No money, No Kiss

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Finalmente os quatro garotos chegaram em casa.

Estavam exaustos depois de ficar andando, andando e andando. Pois o ônibus não passou e eles estavam sem dinheiro no bolso, gastaram os vinte conto de Saiko em sorvetes, por culpa do Ycaro, que ficava pedindo sem parar, e ele tem uma técnica secreta que faz Saiko fazer o que ele quiser.

Saiko chama o Ycaro de burro, mas se sente mais burro que ele só de aceitar as idéias do loiro.

Como pretendiam, passaram uma boa parte do tempo jogando vídeo-game depois que chegaram em casa. Mas óbvio, já que o Ycaro é o esfomeado do grupo ele queria fazer miojo com queijo e salsicha, o que na opinião dos outros, é nojento.

E já que ele sabe disso, ele ficou insistindo muito.

Ycaro — Aff Saiko! Deixa eu cumer' meu miojo em paz mano!

Saiko — Tu não vai gastar nossos queijo pra colocar no miojo não!

Ycaro — Deixa eu!!! – bateu o pé.

Saiko — Não caralho! Falei que não porra!

Ycaro — Deixa eu cumer' meu miojo com queijo doido!!

Saiko — Pode comer o miojo, mas não precisa de queijo!

Eles continuam brigando e aumentando o tom de voz, começando a falar ao mesmo tempo. Graças ao sorvete que tomou de tarde André tava morrendo de dor de cabeça, então começou a se estressar, deixou o controle do video-game na mesinha que fica em frente do sofá e foi até a cozinha, dizendo assim...

Meiaum — Ô SUAS DESGRAÇA PAREM DE GRITAR CARALHO! CHEGA DE BRIGA PORRA! TO COM DOR DE CABEÇA! 

Ycaro — ... Eu quero meu miojo com queijo...

Saiko — Não!

Meiaum — AH COME ENTÃO ESSA MERDA! – foi até a geladeira, pegou uma fatia de queijo e tacou' na cara do loiro. – AGORA CHEGA DE BRIGAR ATOA! 

Ele guardou o queijo e voltou para a sala, com o rosto todo vermelho de raiva.

Tawan — Ai, ai, ai. Só assim para se acalmarem.

Meiaum — Né?!

Um tempinho depois o miojo com queijo e salsicha do Ycaro estava pronto, o cheiro era mais agradável que o sabor – já experimentaram, e odiaram. O loiro estava comendo com o maior prazer do mundo, tipo, uau. Saiko olhava de longe, estava puto. Sentou ao lado de Meiaum, e ficou de braços cruzados, André ficou olhando para a cara de Rodrigo por um tempinho.

Saiko — Que foi Meiaum? Perdeu teu cú na minha cara?

Meiaum — Tu é chato para cacete. Por que tu não queria que o minino' cumesse' o queijo?

Saiko — É nojento!

Tawan — Deveria estar feliz, não é tu quem tá comendo aquela merda.

Ycaro — Para mano! É mó' bom! – disse, entrando na sala com o prato na mão.

Meiaum — Só tu que acha.

Q.D.T

Depois de um bom tempo descutindo sobre as comidas que Ycaro come e eles odeiam, Meiaum e Tawan tiveram uma brilhante idéia para que os dois parassem com essa frescura toda.

Meiaum — Olha só, eu proponho um desafio, só para vocês calarem a porra da boca.

Saiko — Fala.

Meiaum — Vai envolver 100 conto. Quem reclamar primeiro vai ter que dar um beijo, tipo se o Saiko reclamar vai ter que beijar o Ycaro na boca ou na bochecha, e vice versa.

Ycaro — Pode falar, mas não pode reclamar, é isso?

Tawan — Exato.

Saiko — Do nada! De onde tu tira essas idéias?

Tawan — Tá reclamando já?

Saiko — Tô perguntando, abestado.

Tawan — Ó, se tu reclamar, além de beijar o Ycaro, ele vai ganhar 100 conto.

Ycaro — Esse jogo dura quanto tempo? 

Meiaum — Quatro horas.

