Capítulo 1

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“O tempo está mudando como da última vez.
Vem tempestade aí Harry, melhor estarmos
  prontos quando ela vier .”

- Harry Potter e a Ordem da Fênix

Uma tempestade cai sobre a cidade de Alaska, obscurecendo o céu, cortando a cabeça dos arranhas céus. Relâmpagos faíscam, disparando os alarmes contra ladrões nos carros estacionados. Os prédios estremessem e estalam e a última luz do dia já se foi a muito tempo, como se tivesse havido uma avaria na chave geral. A chuva cai aos borbotões pelas janelas dos carros estacionados nas ruas e nas janelas dos apartamentos. Um entulho escuro escorre na clara corrente das águas, nos cantos dos passeios. Lufadas de vento arrancam as folhas das árvores, derrubam cadeiras que ficam do lado de fora dos cafés, tiram os guardas-chuvas das mãos de seus donos, levando-os embora, enquanto as poucas pessoas que ainda estão nas ruas a esta hora da madrugada, correm em busca de algum abrigo, para não ficarem ensopados.

Mas Josh Beauchamp não vê isso, pois está dormindo, com a cabeça caída encostada na janela de um ônibus. Ele está preso em seus sonhos, ou melhor, em seus pesadelos, que ele sempre tem tido nos últimos meses, depois do acidente. Foi por causa desse acidente que ele está dentro de um ônibus, que chegava ao terminal rodoviário em Alaska. Ele não viu que as pessoas estavam saindo do ônibus com suas bagagens ás mãos, não viu o homem paraplégico cair quando estava tentando descer as escadas e ninguém vir em sua ajuda, enquanto ele praguejava tudo e todos.

No começo, Josh, agora meio acordado, meio dormindo, achou que fosse algum solavanco do ônibus em algum buraco no asfalto, mas depois de senti-lo mais insistente e brusco em seu ombro, se obrigou a abrir os olhos. No momento em que os abriu, enxergou tudo embaçado. Nesse instante, um relâmpago cortou o céu, clareando o interior do ônibus, o banhando com uma luz fantasmagórica. E aí, Josh repara em um detalhe que, na hora, quase o fez ter um ataque cardíaco. O motorista, que ele reconheceu pela sua camisa azul claro, estava parado ao lado de sua poltrona, escorado nela, o fitando de uma maneira assustadora, com as sombras dando formas estranhas em seu rosto.

— Até que enfim você acordou! Eu estava tentando te acordar a uns cinco minutos - ele soltou um sorriso forçado, meio que para quebrar o clima.

— Desculpe - Josh tentou colocar o máximo de verdade naquela palavra.

— Sem problemas, estou acostumando a fazer isso a décadas. Ainda mais um viagem do Canadá aos Estados Unidos. Sei o quanto cansativa ela é. Mas enfim, chegamos.

Josh concorda, mas por pura educação.

— Hummm... chegamos onde? - Josh não estava cem por cento desperto, então não conseguiu raciocinar o que o motorista havia lhe dito.

— Ao Alaska, onde mais seria... - ele franziu o rosto, olhando para Josh.

— Josh, meu nome é Josh.

— Então Josh, onde mais seria? Não é aqui pra onde você estava vindo?

— Sim, me desculpe, estou um pouco com sono ainda - mas a realidade é que Josh não sabia para onde estava indo. Essa era uma questão que o próprio destino o responderia.

— Bom, a princípio, meu nome é James - ele estendeu a mão e Josh a apertou - Bem vindo ao Alaska rapaz, e que Deus cuide de seus passos. E se quiser um conselho, tome muito cuidado nessa cidade. Tem coisas esquisitas acontecendo aqui, muito esquisitas - James disse aquilo olhando para a janela, para o lado de fora, onde alguns passageiros estavam em um grupinho.

James saiu sem falar mais nada e sem entender o aviso que ele havia falado, Josh o seguiu. Quando pisou no concreto do solo da rodoviária, com sua mochila nas costas, pensou que a partir dali, iria viver outra vida, uma diferente da que ele havia trilhado no Canadá.

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⏰ Última atualização: Oct 07, 2020 ⏰

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