presença bem coladinha contigo — ela sorri enquanto afirma

— Não vou mentir, eu gostei sim

— Ainda tenho o arco do Mickey guardado na minha casa, nossas fotos estão todas arquivadas no meu computador — digo vendo a surpresa em seus olhos

— Achei que tivesse excluido assim que eu fui embora — fala um tanto baixo

— Eu tentei, mas.. nossas lembranças iam continuar me atormentando então achei melhor ter de recordação — vejo um sorriso de canto brotar em seu rosto

— Nunca te esqueci, Taehyung — disse por fim me olhando no fundo dos olhos e me deixando sem palavras

— E eu nunca superei nosso término, podemos começar do zero se você aceitar — digo apoiando os braços na mesa — nós mudamos, isso é bem visível, mas se estivermos determinados a recomeçar.. quem sabe o que pode acontecer

— Eu acho justo, vamos fingir que estamos igual a dez anos atrás quando eu mau sabia falar coreano e você não me entendia direito — começo a rir ao relembrar a cena

— Não esqueça do fato que você também era uma desastrada e precisava de ajuda em tudo — ela revira os olhos

— Só porque eu não conseguia ler os artigos e precisava de você para me ajudar, não significa que eu era dependente — tenta se defender

— A me poupe, meu amor. A cada meia hora tinha uma ligação perdida sua perguntando algo, deveria ter cobrado hora extra pela trabalho que você me deu nos primeiros meses

— Ha Ha Ha, me poupe você meu amor! Você vinha toda hora me perguntar se eu precisava de ajuda e agora tá reclamando porque que eu realmente pedia — cruza os braços se sentindo ameaçada

— Existe um negócio chamado educação e geralmente as pessoas não pedem um favor quando você oferece ajuda

— Bocó

— Também te amo, gatinha

A noite passou rápido demais para nós, tanto que mau conseguíamos comer direito pois acabávamos lembrando de alguma coisa do passado e rindo. Antes de a deixar novamente em sua casa, a levei para dar um volta no parque como era costumeiro quando namorávamos e só nos demos conta da hora assim que o sono bateu.