Então aceitaram a brincadeira, e também, não vale falar palavrão, quem falar palavrão leva um tapa na cara, e um tapa bem forte. Meiaum sabe que Saiko vai perder esse jogo, por que se Saiko falar um palavrão, é por que ele tá reclamando, e além de não ganhar 100 conto, ele leva um tapa na cara. Foda né? Por que André não teve essa idéia antes?

Se passou meia hora, Saiko não tinha reclamado, mas falou a palavra "FUDEU" cinco vezes seguidas enquanto jogava alguma coisa. E André bateu nele com todo o prazer do mundo, só faltava quebrar o óculos também.

Meiaum — Toma otário.

Saiko — Vai se fuder. – Levou outro tapa, levantou com pressa e beijou a testa de Ycaro sem dar explicação.

Ycaro — Kkkkkkk! Viu no que dá ser boca suja?

Saiko — ... – se levantou e chutou Ycaro.

Ycaro — Ai porra! Doeu! – André não queria ter que bater no loiro, mas fez mesmo assim, deu um tapa na cara dele com força.

Tawan — Hihihihi, vai ter que beijar o Saiko agora!

O loiro se levantou e beijou na bochecha do moreno mais alto, Saiko fez uma cara de nojo, mas quando olhou para o lado, seu rosto ficou bem vermelho, Ycaro fez o mesmo. André e Tawan ficavam rindo descontrolávelmente, deixando as lágrimas rolarem. Depois do garoto de sardas se acalmar, ele deu o dinheiro para Rodrigo.

Passou duas horas, estavam assistindo um filme de terror, Ycaro insistiu em não assistir, mesmo ele não vendo as cenas, só os barulhos assustavam, e ele não queria sair de perto dos garotos, com medo de ter algum demônio na cozinha. Mas que merda, apagaram todos os cômodos da casa!, Ycaro pensou. Olhou para tela e só de ver o sangue e o tanto de gritos que tinha, apenas se segurou no braço de Rodrigo, ele não se importou, ele não é tão ruim a esse ponto, mas o loiro começou a apertar seu braço, e já estava começando a machucar, até uma hora que deu um jumpscare com o som extremamente alto e a imagem do bicho dos inferno aparecendo na tela, e Ycaro deu um grito meio afinado:

Ycaro — AH CARALHO!!!!! – Disse, quase encravando suas unhas no braço de Saiko.

Saiko — Ei pera tá me machucando!

Ycaro levou um tapão na cara denovo, ele nem reclamou para não ter que beijar Saiko. O filme continuou a passar, até que outro jumpscare fudido acontece, o loirinho não gritou desta vez, estava se tremendo muito e sentia que seu coração errava algumas batidas, descontando o fardo de não poder gritar nem dizer nenhum palavrão, ele começou a arranhar o braço de Rodrigo, ô minino' que não corta as unhas! O braço do moreno estava começando a sangrar.

Saiko — Ô caralho para te me arranhar filho da puta, arrombado! – empurrou Ycaro para fora do sofá e tentou tirar o sangue do braço, que era bem pouquinho.

Saiko levou dois tapas, e André ria junto com Tawan. O moreno mais alto já ia beijar Ycaro, olhando para os lábios do garoto de maneira maliciosa. O loirinho se levantou e Saiko fez o mesmo, já ia beijar a boca do garoto, ele estava tão próximo, tão próximo que...

Ycaro — Ei, pera aí! – se afastou de Saiko – cadê meu dinheiro?

Meiaum — Ih, cabo'! – mexeu nos bolsos e não tinha nada.

Ycaro — Então não vai ter beijo.

Tawan — Vai logo homi'!

Ycaro — Tô fazendo isso por causa do dinheiro, e sem dinheiro não tem beijo.

Rodrigo frustou-se, porra, o único momento onde poderia beijar o loiro sem ele ao menos reclamar acabou sendo interrompido, ele não teria essa chance novamente. Foi ruim levar aqueles tapa na cara, mas se fosse para dar um beijo no loiro, quem sabe...

Almost Always Together - SycaroOnde histórias criam vida. Descubra agora